Entrevista do G1 com Sara Winter

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Algumas perguntas e respostas muito interessantes da Ex militante feminista, Sara Winter para o G1 em 2016. (Acesse ao link do próximo capítulo para a entrevista completa)

G1- O que a levou a ingressar no movimento feminista?
Sara - Minha vida não foi muito fácil, com histórico de prostituição e de violência na família. Passei por vários tipos de violência, inclusive sexual. Eu vi muitas amigas passarem por isso também e aí resolvi que eu queria de alguma forma exterminar todo o tipo de violência contra a mulher.

G1 - Quais foram os principais motivos que a levaram à desilusão?
Sara - Esse é o movimento mais intolerante que eu já conheci na vida. Ele só dá suporte para mulheres que seguirem uma cartilha específica: tem que ser de esquerda, não pode ser cristã, não pode ser heterossexual e tem que começar a desconstruir a sua estética. Se a mulher alisa o cabelo, se pinta, usa salto alto, tem que parar. Muitas vezes tem que deixar os pêlos crescer. Algumas mulheres se sentem confortáveis assim, outras não. Mas se você fizer, vai ter mais voz dentro do movimento. Então eles desconstroem a sua estética, a sua crença, a sua orientação sexual, o seu posicionamento político.

G1 - Por que o  movimento é tão sedutor?
Sara - Porque a propaganda que o movimento faz é linda. Eu ficaria muito feliz se o feminismo fosse exatamente como a propaganda que ele faz de si mesmo: meu corpo, minhas regras, todas as mulheres são fortes, são guerreiras, estão preparadas para tudo. Nós somos a favor da luta contra a violência a mulher, somos a favor que o estupro acabe. Qualquer cidadão de bem é a favor de todas essas coisas, mas o feminismo faz de uma maneira sensacionalista e exagerada e isso atinge as pessoas, principalmente jovens adolescentes.

G1 - E hoje como você define o feminismo no Brasil?
Sara - Eu definiria como ódio, histeria, mentira e sedução. Ódio porque não existe tolerância com ninguém que não concorde 100% com as pautas. Histeria porque em todo e qualquer ato que a gente vê estão cada vez mais desrespeitosos, estão pichando igrejas, quebrando santos, fazendo coisas de extremo mau gosto. Mentira porque ilude as meninas mais jovens falando que o feminismo é algo legal e revolucionário. E sedução porque tem essa ideia de que o feminismo vai te ajudar, mas quando chega lá não é nada disso.

G1 - Como a mulher pode se empoderar?
Sara - Eu acho que uma mulher pode se empoderar quando ela não escuta a opinião de ninguém para tomar as decisões da sua própria vida, seja de homens ou de mulheres feministas. Porque a mulher, na tentativa de se empoderar, ela acabou sendo escrava de outras ideologias. Para uma mulher ser empoderada, ela tem que ser dona de si mesma, agir sem medo.

G1 - Você se arrepende de ter feito parte desse movimento?
Sara - De alguns protestos sim. Em Belo Horizonte (MG), quebrei uma loja inteira e me arrependo muito porque sou contra a violência. Em outra ação, eu estava com uma ativista caracterizada de Jesus Cristo e a gente se beijava na cruz. Fiz um vídeo e pedi perdão a todos os cristãos porque percebi que ofender outras pessoas, raças, crenças e etnias não era o caminho para conseguir o que eu queria. Mas em geral não me arrependo da minha militância porque fiz de coração, achava mesmo que poderia mudar o mundo.

G1 – Hoje você sofre perseguição?
Sara - A perseguição que sofro hoje é infinitamente maior do que eu sofria. A cidade é um antro esquerdista, feminista por causa das universidades. Tenho muito mais medo agora do que antes. Nunca achei que tivesse que ter medo das pessoas que falam que vão proteger as mulheres. Essa perseguição acontece porque sei de tudo o que rola lá dentro, todas as estratégias de dominação mental, lavagem cerebral, de dinheiro, de organizações que financiam, e agora estou contando.

G1 – Como acha que as pessoas te vêem hoje?
Sara - As pessoas gostam muito mais de mim agora. Fiquei espantada com isso, principalmente com os cristãos que nunca achei que fossem me perdoar. Eu recebo muitas mensagens, cerca de 50 por dias nas minhas redes sociais. Dizem: ‘agora sim você representa a mulher brasileira’. Percebi que a minha militância fazia as a maioria das mulheres passar vergonha porque elas não querem ser representadas por uma menina louca, histérica, pelada gritando a favor do aborto. Elas querem que uma mulher represente os interesses como na saúde específica do corpo da mulher, na educação.

G1 - Quais são os próximos passos?
Sara - Quero escrever um novo livro contando experiências de ex-feministas que saíram do movimento e foram perseguidas. Também quero ingressar na política, sonho que tenho desde criança. Quero combater a violência contra a mulher e propor melhorias na área da saúde e educação. Sei que na política posso fazer algo de uma maneira mais substancial, melhor do que ficar protestando na rua com os peitos de fora.

A desilusão com o movimento que defende a igualdade de gênero fez com que Sara publicasse em dezembro do ano passado um livro digital de 50 páginas intitulado “Vadia, Não! Sete Vezes que Fui Traída pelo Feminismo”.

Confira a entrevista completa:
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/03/movimento-mais-intolerante-que-ja-conheci-diz-ex-feminista-sara-winter.html

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