Planos para o resgate

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- Drizzt, da casa Du'Uorden - Eu sorrio para ele, me contendo para não demonstrar o quão feliz eu realmente estava. Já não somos mais desconhecidos, então. - Eu vim para responder à sua carta, e saber o que você pretende fazer. - Ele continua.

- Bem eu... Agradeço que você tenha vindo, mas me sinto um pouco insegura com a sua pergunta. Você me repetiu com veemência que não trairia os seus irmãos. O que mudou desde então para que eu confie em você agora?

- Nada. Mas se você realmente pretende enfrentar esse exército, você precisa de ajuda.

Aquilo me pega desprevenida. Era verdade, eu sabia que era verdade - e eu queria confiar nele, queria a sua ajuda - mas a minha vida não seria a única que eu estaria arriscando se eu lhe contasse os nossos planos. Fico em silêncio por alguns segundos, e tenho certeza que meu conflito interno está estampado em meu rosto, mas ele espera respeitosamente pela minha resposta.

- Nós.... Pretendemos resgatar as pessoas que vocês tomaram como prisioneiras. - Digo, ainda hesitante, mas fortalecendo a parte de mim que me diz que eu posso confiar nele, que ele não é um homem ruim.

- Certo - Ele diz, e reflete por um instante sobre a minha declaração, enquanto eu debato comigo mesma entre parar de falar e confiar nele - A torre onde nos encontramos, ela não estará guardada amanhã.

- Certo - Falo hesitante. "Pode ser uma armadilha", eu posso ouvir os meus companheiros falando em minha cabeça, mas eu não quero acreditar que será uma armadilha. Eu quero que seja verdade. Ele parece perceber a minha hesitação e volta a falar.

- Veja, eu sei que você não tem razão para confiar em mim, mas é com os inimigos que se deve fazer paz, não com os amigos. Em algum momento nós teremos que confiar um no outro pela primeira vez, se você quer que isso dê certo.

Eu ouço suas palavras encarando-o, buscando em seus olhos um algum indício de malícia, mas não encontro. Mais uma vez eu acabo mergulhando no silêncio, mas dessa vez ele se estende de maneira desagradável enquanto eu me vejo incapaz de decidir como lhe responder. Finalmente, chego à conclusão que mesmo que eu quisesse dar-lhe uma resposta mais definitiva, eu não tenho poder para decidir o que faremos a partir de agora.

- Certo. Pensarei sobre isso. Obrigada. - Lhe digo, e ele assente com a cabeça, portando uma leve ansiedade, muito sutil.

- Preciso ir agora. - Ele diz, e começa a se afastar. Ele olha para trás novamente, com um olhar vago e pensativo - Nos encontramos em lados opostos de um campo de batalha novamente, mas eu não vejo um inimigo. - Ele termina me encarando, e aquilo alimenta ainda mais os conflitos em meu coração. Por um lado, felicidade queima meu peito, por outro, medo me domina por saber a reação que isso irá gerar em meus companheiros.

As Trevas de LamorOnde histórias criam vida. Descubra agora