Capítulo 2 lembranças

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Jesse

Doug havia mudado muito. Quando ele levou o New na escola eu nem percebi que se tratava do filho do Pietro. Ele estava tão diferente, tão bonito. Eu morei em Londres por muito tempo, lembro que, quando fui embora estava apaixonada por ele. Doug ainda usava seus óculos e era um garoto magricela, mas eu o amava tanto. Passei anos estudando para me tornar professora e assim voltar para Verona. Eu havia esquecido esse passado distante. Agora lembro quando Julian disse que Doug havia casado com uma americana, ela devia ser a mãe do New.

Terminei o meu prato e logo pedi licença, tinha que estar em casa antes das três, Julian iria sair, e eu ficaria de baba do Lucas. Minha irmã se casou com o irmão do Doug há quatro anos, e eles tiveram Lucas que tinha apenas três anos.

– Já vai tia Jesse? Perguntou o pequeno New com o rosto melado de creme.

– Sim meu querido. Tenho que ficar com Lucas, Julian vai trabalhar e o pequeno vai ficar comigo. Disse fazendo carinho em seus cabelos negros. Eu me sentia ligada a essa criança, era algo que eu não entendia bem. Eu não queria problemas com Doug, sei que me sinto atraída, mas não quero um relacionamento, não depois do meu noivado recentemente desmanchado graças ao idiota do Richard. Não quero nem sonhar com relacionamentos.

– Seu filho? Perguntou Doug finalmente falando comigo.

– Não, sobrinho. O filho do Romeo e da Julian...

– Eu havia me esquecido que você é irmã da Julian. Ele se desculpou coçando a nuca.

– Tudo bem, estou indo seu Pietro. Obrigada pela comida maravilhosa. Disse beijando a cabeça daquele senhor que tantas vezes tomou conta de mim e da Julian.

– Venha quando quiser minha querida. Ele beijou minha testa como sempre fez. Eu tinha acabado de voltar de Londres e estava morando sozinha na antiga casa de minha mãe. Era muito difícil, dona Victoria havia morrido muitos anos atrás. Eu tinha 13 e a Julian 16. Fomos morar com Pietro e seus 5 filhos, até a Julian começar a trabalhar e fazer faculdade para sustentar-nos, eu acabei ganhando uma bolsa para um internato em Londres. Eu morei lá até meus vinte e cinco anos. Formei-me em pedagogia, fiz uma pós e decidi voltar para Verona para ficar perto da minha irmã, cunhado e do meu sobrinho, eles eram a minha única família. Comecei a dar aula para as crianças da escola Piccola Stella este ano e me apaixonei pelos bambinos da primeira série.

Já no carro, dirijo um pouco até minha casa. Comecei uma reforma assim que cheguei aqui, troquei janelas, portas, a cor das paredes. O que eu mais amava nessa casa era o jardim que, assim como toda boa casa italiana, era cheio de vigas e roseiras. Minha mãe amava o jardim. Meu pai nos deixou quando éramos crianças e ela nos criou sozinha e com muito amor. Foi difícil pra nós duas quando ela se foi. Mesmo assim, Julian não se deixou abalar. Ela sofreu muito mais pressão do que eu, esforçou-se para conseguir nos sustentar e hoje ela era uma médica pediatra de sucesso. Minha irmã mora com Romeo não muito longe daqui. E eu fico com Lucas, meu homenzinho quando eles precisam.

Entrei em casa ouvindo o silencio. Fui tomar um banho e de repente meus pensamentos se voltaram para ele.

Nove anos antes

Eu estava no ensino médio, havia acabado de completar meus quinze anos. Doug era meu melhor amigo, nos conhecíamos desde crianças e vivíamos juntos, quando fomos morar juntos, nossa relação mudou. Eu me sentia constantemente atraída por ele. Uma noite lembro-me de sentir muito a falta de minha mãe, senti a necessidade de me aproximar das rosas que me lembravam dela. No casarão do seu Pietro havia um jardim com muitas roseiras que ficavam de frente para a estufa de vidro e madeira onde os meninos costumavam brincar. Na calada da noite coloquei chinelos e um casaco porque estava frio. Logo eu estava nos jardins sentindo a brisa no meu rosto, vendo o céu tão estrelado. Avistei as vigas de longe, e corri ao encontro delas. O vento era forte e bagunçava meus cabelos compridos. Na época eu os deixava na altura do bumbum. Toquei na rosa vermelha com carinho, lembrando-me das vezes em que minha mãe me comparava com ela. Como eu sentia saudade dela... As lágrimas deslizaram devagar, e aos poucos a dor da saudade ia junto com ela.

– O que você está fazendo sozinha há essa hora? Doug me surpreendeu de repente me fazendo pular de susto.

– Esta louco garoto? Quase tive um enfarte! Eu estava sem sono e quis dar uma volta nos jardins.

– Está muito frio aqui fora, você vai pegar um resfriado! Ele tirou um casaco que vestia e o passou pelos meus ombros me aquecendo. Seus olhos negros ficavam ainda mais bonitos sob a lua cheia.

– Obrigada... Disse corando. O vento ficou mais forte e logo começou a chover. Tivemos que correr até o abrigo mais próximo, a estufa de roseiras.

Ofegantes, conseguimos nos manter a salvo da chuva naquela casa de vidro escuro. Nos fundos da estufa havia um cômodo que os garotos usavam como um clubinho quando eram mais novos. Doug me levou até lá e ascendeu a pequena lareira. O cômodo ainda estava intacto. Tinha um grande sofá cama e uma pequena copa. Sentei no sofá enquanto ele preparava um chocolate quente. Fiquei olhando o fogo, sentindo aquele calor que me fazia relaxar enquanto a chuva forte lá fora fazia tudo balançar.

– Toma. Ele me entregou a xícara com o chocolate quente. Sentamos lado a lado no sofá, Doug estava bem ao meu lado, colado em mim. Meu corpo estava molhado e eu tremia de frio. Ele também tremia.

– Você vai com certeza me achar um tarado, mas, precisamos nos esquentar... Assenti para que ele continuasse. – Temos que nos livrar dessa roupa molhada.

Corei até a raiz de meus cabelos ruivos, mas acabei concordando, pois o frio estava vencendo.

– Vira pra lá. Tirei a única peça que eu usava, minha camisola, ficando só de calcinha. Procurei tampar os seios com os meus cabelos que eram longos o suficiente pra isso e mesmo assim coloquei os braços ao redor do peito.

– Já posso virar? Ele perguntou.

– Si-sim. Ele me olhou de cima a baixo e corou. Seus olhos não saiam da área onde meus braços estavam. Safado!

– Você está sem sutiã?

– Claro... Eu ia dormir oras! Disse constrangida. Sem falar mais nada ele tirou as próprias roupas ficando apenas de cueca e me puxou para um abraço. Meus seios estavam colados na pele dele gelada, logo os bicos endureceram e eu senti um arrepio na coluna. Era uma sensação estranha, uma coceira entre as pernas. Levantei minha cabeça e encontrei seu olhar, havia algo ali que eu nunca tinha visto.

– Jesse eu acho que estou apaixonado por você. Ele disse de uma só vez ficando vermelho e fazendo meu coração disparar. Há quanto tempo eu estava apaixonada por ele?

– Eu gosto de você há muito tempo, Doug. Disse olhando em seus olhos azuis e acariciando seu rosto sereno. Ele foi se aproximando até que seus lábios tocaram os meus. Começamos a aumentar o ritmo do beijo e quando percebi suas mãos já tocavam meu corpo inteiro, Doug me deitou no sofá destampando meus seios medianos de adolescente. Seus olhos varreram a superfície do meu corpo, apreciando tudo. Ele encostou a boca no meu pescoço beijando e sugando me fazendo suspirar e gemer involuntariamente. Ele continuou beijando até chegar aos meus seios onde ele sugou avidamente. Eram tantas sensações deliciosas. Sua mão escorregou para dentro da minha calcinha tocando e esfregando. De repente eu não podia esperar mais, eu queria mais. O tema virgindade era um assunto constrangedor, mas eu o queria dentro de mim.

– Doug, por favor... Implorei a ele.

– Tem certeza Jesse? Disse ele já tirando minha calcinha e logo em seguida a própria cueca.

– Sim. Tateando uma cômoda que ficava próxima ao sofá onde estávamos Doug abriu uma gaveta e pegou um preservativo dali. Vendo minha cara de interrogação ele logo tratou de explicar.

- Marcos traz algumas meninas para cá. Meu alivio foi imediato, o que o fez sorrir ao perceber os ciúmes que tinha por ele.

Ele foi gentilmente me beijou e devagar me penetrou. Uma dorzinha incomoda surgiu e ele parou de se mexer para que eu me acostumasse com seu tamanho. A dor passou e tudo começou a ficar bom demais. Doug se mexia cada vez mais rápido me fazendo gemer alto, sorte nossa que a chuva era barulhenta. A sensação era tão boa que logo já estava satisfeita e ele também, cansados dormimos um nos braços do outro.

Dias atuais.

Respirei fundo e procurei esquecer as malditas lembranças. Tantos anos tentando esquece-lo. Mesmo longe eu ainda pensava no cara que sempre fui apaixonada, o homem para quem eu me entreguei. Já era tarde demais para ter sentimentos adolescentes. Cada um seguiu com as suas vidas e foi melhor assim. Só me pergunto quando meu coração vai perceber isso.

Nunca é Tarde Para Ser FelizDonde viven las historias. Descúbrelo ahora