Capítulo 26°

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Nina

Quarta - Feira
03:59 PM

ㅡ Eu não cometi pecado para me confessar. ㅡ ele diz quando me viro.

ㅡ Para você confessar um pecado é mais fácil que desabafar. ㅡ seguro a maçaneta para abrir a porta e ele empurra a mesma me fazendo virar bruscamente e dar de cara com seu peitoral...e que peitoral.

ㅡ Por que é tão importante para você que eu fale sobre meu passado? ㅡ ergo meu olhar para seu rosto.

ㅡ Para te ajudar. Que parte não entendeu que eu preciso saber disso para saber como te ajudar? ㅡ ele abre a boca e eu o corto. ㅡ Você não acha que já carregou isso sozinho tempo de mais?

ㅡ Eu entendi que você quer me ajudar...e quer saber? Isso vem me atormentando todas as noites "a que ponto cheguei, meu pai contratou uma psicóloga para me ajudar...uma psicóloga" esse tipo de pensamento vem me atormentando desde que você entrou aqui. ㅡ ele diz sem tirar seus olhos do meu.

ㅡ É por isso que não fala nada para mim, porque não quer aceitar ajuda de uma psicóloga. ㅡ e mais uma vez eu o corto antes que o mesmo comece a falar. ㅡ Sabia que uma psicóloga não deve ir para casa do paciente e beber com ele? Antes mesmo disso eu já tinha me esquecido quem eu realmente sou e acabei me envolvendo mais do que devia. E sabe de uma coisa, eu tomei uma decisão, que está mais do que certa, eu irei falar com seu pai, irei dizer que já não cumpro com minha obrigação e acabei me perdendo no meio do caminho...eu fiquei confusa e confundi as coisas...eu já não tenho capacidade para ficar na empresa como a psicologa de Damon Vetele. ㅡ digo olhando para o mesmo. ㅡ Se eu sair agora, não irei fazer bagunça na vida dele...

ㅡ Nina...

ㅡ Uma psicóloga não deve entrar na vida do paciente sem seu consentimento...ㅡ eu queria desviar meu olhar do dele, eu não queria olhar aqueles olhos lindos...talvez eu não aguentaria e acabaria chorando. ㅡ Uma psicóloga não deve ser tão sentimental, uma psicóloga deve saber a distância que deve tomar da vida do paciente ㅡ ele revira o olho. ㅡ Uma psicóloga...ㅡ seu rosto estava perto suficiente para sentir sua respiração. ㅡ Não deve se apegar...ㅡ seus dedos deslizam em minha boca. ㅡ Uma psicóloga....ㅡ seus dedos tocavam a curva do meu pescoço. ㅡ Uma psicóloga...

ㅡ Uma psicóloga? ㅡ meus olhos estavam fechado, mas sabia que ele tinha um sorriso nos lábios.

ㅡ Uma psicóloga com toda certeza deve manter distância fisicamente de seu paciente. ㅡ digo, abro os olhos e me afasto dele. O mesmo faz a mesma expressão que fez no elevador. ㅡ Não estou agindo como uma psicóloga deveria agir. E é por isso Sr.Alessandro que eu estou me retirando não só caso do seu filho, mas da vida dele também.

ㅡ Você deveria parar de me cortar e ouvir o que eu tenho a te dizer. ㅡ ele chega mais perto. ㅡ Apesar de eu ficar frustrado por meu pai ter contratado uma psicóloga...nos últimos dias eu desejava que você não agisse como uma, desde que te vi entrar por essa porta eu pensei "mais uma que vai ser demitida", porém antes de ter esse pensamento você já tinha invadido minha mente quando entrou por aquela porta... o que mais me chamou atenção em você foi seus olhos...além de ter uma cor linda, seu olhar é sincero e sem julgamento. Por noites eu não conseguia tirar da cabeça o quanto seus olhos são bonitos. Então me lembrei de uma frase que li em algum livro... "Eu soube que era você no segundo em que te vi atravessar a porta. Eu soube que era clichê no momento em que coloquei esse ponto final na frase anterior".

ㅡ O que você quer dizer com isso? ㅡ sim eu estava prestes a ter um infarto.

ㅡ Que talvez você seja meu clichê.

ㅡ Viu, é por esse tipo de coisa que eu preciso me afastar, eu não posso ficar perto de você Damon...estou aqui como uma psicóloga, só que agora já não sei o que sou...ㅡ ele coloca um dedo em minha boca.

ㅡ Eu não me dei conta o que estava acontecendo comigo até ontem a noite. Você talvez não se lembre, mas aquela noite você me fez ver o que eu estava perdendo vivendo no passado e não no futuro. Você não precisou dizer nada, apenas me mostrou...me mostrou o quanto eu estava desperdiçando a oportunidade de ser feliz novamente. Foi nessa noite que vi que eu não queria que você fosse a psicóloga que meu pai contratou, nessa noite desejei ter te conhecido antes de ter entrar por essa porta. ㅡ seu rosto mais uma vez estava próximo do meu. ㅡ Eu não sabia que estava em conflito com você mesma entre ser você mesma e ser uma psicóloga, até você dizer. Saiba que eu não direi nada sobre meu passado por não confiar em você, mas sim porque não quero que se envolva. ㅡ nessa altura do campeonato já tinha esquecido o que eu tinha decidido.

ㅡ Me envolver em que? ㅡ ele esboça um sorriso de lado e segura meu rosto com duas duas mão.

ㅡ Você é curiosa de mais...ㅡ antes mesmo de eu assimilar qualquer coisa ele me beija e eu com certeza retribui. Confesso que eu estava ansiosa para beija-lo novamente.

Essa seria a terceira vez que ele me beija? A primeira foi bom, a segunda foi melhor, a terceira está sendo ótima...e tenho medo de ansiar pela quarta vez. Alguém da duas batidas na porta, tento sair do seu braço mas ele me prende mais ainda e tranca a porta sem soltar meus lábios.

ㅡ Sr.Vetele? ㅡ ouvimos a voz de Yang Mi. Em vez dele me soltar o mesmo faz com que minha costa fica colada com a porta. ㅡ O Sr.Angelo está aqui para falar com o senhor.

ㅡ Damon...ㅡ sussurro entre o beijo.

ㅡ Tem certeza que ele está aí? ㅡ Angelo pergunta.

ㅡ Sim, já tem um tempo. A Srt.Santori também está com ele. ㅡ diz a boca grande da secretaria.

ㅡ Há...ㅡ Angelo diz e tenho certeza que ele deve estar sorrindo agora.

ㅡ Hey...ㅡ finalmente Damon me solta e me olha com aquele olhar de quem está frustrado. ㅡ Eu vou pra minha sala. ㅡ levo minha mão para destrancar a porta e ele segura minha cintura e me vira novamente.

ㅡ Não fale com meu pai sobre sair daqui...depois a gente conversa. Promete? ㅡ ele me encarava esperando por uma resposta.

ㅡ Tudo bem. ㅡ digo e ele sorri.

Abro a porta tentando me camuflar de todas as formas do olhar de Angelo.

ㅡ Olá Nina. ㅡ ele diz limpando a boca como uma mulher faz quando está com o batom borrado. Tempo a boca com a mão e saio o mais rápido que posso, no caminho até minha sala ouço a risada do infeliz do Angelo.

Suddenly It's Love - De Repente é AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora