Lutar pelo direito feminino é ser feminista?

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De forma mais simples e direta, não.

Um dos erros mais comuns vendidos sobre o feminismo, é que toda mulher que lutou pelos direitos femininos, ou simplesmente conquistou o seu espaço no mundo, foi feminista. A verdade é clara: O feminismo se apropriou de tudo o que foi conquistando ao longo de nossa história, enquanto, na realidade, a maioria das conquistas pelos direitos iguais sequer tiveram participação do feminismo. Muitas mulheres que lutaram pelo seu gênero, que fizeram coisas grandiosas, mesmo quando não se esperava isso de uma mulher, foram contra o movimento feminista. Outra maioria dessas mulheres, vieram antes do feminismo e provavelmente, devido ao histórico de sua personalidade e valores, seria igualmente contra ele.

Margaret Thatcher, a Primeira-Ministra Britânica com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo, declarou abertamente não dever nada ao movimento; Rebecca Walker, que até o Wikipedia descreve como feminista, sempre mostrou aversão ao movimento, pois sofreu na pele o que sua mãe feminista Alice Walker, que tinha a opinião que a maternidade é a pior coisa que pode acontecer a uma mulher, pregava para a sociedade. Rebecca publicou muitos relatos sobre si e sua mãe, sempre mostrando como o movimento pode prejudicar a vida de uma mulher e quem está a sua volta; Phyllis Schlafly, uma das principais antifeministas do século XX, estudava 48 horas semanais para pagar a faculdade, depois de se graduar como barechal, foi fazer pós-graduação em Harvard, onde recebeu o diploma de mestre em ciências políticas em 1945. Phyllis soube que o feminismo era uma farsa muito antes de ele criar asas;

Um exemplo atual e muito próximo, e que eu gostaria de dar destaque por dois motivos é Damares Alves, mas para isso, precisamos conhecer um pouco melhor sua história.

Atual ministra dos direitos humanos, já tinha influência muito grande na politica mesmo antes de um mandato; De origem humilde, sofreu abusos sexuais aos 6 anos de idade. A violência foi tão grande e brutal, que a tornou incapaz de gerar uma criança em seu útero e quase a levou ao suicídio quando ainda era uma criança; No final da década de 80, fundou o comitê estadual do Movimento Nacional Meninas e Meninos, cuja principal função era a proteção de crianças moradoras de rua. Nesse período, por diversas vezes, transformou seu próprio apartamento em lar temporário para essas crianças; Nessa mesma época, atuou em defesa dos direitos das mulheres pescadoras e trabalhadoras do campo. Existe, ainda hoje, no povoado de Sirizinho, em Sergipe, um centro social que recebeu, em 1987, o seu nome: Damares Alves; Adotou uma índia que foi salva da prática de infanticídio, comum em algumas tribos do norte quando há crianças deficientes. A experiência a motivou de criar o Movimento Atini, que busca no Congresso Nacional, meios de proteger crianças indígenas que correm riscos de serem sacrificadas; É uma das fundadoras do Movimento Brasil sem Aborto, entidade mais influente na defesa de nascituros do Brasil; Palestrante reconhecida nacionalmente pelo combate à pedofilia; Coordenadora do Movimento Nacional do Brasil Sem Drogas; Advoga voluntariamente, há 30 anos, para mulheres em situação de vulnerabilidade social e violência doméstica; Coordenadora do Instituto Flores de Aço, com sede em Brasília, que milita em defesa aos direitos da mulher.

O primeiro motivo de eu ter dado ênfase em Damares, foi que ela é um ótimo exemplo da atualidade -além de ser Brasileira- de que não é necessário aderir ao movimento feminista para lutar pelas mulheres. O segundo: Mostrar, sem muito esforço, como as feministas detestam e atacam qualquer mulher que não concorde com a política delas. Especialmente se essa mulher for conservadora. Se você é ativo(a) na internet, certamente presenciou os ataques e ameaças direcionados para esta mulher, certamente presenciou as piadas até mesmo sobre sua fé e tentativa de suicídio -a polêmica história do pé de goiaba- que partiu principalmente de ativistas do movimento feminista, e recentemente, também da Erika Kokay (PT), em uma cena em que Damares inclusive chorou. Sara Winter, ex feminista e líder do grupo ucraniano Femen, numa entrevista para o G1, alegou que "o feminismo é o movimento mais intolerante que já vi" e disse que acreditava em formas menos agressivas de lutar pelos direitos da mulher. Desde então, passou a ser vista como inimiga para as ativistas feministas. "Nunca achei que tivesse que ter medo das pessoas que falam que vão proteger as mulheres. Essa perseguição acontece porque sei de tudo o que rola lá dentro, todas as estratégias de dominação mental, lavagem cerebral, de dinheiro, de organizações que financiam, e agora estou contando". Questionada por que o movimento é tão sedutor, Sara afirmou que a propaganda é forte, mas que a ideologia assusta. “Eu achei que o movimento fosse algo muito bonito, mas vi coisas que não têm nada a ver com o que as pessoas esperam. As feministas não toleram mulheres que não sejam de esquerda. Eu defino o movimento como ódio, histeria, mentira e sedução”, disse a ex-ativista. (Reportagem G1 2016)
As distorções, notícias falsas, tudo para destruir uma mulher que não beneficia a narrativa do movimento. É isso que acontece, tão naturalmente, que as vezes passa despercebido o motivo: Feministas pregam a tolerância e a união das mulheres, ao mesmo tempo que tenta destruir de todas as formas possíveis, uma mulher que não concorde com o feminismo. Se você for homem, o melhor a se fazer é simplesmente se recolher a sua insignificância, pois é alimentado a ideia de que, para participar de qualquer debate sobre um movimento que afeta a vida de toda a sociedade, você precisa ser mulher, mais especificamente, não pode ser conservadora também. Mas não pense que julgo todas as jovens que, enganadas pelas ativistas da elite, creem que o feminismo é exatamente o que diz ser. Quando me refiro às feministas, não pense que incluo as mulheres que buscam informação e tentam enxergar além do que elas foram induzidas a acreditar. Também não espere o o uso do termo ''femista'' para classificar toda radicalidade e todos os erros que as feministas cometem. Mas acreditem, já usei tal termo, isso quando eu acreditava que o feminismo era o movimento perfeito, e que algumas radicais aderiam à ele unicamente para espalhar seu ódio e intolerância. A verdade, é que existem mulheres enganadas entrando no caminho do feminismo, acreditando que tudo que vêem e não concordam não passa de femistas estragando o impecável e absoluto feminismo paz e amor. Sinto lhes dizer, mas essa foi só mais uma forma de manipulação, de mentir para as jovens e futuras feministas e, lentamente, as transformar em paranoicas e radicais mulheres ''oprimidas'', lutando contra um inimigo imaginário, para um fim que são incapazes de perceber. Mas também não pense, de forma alguma, que ao alegar que mulheres já conquistavam seu espaço no mundo antes do movimento de libertação das mulheres, digo que o machismo nunca existiu, ou não existe ainda hoje.
Mas após ler tudo isso, você deve estar se perguntando: Por que tantas mulheres são contra o feminismo? A resposta não é tão complicada quanto parece. Quando você estuda o feminismo, sempre vai chegar numa raiz político ideológica. A prioridade desse movimento é defender as bandeiras que correspondem à essa ideologia política a qual ele pertence. O princípio dos ideais feministas são baseadas naquilo que Marx chamava de Opressão feminina. Então, por mais que em colunas de revistas digam que feminismo não tem nada a ver com política nem com direita ou esquerda. Que feminismo é a luta por igualdade e pelo direito das mulheres e blá blá blá, é possível que qualquer pessoa que se aprofunde na história do feminismo e do Marxismo, chegue em sua raiz político ideológica que é Marxista. As feministas mais engajadas com militância sequer negam essa raiz porque não tem como negar mesmo. Inclusive, a ''mãe'' do feminismo da década de 60, Betty Friedan, era envolvida com política marxista antes do casamento. Os jovens que reproduzem o discurso de mídia, que abraçam o feminismo de mídia, certamente acredita em um verdadeiro feminismo independente que luta pela igualdade e tudo o mais. Por isso as feministas estão sempre tentando, de toda a forma, transformar toda mulher em feminista ou as derrubarem. A principal argumentação para te colocarem naquele grupo, é de que se você estuda, trabalha ou vota (elas adoram essa parte do voto) é por causa do feminismo, mesmo que historicamente nunca tenha existido uma ação do feminismo lutando por determinados direitos que vieram no avanço da democracia. Esses direitos e conquistas serão o principal foco desse livro. Aqui, em cada capítulo, abordarei um tema de ''conquista do feminismo'' com o intuito de que todos possam ter uma pequena base sobre os acontecimentos passados.

Mentiram para mim sobre o feminismoOnde histórias criam vida. Descubra agora