Capítulo 8

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Capítulo 8

Jughead atravessou o saguão rapidamente em direção ao elevador. Teria tempo suficiente para um banho rápido antes que o alarme do relógio disparasse, dando início a mais um dia de loucura.

Ao se dar conta de que eram quatro horas da manhã e que passara mais tempo se revirando na cama do que dormindo, porque seu corpo dolorido o mantinha acordado, resolvera deixar levantar e sair, sem fazer ruído, para correr. Funcionava quando morou em L.A, toda vez que tinha alguma insônia procurava fazer uma atividade física extenuante.

Não sabia se o mesmo principio se aplicaria à tensão sexual, mas valia a pena.

Úmido de suor e ligeiramente sem fôlego cruzou a sala silenciosa. Após retirar o tênis, subiu a escada, lembrando a tempo que o degrau que rangia, e dirigiu-se ao quarto de Betty. O quarto deles. Ela ainda estava ressonando, então entrou no banheiro e fechou a porta.

No chuveiro, lavou o suor com água quente, em seguida, girou a torneira para receber jatos de água fria, até se sentir bem desperto e com o corpo domado. A seguir pegou uma toalha, enxugou os cabelos, secou-se e envolveu-se ao redor da cintura.

Tinha a boca cheia de pasta de dentes quando a porta se abriu e Betty entrou, esfregando o rosto. Trazia algumas roupas com ela e piscava os olhos contra a claridade, mas, mesmo em seu estado semi-adormecida, conseguiu tatear o interruptor de luz na parede e quase o atropelou, antes de perceber sua presença.

-Oh! -Ela parou e piscou. -Pensei que ainda estivesse na cama.

Jughead cuspiu a pasta de dentes, enxaguou a boca e pegou a toalha de mão para secar-se.

-Na cama, costumo formar um grande volume, não percebeu minha ausência?

-Eu não olhei, porque você afasta as cobertas e... -Betty olhou para baixo, para toalha, onde o grande volume assumiu um novo significado. Ele impusera uma boa corrida em punição ao seu corpo e não adiantara de nada. -Oh!

Em vez de tentar decifrar o tom daquele oh, Jughead segurou-a pelos ombros e a afastou o suficiente para a esquerda, de modo que pudesse passar por ela. Uma vez do lado de fora, fechou a porta e soltou um palavrão baixinho.

A única coisa que poderia ser pior era se sua toalha tivesse escorregado na frente dela.

Após vestir as roupas em tempo recorde, deitou-se de costas na cama e olhou para o teto. Aquele era o tipo de história que uma mulher compartilharia com a melhor amiga. E sua melhor amiga era namorada de seu melhor amigo. E seu melhor amigo às vezes era um linguarudo. A história seria aumentada. Era apenas uma questão de tempo antes de seu pai ligar perguntando por que estava nu com uma mulher que não deveria estar.

Com um suspiro, Jughead ergueu-se da cama e desceu a escada. Primeiro, queria café. E, segundo, não queria estar deitado na cama quando Betty saísse do banheiro. Pior do que ser pego enrolado em uma toalha, que não conseguia esconder sua ereção, era ter que falar sobre o assunto.

Alice estava sentada à mesa, tomando chá quando ele entrou.

-Você levantou primeiro que Betty esta manhã.

Ele deu sorriso tímido. E mais uma vez Alice teve a sensação que já o conhecia de algum lugar.

-Isso não acontece com muita freqüência. -Ele serviu duas xícaras de café e em seguida paralisou. Não fazia a menor idéia de como Betty tomava seu café. Sabia que gostava com partes iguais de café e creme, mas não sabia quanto ao açúcar.

Posicionando-se de costas entre Alice e as xícaras, colocou duas colheres de chá em cada xícara.

-Você gosta de trabalhar com minha filha?

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