Um Vampiro Em Minha Vida
Capitulo IX - Susto
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Era como uma tortura silenciosa, eu não estava conseguindo prestar atenção na aula, estava avoada demais, ora tentando ignorar os olhares estranhos daquele homem em minha direção e ora pensando em Sasuke.
Estava nervosa e estranhamente preocupada, ele tinha ido atrás da pessoa que havia invadido meu quarto e talvez essa pessoa seja um assassino.
Não seja ingenua Sakura, com certeza era um deles, um vampiro.
E era isso que me assustava.
— Sakura?
Sai de meus pensamentos com a voz de Tenten me chamando. Olhei para minha amiga e a encontrei parada a minha frente balançando as mãos em frente o meu rosto.
— Em que mundo você esta? a aula acabou vamos.
Balancei a cabeça juntando minhas coisas e me levantei a seguindo apressada. Ergui o olhar e me mantive séria ao ver o professor estranho arrumando seus livros, Tenten soltou um suspiro o olhando descaradamente e como se estivesse percebido ele nos encarou dando um leve aceno de cabeça.
E mais uma vez eu me senti estranha sobre seus olhos, e o engraçado era que ele me lembrava muito Sasuke.
Aquele olhar, tinha alguma coisa naquele olhar.
— O que há com você? esta estranha. — Tenten disse quando entramos no corredor cheio de alunos.
Nada demais só estava enlouquecendo.
— Não há nada. — murmurei olhando em volta procurando algum sinal do meu colega de apartamento.
Para com isso Sakura, esta parecendo uma desesperada, ele esta bem não se preocupe atoa. A verdade é que mesmo Sasuke sendo um estranho idiota tinha alguma coisa que me puxava para ele.
Era sinistro.
— Aula de Fisiologia agora.
— Então vamos logo.
Prestei atenção na aula fazendo anotações importantes e vez ou outra respondia alguma pergunta de Tenten.
Eu precisava me concentrar nos estudos e ignorar o caos que se formava a minha volta.
Na hora do intervalo Tenten me arrastou até a mesa onde Kiba estava sentado sozinho mexendo em algo em seu celular.
— Bom dia Kiba. — disse tentando ser educada me sentando a sua frente.
Seus olhos castanhos se ergueram em minha direção e por um momento eu me senti estranha com tanta frieza.
— Bom dia. — respondeu não parecendo muito interessado.
Ele estava estranho.
— A gente podia marcar pra fazer alguma coisa no fim de semana. — Tenten mudou de assunto e eu assenti não prestando muito atenção no que eles estavam falando.
Olhei a minha volta e encontrei a mesa onde Sasuke se sentava com seus amigos vazia, onde estava Hinata?
Eu não estava com uma boa sensação.
— Já volto. — me levantei e Tenten assentiu concentrada na conversa que estava tendo com Kiba que soltava apenas alguns murmúrios baixos.
Ele não estava bem.
Me virei seguindo em direção a saída dando uma última olhada por todo refeitório não encontrando nenhum sinal de Hinata ou de Karin.
Nenhum amigo de Sasuke.
Atravessei os corredores vazios começando a me sentir nervosa, tinha alguma coisa errada e eu não estava com um bom pressentimento. Segui para a entrada da faculdade procurando algum sinal deles e me assustei quando senti meu braço ser puxado.
Gritei tentando me debater mas braços fortes circularam minha cintura tampando minha boca em um aperto forte. Me desesperei ao ser arrastada para fora da faculdade em uma velocidade absurda, senti meus olhos arderem e minha mente gritar em pavor.
Vi mato ao meu redor e quando percebi estávamos no meio da floresta. Fui solta no chão e ofeguei passando as mãos em meio a terra e folhas secas desesperada a procura de algo para me defender.
Os passos da pessoa se aproximaram de mim me deixando mais nervosa.
— ME DEIXA EM PAZ. — gritei encontrando uma pedra pontuda mirando em sua direção e minha respiração falhou.
Não.
— Kiba. — sussurrei incrédula.
Meu amigo estava parado a minha frente, me encarando com olhos vermelhos e dentes afiados saindo de sua boca.
Vampiro.
Não.
Me arrastei pelo chão tentando fugir e sou puxada sentindo meu corpo ser jogado bruscamente contra uma árvore. Grunhi de dor odiando o gosto metálico de sangue que invadiu minha boca, minhas pernas fraquejarem e uma dor horrível latejou em minhas costas.
— Kiba, por favor não me machuca. — olhei para o homem a minha frente em súplica.
Isso não podia estar acontecendo, Kiba não podia ser um deles.
— Eu preciso fazer isso, eu não consigo mais me segurar, eu tenho que provar seu sangue. — se aproximou apertando meu queixo com força.
Seu olhar era psicótico.
— Você é meu amigo.
— Amigos podem provar o sangue do outro. — passou a mão pelo meu rosto tocando a pele do meu pescoço.
Eu sentia que ele me mataria a qualquer momento.
— Por favor Kiba. — continuei a implorar.
Eu não conseguia mais ver saída para mim.
— Não ouviu a garota? — a voz de Hinata preencheu meus ouvidos e eu não consegui evitar o suspiro aliviado.
Kiba se afastou um pouco se virando para trás me dando a visão da garota parada a poucos metros com uma expressão nada boa.
— Não se meta Hyuuga.
— Você não quer problemas Kiba, deixe Sakura ir e se controle e talvez eu posso convencer Sasuke a não te matar depois.
— Não tenho medo daquele cara e muito menos de você e suas ameças inúteis. — Kiba grunhiu dando um passo em direção a Hinata.
Tentei sair dali sentindo meu copo dolorido mas não consegui muito sucesso. Praguejei encarando Hinata que abriu um sorriso sinistro.
— Pois acho melhor ter. — rosnou e em uma velocidade e força absurda ela socou Kiba o fazendo voar longe esbarrando sobre algumas árvores.
— Minha nossa. — ofeguei surpresa.
— CORRA SAKURA. — ela gritou assim que Kiba voltou a derrubando.
Eles começaram a lutar trocando chutes e socos violentos, era muito louco a forma em que eles voavam longe e logo voltavam se chocando como um fleche de luz de tão rápidos. Hinata era ótima, ela desviava das investidas de Kiba com rapidez e maestria atacando em cada movimento falso dele.
Embora ele parecesse mais rápido e forte ela era mais ágil e esperta, e claro, tinha um ótimo gancho de direita.
Não queria deixa-la ali mas ela parecia ter tudo sobre controle então comecei a me afastar com dificuldade.
Tossi sentido sangue sair da minha boca, a força que Kiba usou para me empurrar contra aquela árvore acabou comigo. Praguejei caindo de joelhos no chão ao dar dois passos, eu não conseguiria chegar a lugar nenhum daquele jeito.
Ouviu um grunhido de Hinata e ela caiu perto de mim passando a mão sobre a boca cortada, a morena se levantou parecendo irritada e Kiba se aproximou acertando um soco em sua direção, ela segurou o punho dele mas não aguentou por muito tempo sendo arremessada para trás.
— HINATA. — gritei com as últimas forças que ainda tinha.
Quando pensei que ela fosse se esbarrar contra uma rocha Naruto apareceu a pegando no ar. Respirei fundo vendo os dois pararem ao meu lado.
— Cara você conseguiu me irritar. — o loiro rosnou para Kiba.
— Ei essa luta é minha. — a morena protestou.
— Agora não Hinata, tira a Sakura daqui ela esta ferida.
— Vamos. — ela se aproximou me ajudando a levantar e eu me apoiei a ela.
A pancadaria entre Naruto e Kiba começou e Hinata me tirou dali rapidamente. Eu estava destruída, tanto fisicamente como internamente, Kiba me decepcionou completamente.
Eu nunca imaginei que ele fosse um deles, agora eu não confiava nem ao menos em minha própria sombra.
— Vamos para um hospital, é mais seguro também. — ouvi Hinata dizer mais não dei importância.
Estava cansada demais para isso, tão cansada que apaguei.
Ouvi um barulho ao longe e abri os olhos me sentindo sonolenta, tudo era branco a minha volta e aos poucos meus sentidos foram voltando.
Olhei o quarto desconhecido e me surpreendi ao encontra-lo parado ao lado da janela observado um ponto qualquer ou completamente perdido em pensamentos. Tinha a pose imponente de sempre e eu nunca me senti mais aliviada ao encontra-lo inteiro.
— Sasuke. — minha voz saiu falha.
Ele se virou em minha direção e seu olhar frio e gélido se prendeu ao meu. Ficamos em silêncio apenas nos encarando por longos minutos até ele resolver abrir a boca.
— Eu falhei com você. — murmurou parecendo uma pedra de gelo.
— O quê?
— Eu disse que te protegeria mas não estava lá quando aquele verme te machucou.
A forma que ele falava e o jeito que apertava os punhos mostrava que ele não estava nada bem.
— Não foi culpa sua e Hinata esta lá se não fosse por ela eu nem sei o que teria acontecido, Naruto também, e o que aconteceu com Kiba?
Foi um pesadelo.
— Quando cheguei Naruto tinha acabado de mata-lo. — disse sem hesitar e meu estomago se contorceu.
Senti algo ruim dentro de mim e uma tristeza absurda.
— Ai meu deus. — cobri a boca com as mãos não conseguindo segurar as lágrimas.
Ele me machucou mas ele era legal, foi a primeira pessoa que eu encontrei ao chegar nessa cidade e me ajudou quando eu estava perdida no meio do nada.
Foi meu primeiro amigo.
— Não gaste suas lágrimas por ele. — Sasuke se aproximou me repreendendo com o olhar.
Ele fala como se fosse fácil.
— Ele era meu amigo. — protestei tentando conter o choro.
— Não, ele só chegou perto de você para poder atacar depois.
Balancei a cabeça me sentindo mal, era tudo culpa minha, eu era a causadora de toda desgraça a minha volta.
— É minha culpa.
— Não fale asneiras, você não tem culpa de nada garota. — Sasuke parou ao lado da maca onde eu estava deitava e segurou minha mão.
Seu toque em minha pele fez algo dentro de mim se aquecer, ergui o olhar encontrando com sua imensidão negra me fitando daquela forma intensa que fazia minhas pernas bambearem.
— Você esta bem apenas machucou alguns órgãos internos e isso causou o desmaio. — ele murmurou e eu assenti presa em seu olhar.
Era intenso demais.
— Você sumiu, onde estava? — perguntei não contendo minha curiosidade.
— Pegamos o cara que entrou no seu quarto, ele morreu mas deixou pistas de onde estava o resto do bando, no entanto foi tudo uma armadilha para que eu saísse da cidade e você ficasse desprevenida. — rosnou se afastando me fazendo sentir um vazio estranho.
O vi andar pelo pequeno quarto passando as mãos pelos cabelos frustrado. Limpei os vestígios de lágrimas em meu rosto e tentei me sentar, minhas costas ainda estavam doloridas.
— Sasuke? — o chamei fazendo o mesmo parar de pisar duro no pobre piso que não tinha culpa de nada.
— Hum? — me olhou por cima do ombro.
— Eu fiquei preocupada com você. — confessei o vendo estreitar as íris negras.
— Eu sei me cuidar se preocupe com você.
Entortei os lábios soltando um resmungo, por que ele tinha que ser tão grosso? também não vou ser mais legal.
— Quero ir pra casa.
— Não foi liberada ainda.
— Tô nem ai eu quero ir agora. — bufei me virando para descer da maca e só então percebi que vestia um vestido branco.
Deveria ser alguma roupa do hospital.
Coloquei impulso para descer mas vacilei quando coloquei os pés no piso gélido e branco.
— Garota teimosa. — Sasuke me segurou antes que eu me esborrachasse no chão.
Ofeguei sentindo seus braços em volta de minha cintura em um aperto firme, por que eu sinto como se fosse um fogo de artificio? esta tudo queimando e meu coração esta preste a sair pela boca.
Apoiei as mãos em seu peito erguendo o olhar devagar com medo de vacilar ou infartar ali mesmo. As lembranças dos seus toques em meu corpo invadiram minha mente não ajudando, me fazendo engolir em seco.
Em um único movimento Sasuke me ergueu me colocando sentada de volta na maca e se encaixou entre minhas pernas, o rosto próximo do meu e os olhos fixos em minha boca.
Eu já nem me lembrava mais como se respirar, e quando sua boca tomou a minha eu me senti tão bem que tudo a minha volta foi esquecido. Sasuke me beijava como se quisesse tomar algo de mim, era eletrizante e fervoroso.
Me agarrei a ele eufórica, tinha algo a mais ali, o que ele me fazia sentir não era normal, era um sentimento arrebatador que queimava em meu peito.
Eu nunca havia sentindo isso antes.
— Esta na hora do remédio dela. — uma enfermeira entrou no quarto e Sasuke se afastou me deixando tonta e sem folego.
Olhei atordoada para a mulher mais velha que balançava a cabeça em repreensão.
— Volte a deitar garota não faça muito esforço.
Obedeci tentando recuperar meu ar e a mulher me entregou um comprimido branco e um copo de água. Tomei o remédio enquanto ela tateava meu corpo perguntando algumas coisas e eu respondi com alguns acenos.
— Quando posso ir embora?
— Talvez amanhã. — ela respondeu saindo do quarto mas antes lançou um olhar acusador para Sasuke.
Olhei para o moreno que estava sentado em uma poltrona mais a frente me observando, senti meu rosto esquentar me sentindo uma idiota por estar com vergonha atoa.
— Vou ficar com você. — ele disse ainda me encarando.
— Como..assim ficar comigo? — gaguejei ainda atordoada.
— Passarei a noite aqui com você.
Quase me bati por ter pensamentos tão idiotas.
— Ah claro, mas não precisa pode ir para casa descansar eu vou ficar bem, não deve ser nada legal dormir sentado. — disse ainda nervosa.
Sasuke enrugou a testa me olhando estranho.
— Eu não durmo Sakura. — ele respondeu como se fosse óbvio.
Ah claro, tinha esquecido que ele não era humano.
E o engraçado não era ele ser um vampiro, e sim o fato de eu não sentir medo dele.
— Deve ser chato isso, passar a noite toda acordado sem fazer nada. — murmurei tentando puxar assunto.
Eu era tão agoniada que ficava louca quando tinha insonia, imagina não dormir e ter que ficar apenas deitado olhando para o teto a madrugada toda? ou seja lá o que ele faça.
— Quem disse que eu fico sem fazer nada? — ele me deu um sorrisinho de lado.
— E o que você faz? sai atacando moças indefesas pela madrugada? — provoquei.
— Não curto isso.
— Então o que é?
— Eu observo você dormir. — respondeu simplesmente me fazendo abrir a boca surpresa.
— O quê? — soltei uma risada nervosa.
Ele tava brincando com a minha cara.
— Desde que você chegou meu novo passatempo a noite é observar você, mas na madrugada da noite anterior eu acabei não conseguindo porque depois do que aconteceu entre a gente eu temi fazer alguma loucura, por isso entraram em seu quarto e eu não vi. — ele explicou com um olhar calmo.
Minha nossa.
— E eu ronco? — mordi os lábios ansiosa.
Agora eu fiquei imaginando eu roncando e babando enquanto ele assistia fazendo uma careta e rindo da minha cara.
Que vergonha, ainda bem que eu não falo dormindo.
— Eu falo que te observo dormir e você me pergunta se ronca? eu poderia simplesmente me descontrolar e te atacar sabia? — riu balançando a cabeça.
Me virei na cama me deitando de lado o fitando melhor. Sasuke era tão lindo e ficava mais lindo ainda sorrindo, eram poucas as vezes que ele fazia isso pois vivia com a cara fechada e de mal humor.
Sentia uma baita inveja da beleza dele.
— Se não atacou até agora então não há motivos para eu ter medo. — respondi lhe dando um meio sorriso.
— Há sempre um motivo para ter medo. — ele voltou a ficar sério.
— Por que faz isso? por que perde tempo com algo tão simples e banal? — perguntei confusa.
Por que ele perderia o tempo dele me observando dormir?
— Você me deixa tão fora de mim mas ao mesmo tempo me acalma, eu gosto de te observar e dormindo é o único modo de fazer isso sem você me dar alguma resposta mal criada ou me mandar pastar. — murmurou olhando em meus olhos.
Nossa isso foi profundo.
— Assim você me ofende, não sou tão mal educada assim. — brinquei fazendo cara feia.
— Não? — ele ergueu uma sobrancelha me lançando um olhar sugestivo.
— Talvez só um pouco, você me tira do sério. — acusei.
— É você que tem o poder de tirar as pessoas do sério. — retrucou.
Ri soltando um suspiro.
— Sabe a gente até que poderia tentar ser amigos. — sugeri.
Sasuke pareceu pensativo por alguns instantes e depois negou.
— Amizade é bem de longe o que nós temos ou vamos ter.
Ele sabia muito bem como estragar um clima legal.
— Não sei porque eu ainda tento ser legal com você. — fechei a cara o olhando feio.
— Durma garota, você fica bem melhor calada. — ele parecia estar zombando da minha cara.
Lhe dei língua e me virei para o outro lado não conseguindo me manter irritada por muito tempo. Sorri para a parede branca completamente perdida, Sasuke estava conseguindo conquistar minha confiança, eu gostava da companhia dele e me sentia segura e em paz quando ele estava por perto.
Mas o que mais me assustava era que talvez eu estivesse começando a gostar dele. Impossível, ou não?
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Um vampiro em minha vida
FanfictionEu achava que era a pessoa mais azarada do universo, mas quando cheguei em Konoha tive a certeza de que a vida me odiava. Por que eu fui dar ouvidos aos meus pais e vim parar nessa maldita cidade? Nunca imaginei que conheceria alguem como ele. O ho...