Capítulo 11

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Capitulo 11

-Olha só se não é Alice Smith aqui em um bar do lado errado da cidade... -Disse FP sentado ao seu lado próximo ao balcão.

Alice revirou os olhos e deu um gole em sua cerveja.

-Não era para você esta trabalhando, dormindo, galinhando... Ou seja lá o que faz no final da tarde?

-Também é um prazer falar com você, Alice. E respondendo sua pergunta, a boate não abre nas segundas feiras, sempre vendo aqui nas segundas. É tipo uma tradição.

-Sei...

-Porque está aqui? Digo, tem vários bares no lado norte, e você vem parar aqui em um bar tão longe de casa?

-Queria descrição... Alias, eu vim porque gosto daqui...

FP tirou os óculos escuros ao mesmo tempo em que um sorriso surgiu em seu rosto, que ainda era muito bonito sob uma cabeleira escura.

-Admita... Você prefere o lado errado... -Ele se endireitou no banco e lhe deu uma piscadela. -Da cidade.

-Na verdade estou aqui por culpa de nossos filhos. Eles me fazem querer beber com essa loucura toda. Mentira. Estava entediada em casa.

FP puxou a garrafa de cerveja que estava na frente dela e deu um gole.

-Compartilho do seu desejo de beber. E se é para culpar alguém, que seja nossas crias. -Ele sorriu e lhe entregando a garrafa. FP sempre fora um sedutor, mas com de quarenta e poucos anos de idade ela se julgava imune ao seu charme. Estava enganada.

-Então peça sua própria cerveja, FP.

-Não mesmo.

-Que engraçado... Tem coisas que realmente não mudam.

-E como vai o relacionamento de mentira dos meninos?

-Descobri que Betty dorme no sofá do quarto. Quando bati à porta hoje cedo, pude ouvi-la cruzando o quarto para se enfiar na cama antes de me mandar entrar. E o celular dela estava na tomada ao lado do sofá. Acredite, conheço minha filha, ela nunca dorme longe daquele celular.

-O que é a CIA perto de você enh?

Alice riu.

-Eles são tão idiotas, que nem percebem que estão se acostumando, para não dizer apaixonando um pelo outro, só estou fingindo demência e assistindo tudo de camarote.

-Sua filha realmente te ama muito, para se meter nessa confusão toda. Aliás, fico até surpreso por eles esta conseguindo fazer tudo certinho, dormindo separados e tals.

Alice assentiu com a cabeça.

-Acho que sim. Betty é uma boa menina, mesmo pensando que eu cairia como um patinho nessa farsa, na verdade não sei por que estão se empenhando tanto. -Ela deu o último gole na garrafa de cerveja. -Você me deve uma cerveja.

Ele deu um sorriso que fez Alice lembrar porque tinha saído com ele na juventude.

-Cerveja é para os fracos. Sei que você não dispensa uma tequila.

Ela arqueou a sobrancelha.

-Você sabe que não vou parar apenas em uma né.

-Sei.

-O jukebox daqui ainda funciona?

-Sim.

-Está bem. Eu aceito! -Ela precisava daquilo, queria esquecer as loucuras da filha, reforma da casa... Queria por um tempo, ser apenas a Alice. Alice sem problemas.

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