Capítulo 4

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Juliana estava na piscina conversando com as pessoas animadamente.
Eu fiquei tão feliz e surpresa que nem sequer pensei muito que talvez ela ficasse constrangida com minha chegada.

Eu me aproximo da piscina, Juliana usava um maiô de girassol que combinava perfeitamente bem com seu corpo.

— Juliana! — Eu a chamo.

—Licença pessoal — Ela diz para as pessoas ao qual conversava, e vem até a borda. — Você está se sentindo bem, Danda?

— Estou ótima. — Eu estava com um sorriso radiante. Havia sido uma noite perfeita. — Eu tinha ficado preocupada com você mas parece que está tudo bem.

— Sim, está tudo ótimo, agora vai lá e volta para seu namoradinho. — Juliana estava com uma cara de ciúmes, eu até entendia, éramos irmãs.

— Não fica assim, eu te amo, sabia?

Eu aperto as bochechas dela, ela reclama e me puxa pra piscina.

— Caralho Juliana, eu não trouxe outra roupa! — Eu falo furiosa.

— Eu trouxe, qualquer coisa te empresto. — Ela fala com um risinho.

•  •  •

A festa tinha sido incrível, eu e Liana ficamos por mais um tempinho antes de virmos para casa, eu pedi um urber.

O caminho todo fui pensando em Léo, ele era o cara da minha vida me lembro como se fosse ontem o dia que o conheci...

Eu iria dormir na casa da minha prima porque meu pai ia viajar, assim que chegamos deveria ser umas 23:40, eu esperava que entrássemos na casa e fôssemos dormir, porém, Tia Amanda e Tio Gustavo estavam esperando agente na sala

Foi algo bem supreendente já fazia bastante tempo que eu não via Tio Gustavo, ele estava o mesmo de sempre com uma barba feita e cabelo arrumado, seu rosto não demostrava nenhum sentimento.

Ele fez um sinal para que agente se aproximasse, me arrependi de ter bebido.

— Boa noite meninas, aonde estavam? — Tio Gustavo pergunta impassível.

— Boa noite pai, estávamos na casa de Leonard, fomos convidadas para uma festa. — Liana responde, toda vez que ela fala, ela gesticula, eu acho bonitinho.

— Interresante, precisamos que você nos faça um favor. — Quem fala agora é a Tia Amanda.

— Queremos que você vá para o Rio de Janeiro, e fique por seis meses lá. — Diz o Tio Gustavo.

— Por que? — Eu também estava curiosa.

— Minha filha, você foi adotada, sua família biológica deseja te conhecer. — Liana estava tão surpresa quanto eu. — Nós te amamos muito, sei que parece assustador, mas é necessário que vá. Sei que está cheia de perguntas.

— Nós somos tão parecidas... — Juliana não parecia atingida, mas eu sabia o quanto estava magoada.

— Você é filha da minha irmã. Não a Sophia, mas a minha outra irmã, ela se chama Emilly. — Tia Amanda explicava calmamente. — Ela tem dois filhos: Victor Hugo e Camilla, eles são mais velhos que você. Seu pai biológico se chama Rafael.

— Por que vocês me adotaram? — Juliana perguntava, senti sua voz frágil.

— Você era um bebê muito bonito, minha irmã havia te abandonado, você tinha poucos dias de vida. — Tia Amanda começou a chorar. — Era Apenas um bebê frágil abandonado para morrer.

— Assim que te vimos, soubemos que precisava de uma família, e nós fomos ela por muito tempo. — Tio Gustavo continuou. — Emilly e Rafael sempre mandaram mensagens, no início não respondemos mas depois foram virando ameaças, até que eles fizeram algo, se lembra de quando fomos assaltados?

— Sim. — Liana e eu falamos em unisso.

— Eram eles, ficamos assustados, eles irão parar se você for ao Rio e ficar lá os seis meses. — Tio Gustavo parecia cansado, reparando melhor. Talvez estivesse resolvendo esse problema. — Já está combinado.

•   •   •

Eu ajudei Liana a fazer as malas ela não parecia muito bem com a notícia, ela não queria ir, mas foi forçada. Não falamos muito, sem ser o dia de amanhã, ela iria no seguinte.
  Eu imaginava o que Juliana sentia, então fiquei quieta e respeitei o espaço dela. Eu queria falar sobre Léo, e o motivo dele me pedir desculpas.
 
 Antes de dormir, comemos alguma coisa na cozinha. E quando estávamos deitadas na casa de Liana ela falou:

— Você acha que eu irei gostar deles? — Não podia ver o rosto dela, está escuro, e ar está ligado.

— Acho que sim, você é a pessoa mais doce que eu conheço, por mais que no início pareça indiferente, eu sei que você se importa. Você sempre se importar. — Estávamos próximas uma da outra então eu a abracei, e fiz carinho nos seus cabelos.

— Obrigada. — Juliana falou com a voz chorossa, ela não se abria para qualquer um, eu acho que sou uma das únicas pessoas já a viu chorar. — Eu estou com medo.

— Me promenta que se qualquer coisa acontecer você irá me ligar, se alguém tentar encostar um dedo em você, Liana. Eu juro que farei essa pessoa sofrer. — Não estava mentindo, Juliana era minha irmã. Nada iria acontecer com ela.

— Eu prometo! — Não reclamei quando ela chorou, ela já esteve ao meu lado em muitos momentos, em noites chorossas e solitárias.

    Éramos feitas de porcelana, as pessoas ao nosso redor querem nos controlar, tudo roda em volta do dinheiro, sobrenome e reputação.
   Parecíamos fracas e indefesas, mas somos feitas de titanium, não de porcelana.

•    •    •

Dois dias depois...

  Todo mundo foi com a Juliana, todos estavam lá para ver ela embarcar, como era de primeira classe, podíamos ficar tranquilos.
    Acho nunca vi a família toda reunida, em alguma situação que não fosse natal, ano novo ou uma festa para patrocinadores.
    Gravamos storys e postamos no Instagram, não falamos o motivo da ida até lá. Tia Sophia e meu pai até choraram, eu também.
  
    — Não se esqueça de ligar todos os dias. Agente vai sentir saudade. — Tia Sophia fala com Juliana, enquanto a abraça.

— Eu ligarei. — Juliana usava uma calça jeans clara, uma blusa branca de manguinhas e um blase rosa claro.

  — Quando você chegar, vai receber uma ligação do seu irmão. — Todos ficaram desconfortável, quem falava era o Tio Gustavo. — Juliana você ficará na casa deles, qualquer coisa use o cartão ilimitado.

— Tudo bem, pai. — Juliana o abraça, e finalmente embarca.
Deixando sua família pra trás, para começar uma nova vida

 

Filha do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora