Direito ao voto

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O movimento sufragista é um movimento social, político e econômico, com o objetivo de estender o direito de votar às mulheres. Participaram do sufrágio feminino, mulheres e homens, denominados sufragistas. As sufragistas, que vieram em torno de 1920, são consideradas militantes do 1° movimento feminista, no entanto, diferente das feministas da década de 60, ou a ''2° onda feminista", as sufragistas eram muito diferentes, e até bem conservadoras. O livro ''Sexo Privilegiado'' de Martin Van Creveld aborda e compara as feministas com as sufragistas. As sufragistas eram mulheres que se baseavam na família, e não tinham vontade de erradicar a natureza feminina. Inicialmente, as sufragistas nunca planejaram conquistar o direito ao voto universal. Emmeline Pankhurst, a heroína sufragista, na verdade exigia o direito de voto para mulheres dentro da aristocracia, não pra mulheres do povo, mas para mulheres do seu grupo (elite). E foi tão longe como podia financiar (sim, ela tinha muito dinheiro)

Não pensem que o direito ao voto era algo exclusivo para qualquer homem. Em alguns lugares, votar era ato de pessoas mais velhas ou ricas. Com o tempo os governos perceberam que eleitores são fonte de poder, se bem enganados. No Brasil, só tinha direito ao voto aquele que tinha o dever de ir para a guerra, Em todo ocidental, esse direito era vinculado com o alistamento no exército, e as mulheres se manifestaram contra o direito ao voto feminino, com medo de que, com isso, passassem a ter a obrigação dos homens de servirem ao exército.

No Brasil, a luta pelo voto feminino partiu de um homem chamado César Zama, os republicanos que lutaram pelo voto feminino, era o que hoje chamamos de ''direita''. A primeira mulher Brasileira a votar se chamava Celina Guimarães, em 5 de abril de 1928. Ela afirmou: "Eu não fiz nada, foi tudo obra do meu marido, que empolgou-se na campanha da participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a dele levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, meu nome entraria para a história[...]".

Carlota Pereira de Queirós foi a primeira mulher a ser eleita Deputada Federal, ela disse: "Nunca fui, nem sou, feminista". Do mais, foi Getúlio Vargas que fez o decreto n°21076 de 24 de fevereiro de 1932 que aprovou o código eleitoral e concluiu profundas mudanças no direito eleitoral vigente, introduzindo a representação proporcional em dois turnos, e também a classista, estendendo o sufrágio às mulheres criando a justiça eleitoral. Em 1934 terminaram as restrições do voto feminino, mas o voto foi considerado um dever exclusivamente masculino até 1946, quando o General Gaspar Dutra se tornou presidente do Brasil, e o voto se tornou obrigatório também para as mulheres.

Mentiram para mim sobre o feminismoOnde histórias criam vida. Descubra agora