Uma lição para Akutagawa

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Akutagawa acordou no dia seguinte, sentindo aquele cheirinho de lençóis limpos, o macio do travesseiro abaixo de sua cabeça e o aroma fresco de um quarto de verdade, não dos jornais sujos que cheiravam a papel, se espreguiçou e levantou calçando as pantufas que estavam embaixo da cama e eram um pouco maiores que seus pés.
Foi andando a procura da cozinha, sua barriga pedia comida.

Oda já estava acordado, preparando o almoço, pois Akutagawa acabou perdendo a hora, mas ele entendeu que era por causa de seus costumes antigos.

Ele retirou do fogão algumas panelas, colocando em pratos separados para arroz, feijão, macarrão e um pedaço de peixe e bife. Em seguida colocou a jarra de suco sobre a mesa, colocando nos copos devagar, olhando para ele.

- Oh, bom dia

Ele sorriu, tendo preparado realmente, um banquete na vista daquela pobre criança

Akutagawa sentiu o cheirinho de comida fresca e inspirou o aroma antes de sentar a mesa, realmente, ele nunca tinha visto também comida que seus olhos até brilhavam.

- obrigado, Oda-kun

Ele não sabia bem que tratamento usar, Oda não parecia tão mais velho que ele, mas parecia mais adulto, um San não ficaria bem para um adolescente.
Se ajeitou na cadeira e pensou em comer como sempre, usando as mãos, mas não o fez, pegou um garfo e se pôs a comer.

Oda olhou a felicidade do pequeno ao ser servido com um banquete, segurando uma tigela que estava no balcão e colocando no balcão, olhando para o relógio e depois para o pequeno novamente.

- Pode comer, já almocei
É tudo seu
E de sobremesa tem...gelatina

Ele sorriu falando devagar para causar um mistério no pequeno Akutagawa, indo até uma das cadeiras e se sentando em sua frente, o observando comer.

- está tudo tão bom, Oda-kun

Akutagawa estava deslumbrado com tanta comida, só esses dois dias ele tinha comido por uma semana, comeu mais um pouco e depois pegou um pouco de peixe com o talher e levou até a boca do outro, queria compartilhar o alimento como fizera com ele, seu olhar era puro, apesar de tudo que sofreu nas ruas, e ele sentiu a mesma pureza no outro, seja lá o que ele fosse realmente.

- abre

Oda sorriu abrindo a boca e abocanhando o peixe que Akutagawa levou até sua boca, fazendo o mesmo com ele.

- Está bom? Gostou da comida?

Oda não retirava o sorriso sincero de seu rosto, pois via que havia ajudado uma pobre criança, deixada a mercê nas ruas, para sobreviver por conta própria.

- está ótimo, Oda-kun

Quase podia se ver um sorriso no rosto do menor, abocanhou o peixe e o mastigou, já terminando de comer e pensou em como recompensar o generoso Oda-kun.

- quer que eu lave a louça?

- Não, não precisa
Pode ir descansar e deixar que eu lavo

Oda sorriu e levantou lentamente, colocando a louça na pia e começando a lavar de forma calma, com um sorriso no rosto.

Alguns meses se passaram e Aku ia todos os dias para o quintal ao sentir uma dor vinda de dentro de si, mas dessa vez ao se sentar em uma pedra ele tossiu, e não só isso, tossiu sangue. Seu peito doía muito, na verdade seu corpo inteiro doía e ele não sabia porque, estava doente?

- cof cof

Oda acabara de chegar em sua casa, pois somente agora largou do trabalho, retirando os calçados ao entrar e indo até os fundos olhando para Akutagawa.

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