Ravi

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       Capítulo trinta

☣Ravi ☣

Minha cabeça de repente mudou eu já não tinha mais pensamentos ruins, não com Isabella, a pergunta que estava me fazendo todo tempo era, se eu estava mudando por ela???
Não sai da minha cabeça, a imagem da quele bebê, aquele ser inocente ali e saber que ele era um pedaço de mim, sei lá velho... eu tava diferente, alguma coisa em mim tava diferente, estávamos passando um dia agradável no shopping, eu sei o risco que eu e a Isabella estávamos  correndo, pois ela agora é uma Abramov e isso chamava muita atenção para os inimigos, e como se nao fosse o bastante, ela carrega um Barhamah na barriga, o que a faz ser muito valiosa, por isso mandei que reforçarsem nossa segurança, todos a paisana é claro, sem que ela percebesse, pois não podíamos levantar mais suspeitas. Entramos no mercado e por instinto senti que alguém estava pronto pra atirar, então saquei minha arma e atirei me jogando na frente da Isabella, o tiro pegou no meu ombro por eu ser alto, mas a pegaria no peito em cheio so de imaginar ela machucada, ou ela morta, isso me mata por dentro, o fato é que agora estou eu aqui sentando na cama de um hospital com 8 pontos,  depois de levar um tiro pra salvar minha noiva, a mãe do meu filho, isso soa tão estranho para mim, um pai, eu vou ser pai...

- Como você tá??

Vejo Isabella entrar, então sem dizer nada a abracei e beijei o topo de sua cabeça. 

- Nunca me perdoaria se você se ferisse, e estivesse aqui no meu lugar agora...

- Eu tô bem, graças a você, e agora só queria dizer que estou agradecida por me salvar.

- Eu prometi que cuidaria de você, e foi isso que eu fiz, e quero continuar a fazer...

-O médico já deu sua alta, disse que ferimento foi superficial e graças a Deus você não corre nenhum risco, me entregou essa receita, pra que você tome esses medicamentos, e seus pais estão lá fora te esperando.

- Você ligou pra eles?

A última pessoa que eu queria ver aqui, era meu pai, com seu tom de repressão, e totalmente autoritário.

-Filho!

Vejo minha mãe entrar, me abraçando forte.

- Eu tô bem dona Safira já estamos indo pra casa...

- Não senhor você não volta pra aquele morro! Vai pra casa comigo, e não aceito recusa, nem imposições.

- Mãe, mas lá é minha casa...

Minha mãe nunca se conformou em quê eu me tornei... Meu pai nos olhou e se aproximou.

- Ravi ja não acha que tá na hora de largar aquele morro, e se tornar um legítimo Barhamah?!

Só tinha um jeito de eu voltar pra máfia, seria eu sendo chefe, e se isso não acontecesse eu nunca voltaria.

- O fato de eu comandar uma favela me faz ser só um Mota, ou um membro ilegítimo da família? Porque se for isso, estou abrindo mão do seu sobrenome!

Eu já estava cansado dele querer me controlar de todas as formas.

-Eu não quero brigar Ravi, tudo você leva pro lado da briga, eu quero seu bem, você vai ser pai, você se formou em administração, fala mais de oito linguas fluentemente, pra quê? Pra se tornar um traficante? é isso mesmo que quer pra sua vida?
Foi pra isso que estudou, e se preparou???

- Chega... o morro é meu lugar e de lá não abro mão!

- A polícia está querendo invadir seu morro, em dois, há quatro meses, e eu não quero meu sobrenome estampado nos jornais!

- Ótimo é só tirar ele do meu registro...

Disse gritando...

- Você é meu filho Ravi e tudo que eu quero é seu bem, volte pra máfia e seja o sub-chefe do seu irmão, pois esse é seu lugar.

Ótimo agora eu era filho dele...

- Agora eu tenho que virar o cachorrinho do meu irmão caçula!
Não! Eu não vou, eu tenho 24 anos, e você já não manda mais em mim...

Quando ele vai entender que não sou mais um menino, que sou homem.

- Enquanto eu for vivo eu mando, e você querendo ou não, e eu vou te dar um último aviso... Ou volta pra nossa casa hoje, ou você esquece a minha herança e esquece qualquer vínculo conosco, estamos avisados?!

- Parem os dois agora!!! Isso é  um hospital, não é lugar pra discussões desse nível e vocês estão passando de todos os limites...

Minha mãe disse dando fim à nossa discussão, eu precisava voltar pro meu morro e se essa história de invasão fosse real, eu tinha que montar um plano, peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Caveira.

📩Mensagem On

📤Mano... onde tu tá?

📥Chegando no                  hospital...

📤Ok! te espero lá fora em 10 minutos...

📩Mensagens Off                  

- Vamos pra casa Isabella, pra nossa casa no morro!

Se ele acha que eu não sei me virar está enganado...

- Ravi eu acho melhor você se acalmar...

Respirei fundo tentando não perder a paciência com Isabella.

- Vamos Bella, agora!

- Ravi... não!

Minha mãe disse, com os olhos cheios de lágrimas.

- Sinto muito...

Falei saindo e pegando na mão da Bella, que sussurrou um decsulpa pra minha mãe, que chorava enquanto  saíamos e íamos até a entrada, onde Diogo já nos esperava com o carro, ele ao me ver veio até mim falando:

- Mano, tu me assustou!

- Temos que redobrar a segurança do morro, e da Bella. Acredito que alguém tentou acabar com a vida dela... e isso não vai ficar assim...

- Já sabe quem?

Ele perguntou, já depois que estávamos dentro do carro.

- Não... mas vamos descobrir. Quero que ligue para o Fernandez e mande ele investigar...

- Você que manda chefia!

Isabela parecia um robô, o tempo todo calada, sem expressar reação alguma. Algum tempo depois já estávamos em casa, então vi Isabella correr escada abaixo, e mesmo com um pouco de dor, fui atrás dela encontrei ela abaixada, chorando no vaso sanitário e quando me viu levantou e foi até a pia, jogando água no rosto, fui até ela abraçando-a forte.

- Ei o que foi?

- Eu fiquei apavorada... Eu tive medo, eu tô com medo, até ontem eu era uma moradora qualquer daqui, agora eu...

Ela começou a chorar sem parar.

- Eu tô aqui, eu sei que não é fácil, mas tô aqui, eu..

Senti uma dor na garganta, senti alguma coisa me corroer por dentro e não consegui falar, apenas a levei  até a cama, acompanhando seus passos calmos.

- Vamos só assistir TV, e passar o resto do dia aqui só nós dois, no sossego do nosso lar.

Ela balançou a cabeça afirmativamente, e deitou a cabeça em meu peito, eu fiquei pensando em que momento eu perdi as rédias da minha vida, e em que momento, eu perdi o controle  de quem eu sou, quando eu me tornei alguém que não queria, será que valia à  pena me entregar a isso tudo? Será que vale apena me entregar a esse sentimento estranho?

Continua...

          

NÃO ERA NOSSO TEMPO livro 2 trilogia irmãos BarmanhOnde histórias criam vida. Descubra agora