NUNCA MAGOE UMA BRUXA

O Nascimento

Capítulo 1
Escritor Anônimo

Era um dia chuvoso; os céus não estavam contentes com o que estava prestes a acontecer.
Uma mulher linda rastejava vagarosamente pelo campo. À sua frente havia uma cabana. Seus olhos azuis estavam vermelhos e cheios de lágrimas. Coberta por um manto, ela escondia a barriga, e sobre suas pernas escorria água, anunciando a chegada do bebê.
Sozinha na cabana, olhando de um lado para o outro, gemendo de dor. A porta se abriu, e uma bruxa entrou. Seus cabelos estavam trançados com ossos, e seu vestido negro estava ensopado pela chuva. Apesar disso, ela era encantadora.

— Minha menina — disse a bruxa, aproximando-se da moça e acariciando sua barriga.

— Me ajude, por favor — implorou a mulher, que já não suporta mais a dor.

— Vamos começar.

A bruxa começou a fazer os preparativos para realizar o parto. Muito sangue ficou coberto pela coberta da cama, e a bruxa temeu o pior. Ela tirou a criança e a cobriu com uma manta.

— Pronto, minha filha.

— Não! Não acabou! — Uma bruxa olhou para um jovem em pânico. Não podia acreditar: eram gêmeos.

A bruxa pediu novamente que a mulher tivesse tido forças, e ela obedeceu. Logo, a outra criança estava em seus braços, e a bruxa se envolveu em um manto. A moça, exausta, foi limpa e adormecida sob os cuidados da bruxa.

Pela manhã, um jovem despertou e ficou observando suas filhas por um tempo. Eram as crianças mais belas que já nasceram no reino.

— Aqui está o prometido — disse a jovem, entregando uma bolsa de moedas à bruxa, que brilhou.

— Vou cuidar delas como se fossem minhas.

— Obrigada — respondeu a jovem, triste. — Só mais uma coisa...

— Pode falar, criança.

— Não ensine bruxaria essas crianças!

— Não se preocupe. Eu não poderia ensinar, mesmo se quisesse. Não tenho o dom — respondeu a bruxa com um sorriso.

— Obrigada.

Um jovem saiu chorando.

Como poderia a única princesa do reino dos humanos, engravidar aos 17 anos e sem um pai? Ninguém poderia descobrir. Sua única salvação foi esconder as crianças de todos.

Ela voltou ao castelo às escondidas e sabia que aquela não seria a última vez que veria as crianças, mas esperava que demorasse o suficiente.