Direito de trabalhar fora

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Aproveitando o tema de trabalho, que tal debatermos sobre a conquista feminina do direito a trabalhar fora?

Na verdade, apesar de você provavelmente já ter ouvido por aí que as mulheres conquistaram o direito de estudar e trabalhar fora, ambas são afirmações falsas. O feminismo não teve ação no meio dessas conquistas. 

Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, as mulheres que viviam nos países envolvidos no conflito já passaram a trabalhar fora de casa. Enquanto os homens eram obrigados a servir, e deslocavam-se em grande quantidade para os campos de batalha. 

Muitas mulheres também serviram na guerra e já conseguiam ocupar cargos de chefes e eram reconhecidas por seus trabalhos, como Grace Banker, que  recebeu uma Medalha de Serviço Distinto por seu papel como operadora chefe no Corpo de Sinal do exército dos EUA; Lenah Higbee, uma enfermeira-chefe da Marinha dos EUA; Julia Stimson a primeira Major do exército. Ela ganhou a Medalha de Serviço Distinto pelo seu serviço na França; Milunka Savic, uma combatente da Sérvia e a lutadora feminina mais decorada na história da guerra. Ela foi homenageada por vários países por sua bravura. Isso tudo antes das sufragistas, ou o primeiro movimento feminista, como alguns gostam de dizer.

    No Brasil, a mulher nunca foi impedida de trabalhar. Por questões de segurança, ela só era impedida de trabalhar em períodos noturnos. As famílias mais afastadas aconselhavam a mulher a não trabalhar. Uma das conquistas do sistema econômico foi a produtividade ter aumentado tanto, que um homem de classe média era capaz de ter um salário bom o suficiente para que sua esposa não precisasse trabalhar; Aos poucos, uma cultura de que a mulher não precisava trabalhar foi aumentando. A maioria das mulheres preferiam ficar no lar cuidando dos filhos e o marido provendo o sustento da família. 

    Frutos do capitalismo, como a tecnologia e mecanização do trabalho doméstico, como a máquina de lavar, secadora, maquina de lavar louça e aspirador de pó, também permitiu que as mulheres desviassem o olhar das tarefas de casa. As feministas gostam de associar ''A pílula'' com as feministas; mas a pílula, juntamente com os aparelhos de conveniência, foram inventados antes de 1960 -por homens. Ou seja, foi a contribuição masculina que permitiu que as mulheres tivessem tempo para trabalhar fora de casa. Além da 1° guerra mundial,  durante a 2°, muitas mulheres começaram a preencher vagas das quais não haviam homens disponíveis, A Equal Pay Act de 1963 também ajudou. Essa lei aboliu a disparidade salarial entre os sexos. Além da grande depressão, que obrigou as mulheres a procurar emprego quando os homens da família não podiam arranjar trabalho. E nenhum desses fatores -a grande depressão, inventores americanos, a Segunda Guerra Mundial e a Equal Pay- tem a ver com  o feminismo. Dinesh D'Souza,  autor conservador e presidente da King's College em Nova York, chamou a ideia de que o feminismo é responsável pela liberdade que as mulheres tem hoje de ''um lindo conto de fadas''.  E mais uma vez eu repito: O feminismo se apropriou de toda conquista feminina. 

Mentiram para mim sobre o feminismoOnde histórias criam vida. Descubra agora