"Seus olhos se concentravam na multidão que se agitava mostrando seu apoio. Um fraco sorriso dominou seus lábios ao notar a quantidade de pessoas que estavam ali para lutar ao seu lado e ele desejou que aquele momento nunca acabasse. "
"Quando sua mente começou a lhe jogar pensamentos de que ele deveria fazer mais algo naquele momento, um impacto o fez perder a consciência. Uma dor fina dominou seu peito e Im então caiu contra o chão, tendo uma última oportunidade de observar o céu e olhar para o namorado durante sua agonia. "
"Pouco a pouco seus olhos foram perdendo o foco, a pouca cor que conseguia identificar sumiu e tudo se tornou preto. "
_Acorda! – Exclamava uma voz feminina que soava um tanto quanto desesperada. Ela tinha um sotaque e fez Jaebum desconfiar que se tratava de uma estrangeira. – Seu coração está batendo, infeliz. Por que não abre esses malditos olhos? – A garota inquiriu revoltada, e em seguida Im voltou a sentir uma forte carga elétrica contra seu peito.
Aquele choque fez com que seus pulmões voltassem a funcionar subitamente. Im inspirou o ar com força e sentiu seu corpo todo doer, como se ele estivesse tendo grandes dificuldades para voltar a viver. E naquele mesmo momento ele abriu seus olhos, notando que o preto que lhe dominara anteriormente, perdera o sentido e agora dava vaga as cores que montavam o ambiente que estava.
_Acalma-se, Luna. – Anunciou outra voz feminina, está também portadora de um sotaque. – O menino já está abrindo os olhos... Dê a ele um tempo de se situar.
Jaebum piscou repetidas vezes e encarou as garotas que lhe davam assistência. Eram duas jovens que pareciam não ser muito mais novas que si. Ambas possuíam cor de cabelos escuros e peles claras. Uma das meninas – a que Jaebum identificou ser Luna, já que a outra lhe chamara assim – tinha estatura baixa e usava um jaleco branco totalmente sujo de sangue e ajeitava os óculos que insistiam em cair do rosto, isto enquanto aguardava a reação do rapaz.
_Por favor, me passe o estetoscópio? – A mais baixa pediu, vendo a outra negar rapidamente. – Beatriz? – Ela pareceu indignada, esticando-se para pegar o aparelho que a amiga segurava.
_Você está muito nervosa. – Beatriz afirmou – Vá tomar uma água... Descanse um pouco e eu termino de cuidar dele.
Jaebum ouviu a conversa e nem mesmo se interessou por ela, se desconectando de alguns aparelhos que o supervisionava seus sinais vitais, afim de querer se levantar para ir embora dali.
_Opa, opa. Espera aí, rapaz. – Luna o segurou, fazendo-o deitar novamente. – Você não pode sair daqui.... Você foi operado não faz muito tempo.
_Além de que é um prisioneiro aqui. – Reforçou Beatriz.
Prisioneiro? Jaebum avaliou o local que estava e notou que era um tanto quanto semelhante ao que fora procurar por Young Chul. As paredes se erguiam com grandes blocos de pedra e tinha uma mínima iluminação, as meninas trabalhavam com o auxílio da luz de um lampião e o cheiro de sangue dominava o lugar.
Um sentimento de desespero e alivio tomou o coração de Im naquele momento. Desespero por saber que estava preso, provavelmente na mão do governo e que seria torturado para dar as respostas que os militares iriam querer. Alivio por saber que era tão "importante" que se deram ao trabalho de o trazer de volta à vida e que não iriam tenta-lo matar novamente tão cedo.
_O que eu estou fazendo aqui? – Decidiu perguntar, se movendo na maca que estava e sendo segurado pelas garotas.
As duas se entreolharam como se decidissem pelo olhar quem explicaria ao rapaz, sentindo uma enorme dúvida se deveriam ou não contar. Elas estava ali apenas para prestarem serviços aos que lhe forçavam, não tinha permissão para sair por aí falando sobre os planos de seus superiores.

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Civil War
Fiksi PenggemarOnde em meio ao ódio das atitudes humanas, Im Jaebum, um manifestante contra as recentes atitudes tomadas pelo governo, acaba descobrindo o amor em Park Jinyoung, um jornalista que não tinha ideia dos reais problemas que a Segunda Guerra mundial est...