//1// Bye L.A.

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Maddison's POV

- Mamã! Mamã!! - uma criança gritou para a sua progenitora enquanto apontava para uma barra de chocolate.

O quanto eu odeio crianças. Para mim eram como criaturas totalmente irritantes, que não sabem fazer mais nada que estoirar a carteira dos pais e fazer birras.

Dirigi-me à caixa para pagar a palete de maços de tabaco da Marlboro Gold 100's e a garrafa de água que queria comprar, no entanto, como a loja estava praticamente vazia, visto que eram 7h30 da manhã, não havia fila nenhuma.

Dei por mim a ir contra um rapaz que trazia consigo uma mala de viagem preta com o símbolo da Ripcurl na cor vermelha e com a mesma palete que eu.

Os nossos olhares cruzaram-se durante meros segundos, provavelmente à espera de um pedido de desculpas.

- Vê por onde andas! E ao menos pede desculpa para a próxima - eu resmunguei ao moreno que se encontrava à minha frente.

- Tu é que foste contra mim! Eu não tenho de pedir nada - ele ripostou, olhando-me de alto a baixo com desprezo. Pelo seu sotaque percebi que era inglês.

- Desculpa? Eu estava muito bem a vir para a caixa, que caso não tivesses reparado, estava vazia, e tu chegaste atrás de mim!

- Isso é mentira! Eu vinha primeiro que tu! - o rapaz mais alto que eu continuava. Detestava ocasiões em que discutiam comigo quando eu sabia que tinha razão.

- Peço que se acalmem ou vão ter que sair - a senhora da caixa interveio no nosso desentendimento. - Venha o senhor primeiro.

Ele olhou para mim com uma expressão vencedora e um sorriso fechado como quem diz "É bem feito".

Bufei em frustração enquanto me punha atrás do rapaz irritante. Não estava à espera que a mulher o fosse "escolher" ao invés de mim.

Esperei que ele saísse da caixa para poder ter a minha vez de pagar aquilo que tinha na mão. Abandonei a loja Duty Free e dirigi-me para os bancos da zona de espera, aguardando o meu voo. Visto que ainda faltavam 30 minutos, decidi ir comprar alguma comida, se há coisa que eu detesto é comida de avião. Optei por uma cerveja e uma sandes de queijo.

Coloquei os fones nos ouvidos e conectei-os ao meu telemóvel para poder ouvir música. Acabei por optar pela "Wait a Minute!" da Willow Smith, o quanto eu adorava a voz desta miúda.

Para mim, ouvir música foi sempre uma forma de me desconectar do mundo e concentrar-me em uma coisa apenas, em vez de trinta mil como acontece na vida real: sentir. É algo particularmente imprescindível na vida de uma pessoa, na minha opinião, e penso que seja uma coisa que falte à maioria da população, o que é deveras incompreensível pelo facto de ser uma coisa tão simples. Como é que algo tão simples e tão fácil escapa às miseráveis vidas dos seres humanos?

Algo me fez acordar dos meus pensamentos, uma carteira que caiu no chão à minha frente. Apanhei-a e entreguei-a à pessoa à minha frente, que me agradeceu mas logo ficou com uma expressão repulsiva. Era o rapaz que tinha encontrado à pouco.

Revirei os olhos e voltei para o meu mundo enquanto via o rapaz a afastar-se para uns bancos mais à frente, ficando de costas para mim.

Ouvi a voz irritante da típica mulher que fala nos altifalantes dos aeroportos a anunciar que faltavam apenas cinco minutos para o meu avião descolar, fazendo-me levantar do meu lugar e dirigir-me para o mesmo.

Não gostava de ir logo à primeira chamada por causa da quantidade de criaturas que ficava na fila, cheias de pressa para entrar no avião, simplesmente não tinha paciência para levar com tanta gente em cima.

Mostrei o meu bilhete juntamente com a minha identificação e prossegui com o meu caminho. Assim que entrei no avião, pus a minha mala no respetivo compartimento e sentei-me no meu lugar que, para além de ser à janela, o que era francamente bastante melhor e mais sossegado, não tinha ninguém ao meu lado, o que era o que eu mais gostava porque assim estava mais à vontade.

Pousei o meu computador, a minha câmara e a minha bolsa de cintura no assento ao lado do meu, e pus os fones nos ouvidos novamente, desta vez para ouvir a Bellyache da Billie Eilish. Encostei a minha cabeça ao rebordo da janela e fiquei simplesmente a observar o mundo lá fora, abstraindo-me completamente de tudo à minha volta. Como não tinha a música relativamente alta, consegui ouvir a voz do piloto a soar por toda a estrutura, indicando que em breve ia levantar voo. Ignorei as instruções de segurança demonstradas pelas hospedeiras de bordo, visto que já as tinha ouvido dezenas de vezes, e não era mais uma que me faria morrer de uma pior ou melhor forma caso o avião se despenhasse.

Apertei o meu cinto e senti o avião a arrancar, algo que eu detesto, assim como as aterragens. Fiz os possíveis para ignorar a situação e rezei para que a estrutura estivesse no mais alto dos céus o mais rapidamente possível. Assim que o senti a voar plano, suspirei de alívio e aproveitei para olhar com mais atenção para a cidade abaixo de mim. Foi algo que eu sempre gostei de fazer desde pequena, aliás, eu sempre gostei de voar.

Liguei o computador e a minha câmara e conectei os dois para que pudesse passar as fotos de um dispositivo para o outro. Acho que sou dos únicos seres humanos de vinte anos que adora o rumo que tomou em relação à carreira que escolheu seguir. Fotografia foi o curso que eu sempre quis ter, e não me arrependo nada de ter ido por esse caminho e, sendo que fui das melhores alunas do meu curso, tenho imensos estágios concluídos e viajo bastantes vezes por causa de propostas de trabalho. Esta é uma de muitas dessas vezes que o estou a fazer. A diferença é que só fui uma vez a Inglaterra e foi para visitar a Kat, a minha melhor amiga. Desta vez vou lá por causa de uma photoshoot que a agência de modelos Storm me convidou a fazer.

Estava tão ansiosa por esta nova etapa, adoro trabalhar com agências de modelos.

Olhei pela milésima vez para a janela ao meu lado e sorri apenas para me despedir da cidade que eu tanto gosto, a minha cidade mãe. Los Angeles.

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N.A.

Olá malta, espero que tenham gostado do primeiro capítulo desta história! Não tenho horário definido para a publicação desta fanfic, mas prometo publicar sempre que conseguir.

Se tiverem alguma dúvida sobre algo que não tenham percebido, estão à vontade para comentar ou mandar-me DM.

Queria que soubessem também que também vai estar disponível uma versão inglesa para quem preferir ler em inglês e para chegar a uma audiência maior e diferente, por isso, caso a queiram ler, já sabem.

Vejo-vos no capítulo 2 da Storm!!

Val xx

Storm [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora