Sim.

82 7 0
                                    

- Mãe... Sorria!! - Exclamei, ao observar a sessão de fotos do casamento.

- Eu estou sorrindo!

- Não force tanto, seja sincera com o seu sorriso...

Me chamo Emma, tenho 16 anos, e estou no casamento da minha mãe. E ela está se casando pela segunda vez.

Nós perdemos o meu pai há 3 anos, em um acidente de carro; depois do ocorrido a tristeza da minha mãe era cotidiana, bom... era. Ela conheceu um homem enquanto fazia compras, e a partir daquele dia eles começaram a sair.

Mesmo eu achando imprudente se casar com apenas 7 meses de namoro, não me opus. Se esse relacionamento irá trazer minha mãe de volta, por quê, não?

Estamos tirando fotos antes dos convidados chegarem. Pois é! Minha mãe é a única noiva que chega adiantada em seu próprio casamento.

Depois de alguns minutos minha mãe entrou em um chalé que havia no local, e por lá ficou até todos os convidados chegarem e o casamento começar.

O casamento se iniciou exatamente no por do sol, realçando os tons do casamento e aumentando ainda mais sua beleza.

...

Hoje completa exatamente 1 ano de casamento da minha mãe e "meu pai". E durante esse tempo, minha mãe se animou muito e digamos que a casa ganhou mais cor.

Eles estão marcando de jantar hoje a noite, e marcando para que eu durma na casa de outra pessoa... eca!

O almoço foi divertido e animado. Os dois ficaram conversando sobre planos de viagem, o que me animou muito!

Depois de almoçar, fomos para a sala ver um filme, mas não durou nem 30 minutos. O hospital ligou para minha mãe e pediu que ela voltasse e fizesse um plantão hoje, e a única resposta disponível era um "sim", e acabou que com a ida dela a casa ficou sem graça, e o filme também.

- Olha, Ethan, eu vou subir, continue vendo o filme.

Me levantei, e fui, sem esperar por uma resposta.
Ao chegar na porta sinto uma mão agarrar meu braço, me fazendo virar.

- Ei, Amy, que tal você me ajudar a comemorar esse dia? - Disse enquanto me puxava para perto dele, me causando repulsa.

- O que você está falando?! Me solta!

- Ah, qual é? Não acha que eu percebi quando você olhava para mim? - Começou a abraçar minha cintura, ignorando o fato de eu o empurrar com as mãos.

- Você é louco! Me solta! - Tento me afastar dele, mas ele volta a agarrar meu braço e começa a me puxar para o meu quarto - Me solta! Eu vou começar a grit...

Nesse momento sinto a sua boca na minha, o empurro e dou um tapa em sua cara e nesse exato começo a correr, mas caio quando sinto algo puxar meu cabelo.

- Não pensei que fosse dessas que gostam de apanhar para sentir prazer! - Ele me puxa novamente pelo cabelo, o que fez minha cabeça começar a latejar e uma tontura se iniciar seguidamente - Você vai gostar disso! - Ethan, sobe em cima de mim e começa a beijar meu pescoço e a desabotoar minha blusa.

- Por favor... - Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto - Por favor... não faça isso!

- Você é uma garota má, em? - Ouço sua risada, o que me fez voltar a realidade e tentar novamente me defender.

- EU JÁ DISSE PARA ME SOLTAR!! - Grito e chuto a região entre suas pernas, e ao ver ele cair, me levanto. Mas sinto uma mão puxar meu pé e caio. Depois disso vejo tudo preto e adormeço.

...

Acordo e sinto minha cabeça latejar e na região entre minhas pernas, sinto uma dor insuportável. Eu sinto como se meu corpo estivesse sujo, e eu... tenho nojo de mim! Tenho nojo daquele homem!! Como ele teve a coragem?!! Quem ele pensa que é para fazer isso comigo??!!

Eu... preciso me levantar, tenho que tirar isso! EU PRECISO TIRAR ISSO! Tento me levantar, mas sinto minha cabeça girar e minhas pernas me abandonarem no momento em que preciso delas, e assim elas me causam outra queda.

Começo a me rastejar em direção ao banheiro, que não estava muito longe. Empurro a porta e entro, chego até a banheira e abro a torneira para enche-la. Me encosto na parede e percebo que meus olhos estão a acompanhar o ritmo da água e só reparo que o tempo passou, ao sentir a água da banheira transbordar e me molhar.

Junto todas as forças que consigo e entro na banheira... minha camiseta estava rasgada e minha calça não estava em meu corpo, o que me lembrava mais e mais da minha desgraça, e consequentemente aumentou minha dor.

Retiro a camiseta a jogando o mais longe que posso, e começo a esfregar meu corpo, mas por mais que eu passe sabão, esfregue, enxágue, passe sabão, esfregue e enxágue, eu ainda sinto ele me tocando, ainda sinto o seu cheiro, e isso me da repulsa!! Me dá vontade de vomitar!! Eu não consigo tirar ele de mim e isso está me sufocando, está doendo tanto...

Por quê?! Por quê continuar?! Por quê permanecer com essa dor?! Eu não quero! EU NÃO QUERO!!

Começo a me afundar na banheira, e me sinto abraçada; a falta de ar não me incomoda, ela me alegra, a dor... está sumindo. Sinto sono... devo fechar meus olhos? Devo... me permitir?!

Sim.




































Esclarecimentos:

Este capítulo, não é uma tentativa de romântizar a morte nem o estupro.

Esse capítulo foi escrito para mostrar o que se passa na casa de muitas garotas no Brasil.

O estupro é crime!

Se você souber de algum caso, não fique calada(o)! Denuncie!

 Mini Histórias Para RefletirOnde histórias criam vida. Descubra agora