Lembranças

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Capítulo 2

Lembranças


Levantei-me logo atrás.


_ Hey, eu também não sou gay.

_ Mas você me beijou.

_ Não, eu não beijei você, aconteceu.

_ Aconteceu? Eu nunca beijei uma mulher antes.

_ Eu também não, eu poderia dizer que você me beijou, mas não, simplesmente aconteceu, estávamos ali, e rolou.

_ É tão normal pra você assim Lis?

_ Não. É estranho, foi uma loucura, um erro, não sei por que deixamos acontecer, mas já aconteceu.

_ Ok, eu preciso ir.

_ Hey, espera.

Segurei-a suavemente pelo braço. E Natalie evitou o meu toque.

_ Desculpe eu vou te levar até a pousada.

_ Não é necessário.

_ Você está com a chave do seu quarto? A recepção está fechada.

_ Estou, quer dizer não, droga, está com a minha irmã.

_ Eu te acompanho, pego a chave extra na recepção.

_ Não sei se é uma boa ideia.

_ Você pode ligar pra sua irmã então, se achar melhor.

Ela respirou fundo e concordou.

Caminhamos em silêncio até a pousada, entramos pela porta dos fundos. Após pegar a chave subimos pelo elevador, não trocamos uma palavra e nem olhares até chegar ao quarto. Eu estava tentando digerir aquele beijo, eu nunca tinha feito aquilo com uma menina, e estava tentando entender o motivo, uma razão de deixar acontecer, do envolvimento. Tinha sido um momento de carência para ambas? Talvez.

Assim que chegamos a frente ao quarto, abri a porta.

_ Pronto.

_ Obrigada. - disse ela assim que entrou -

_ Natalie, só uma coisa.

_ Diga.

_ Eu não posso me desculpar por algo que não fiz sozinha, apenas aconteceu, mas que fique claro. Eu não sou gay.

_ Ok, então, não vamos falar disso, vamos agir como se não tivesse acontecido.

_ Concordo, apague da sua cabeça.

_ Boa noite Lis.

_ Boa noite Natalie.

Deixei-a parada na porta antes mesmo que ela fechasse na minha cara, caminhei até o elevador. Voltei naquele momento, aquele beijo, toquei meus lábios, eu nunca tinha me sentido daquela forma com alguém, um beijo me causou tanta euforia, levei a mão ao meu coração estava acelerado. Assim que a porta se abriu, eu saí trêmula, não estava entendendo o porquê daquilo, aquela sensação estranha. Passei pelo salão de festas, tinha muitas pessoas no baile de carnaval, me encostei a parede, fiquei ali por um tempo observando as pessoas dançando, se divertindo. Por mais que eu tentasse, respirasse fundo, a cena daquele beijo estava impregnado a minha mente.

_ Oi gatinha.

Senti alguém tocar a minha cintura.

_ David.

_ Não ficou feliz em me ver? Eu estava quase indo embora, vim ao baile só pra te ver. Mas a sua mãe disse que você tinha ido embora.

_ Eu fui.

Um Amor de Carnaval (Lésbico) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora