Capítulo 4: "Penas!?"

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    Acordei de manhã e me arrumei, como sempre. Minhas costas coçavam e ardiam levemente por algum motivo, mas ignorei. Fui até o banheiro cobrir as enormes olheiras um pouco abaixo dos meus olhos e depois saí de casa sem comer por falta de fome, porém, dessa vez levava dinheiro para a escola. Não desmaiaria por falta de comida pelo menos.
    Quando estava na rua, coloquei meus fones. Dei play em "Sunflower" do Post Malone. Ah como essa música me faz... bem? Não sei... nem sei o que é estar bem, então não posso chegar a essa conclusão... né?
    Fui direto para o corredor, em caminho à sala. Foi quando a Barbie falsificada gritou meu nome com sua voz fina e irritante... que coisa mais clichê!

- Ei! Anã!

    Suspirei e me virei para ela, com o olhar mais frio que pude fazer, e disse:

- O que quer, Barbie do Paraguai?

    Ela ficou vermelha de raiva e se aproximou de mim, pegando no meu pulso direito. Eu não me movi, a olhando com a mesma expressão. Ela pareceu achar que eu estava paralisada de medo. Percebi isso pelo sorrisinho sínico estampado em seu rosto. Eu fervi por dentro quando a outra mão dela se aproximou do meu rosto enquanto ela sussurrava "agora você vai ver, patinho". Eu franzi o cenho, fechando os olhos por reflexo. Porém, para minha surpresa, não senti impacto algum. Abri os olhos, então, curiosa.
Vi Ren segurando o pulso da loira, eu arregalei os olhos. Apenas fiquei quieta, então ouvi o de olhos verdes dizer:

- O que acha que está fazendo, Zahra !? — Exclamou com um tom de repreensão

Eu fiquei parada olhando a cena. Não sabia o que dizer. Foi quando a loira chamada Zahra se soltou e foi embora rebolando. Ren se virou para mim sério. Ele segurou meus ombros e disse:

- Por que não reagiu? Ela ia te bater, Angel!

Eu não sabia o que dizer ainda, então apenas desviei o olhar. Meu coração batia forte. O que era isso? Mas que droga... por que fiquei seu palavras? Tudo o que eu tento dizer não sai!
Ren perdeu a paciência e me soltou, virando-se. Foi embora ainda irritado em passos rápidos. Por que ele tinha ficado irritado, afinal? Não fazia sentido... não mesmo.
Fui para a sala depois de um tempo processando tudo o que tinha acontecido. Eu costumo ter uma vida normal e sem muitas aventuras antes de entrar nessa escola. Por que agora? Por que dessa vez? Tantas perguntas... e todas sem resposta.
Eu não prestava atenção na aula, e isso fez com que eu sentisse aquela coceira nas minhas costas novamente. Eu não cocei imaginando que poderia piorar, mas estava muito forte. Tentei ignorar, por mais difícil que fosse.
No intervalo, Ren veio falar comigo. Ele estava aparentemente envergonhado e suspirou quando estava à minha frente.

- Olha... desculpa por ter te tratado daquele jeito mais cedo... não foi por querer.

Eu novamente tentei sorrir para ele, mas não deu certo. O garoto de olhos verdes riu, me trazendo uma sensação de deja vu por isso já ter acontecido antes. Eu recebi um cafuné e um abraço. Arregalei os olhos com aquilo por não estar acostumada e muito menos ter esperado por isso. Ele percebeu e ruborizou, me soltando. A dor tinha passado magicamente com a demonstração de afeto da parte dele. Eu suspirei sentindo a ardência voltar.
Depois da aula eu apenas arrumei minhas coisas e fui para casa rapidamente. Só queria dormir e tomar um banho quente.
Cheguei e fui direto ao meu quarto. Sabe-se lá o que minha mãe faria se eu fosse incomoda-la. Eu suspirei pensando nisso e fui para meu quarto, para que pudesse tomar um banho e ir dormir.
Me deitei e fechei os olhos. A coceira continuava e agora doía também. E como doía... cheguei a pensar que estava morrendo aos poucos naquela hora.
Consegui pegar no sono. Sonhei com algumas coisas estranhas quais não me lembro e sinceramente nem me interesso. Foi quando aconteceu.
    Acordei no meio da noite enjoada e sentindo meu corpo latejar e pedir por mais tempo de sono. A dor era tanta que até nos meus sonhos eu senti a consequência da violência do dia anterior. Eu me obriguei a sentar no colchão e depois de exatos 5 segundos eu senti um cheiro estranho para um quarto, porém familiar na minha vida.
    Foi quando eu olhei para o lado e vi. Minha cama estava ensopada de sangue.
    Levantei espantada, sem saber o que fazer. Foi aí que senti minhas costas arderem como o inferno e as lágrimas pela primeira vez descerem pela minha face. O que era aquilo? Eu vi algumas coisas brancas e algumas tingidas de vermelho escarlate sobre o sangue. Espera... eram... penas!? Foi quando tudo ficou escuro e eu não senti mais nada.

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⏰ Última atualização: Apr 21, 2019 ⏰

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