Hoje é sexta-feira e como de costume estou indo ao hospital visitar minha mãe.
Minha mãe foi espancada até desmaiar pelo seu chefe, ao negar qualquer outro tipo de relacionamento com ele sem ser o de trabalho. Naquele dia minha mãe quase morreu por uma enorme hemorragia interna em seu abdômen. Mas tudo "deu certo", a hemorragia foi tratada e tudo "voltaria ao normal"... só que ninguém esperava que havia um problema em sua cabeça. Teve tanto foco em seu abdômen, que acabou resultando em nenhuma atenção a um lugar tão importante, e assim, pela falta de atenção dos médicos, ela entrou em coma.
Eu estava com um buquê de margaridas na mão - que eram as flores preferidas de minha mãe -, e estava entrando no elevador, quando reparei que havia homem do outro lado do eleveador, e ele não parava de me olhar. Não estranhei muito no começo, qual mulher nunca foi encarada não é mesmo? Só que o idiota começou a falar:
- Se você me der uma chance eu te dou a melhor transa que você já teve - Dito isso ele deu um tapa na minha bunda, o que acabou me deixando com raiva, surpresa e ao mesmo tempo, constrangida. Me viro para ele na mesma hora.
- Qual o seu problema?! Tem uma plaquinha na minha testa dizendo que vim aqui na intenção de encontrar um cara e transar com ele?! Não encoste mais nenhum dedo em mim!
- Adoro uma mulher bravinha - Disse sorrindo enquanto me abraçava pela cintura, o que me assustou muito e me fez derrubar o buquê no chão.
- Me solta!
- O quê? - o idiota se fazia de desentendido.
- Eu disse para você me so...
- Solta ela! - Disse um outro homem que se virou e encarou o idiota ao meu lado. Eu não havia reparado que ele estava no elevador. Não até agora.
- E quem é você para mandar com que eu faça alguma coisa? É o papa? Deus? - Disse rindo e começou a me aproximar mais a ele. Nesse momento eu já não me continha mais e estava chorando.
- Não, eu não sou Deus, mas posso fazer você se encontrar com ele se não soltar a moça!
- Aí aí... Não se pode divertir mais nessa sociedade.Neste momento ele me soltou e eu me afastei dele e fui para perto da porta, com pressa para sair dali, mas "o idiota" não calou a boca.
- Por quê você estava ajudando ela? Cara, mulheres são para isso mesmo! Elas servem para nos saciar de todas as for...
O outro homem o impediu de terminar a frase e lhe deu um soco.
- Que bom que você está no hospital, - ele se abaixou perto do "idiota", que estava com a mão na boca para tentar fazê-la parar de sangrar - assim você pode pedir para consertarem sua boca e também a sua cabeça.
O elevador abriu nesse exato momento e eu corri para fora e fui direto para o quarto da minha mãe, e abracei seu corpo.
- Mãe... Por favor, volta! - já dizia em lágrimas - um homem... ele... eu não consegui me defender! Eu congelei! No começo eu estava firme, mas depois... eu... Mãe, por favor... volta!
Fiquei abraçada ao corpo da minha mãe por um longo tempo e acabei dormindo. Acordei ao ouvir barulhos pela porta. Me levantei pensando que era a enfermeira vindo me dizer que o horário de visita já havia acabado, e comecei a juntar minha coisas, e a calçar o tênis que havia tirado, para se deitar com minha mãe.
- Eu já estou indo embora. Eu perdi a noção do tempo...
- Você não precisa ir embora, eu só vim lhe entregar isso!Eu olho para cima e vejo o mesmo homem do elevador, só que agora ele estava com um sorriso simpático no rosto e com as mãos erguidas em minha direção, com o mesmo buquê de margaridas na qual eu entrei no hospital.
- Ah, obrigada! - Digo enquanto pego o buquê de suas mãos - Como você me achou aqui?
- Eu apenas voltei, e desci no mesmo andar que você, e perguntei sobre uma moça com cabelos castanhos a recepcionista do andar.
- Desculpa te dar trabalho...
- Na verdade, foi divertido procurar você. Me senti o Sherlock Holmes! - diz sorrindo - Me desculpa a demora, mas tive que visitar minha irmã antes.
- Ela está bem?
- Sim, ela acabou de dar a luz à gêmeos! Bom, meu trabalho está feito! Tenho que ir. - Depois disso ele se vira e começa a andar em direção a porta, mas para e se vira no mesmo instante em que eu agradeço.
- Obrigada! Obrigada, por ter me defendido no elevador, eu não sei o que teria acontecido sem você lá.
- E eu peço desculpas por ter tido que escutar aquelas palavras... A propósito, me chamo Tayler!
- Me chamo, Karine.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mini Histórias Para Refletir
Random"- Vocês a envenenaram! Não literalmente, mas com palavras! Com discursos de ódio! Com julgamentos e desrespeito! Mataram a mulher que eu amava, apenas por ela me amar também! Então, por isso... talvez a morte seja vocês." Gênero: Crônica