Capítulo 4- Juliette

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Tia Mary levou acabou levando a garota a uma clínica no centro durante a madrugada e só voltou na manhã seguinte, segundo o tio Henry a clínica era de um amigo da família que iria cuidar da moça e manter tudo em segredo.

Eu não dormi naquela noite, e não fui a única dava pra ouvir Travis andando de um lado pro outro no quarto ao lado.

Eu morava com a família de Travis desde a morte da minha mãe a 5 meses, num acidente de barco, nunca conheci meu pai ou soube o nome dele, então fiquei sob responsabilidade dos meus padrinhos; e eu era grata por isso, e tentava não dar problemas pra eles, mas eu havia feito exatamente isso, no momento em que tive a ideia de trazer uma pessoa quase morta para casa.

Uma batida na porta me livrou desses pensamentos foi também quando percebi que Travis tinha parado de andar pelo seu quarto.
- Julie? - sua voz estava insegura como se não tivesse certeza do que estava fazendo.
-Entra- falei e olhei Pela janela, pensando que foi a pior decisão da minha vida tinha sido pular dela mais cedo.
- Você está bem?- foi a primeira pergunta que ele fez, assenti como resposta - Te acordei?
-Não- respondi- estava pensando- ainda olhando pela janela, sentada no pequeno sofá que ficava exatamente embaixo dela então tomo coragem- desculpe - digo quase sussurrando.
- Pelo quê?
- Por ter te convencido a trazer a garota pra cá, você estava certo devíamos tê-la levado ao hospital.
- Poderia repetir por favor- ele falou me fazendo olhar pra ele, que estava sentado no baú de madeira que ficava encostado ao pé da minha cama- Você sabe, a parte que eu tinha razão? - e sorriu o que me fez sorrir.

- Nunca- respondi sorrindo voltando a olhar para janela
- Pelo menos te fiz sorrir.- ele falou suspirando - nem lembrava como era o seu sorriso.

- É difícil sorrir quando as pessoas esperam o contrário. -respondi soando malcriada demais

- É sim- me arrependi no momento em que ouvi sua voz, estava insegura novamente - olha, eu vim aqui conversar com você ou tentar, queria saber se você está bem. - olhei para ele, estava olhando diretamente para mim.
-Desculpe- A palavra saiu pela minha boca pela segunda vez naquela noite.
- Fiquei feliz quando te vi na praia hoje - falou levantando e dando um passo em minha direção e então parou- Estava começando a pensar que você ia passar todo o verão dentro de casa.
- Não foi a primeira vez. - contei- como acha que ela está? - Perguntei mudando de assunto - O que será que aconteceu?
- Naufrágio - respondeu curto e grosso sem se preocupar com que o significado daquilo poderia causar, percebi que gostava daquilo e sorri - O pai que falou, disse que poderia ser isso, possivelmente um barco pequeno.
- Certo.
- Foi isso que te tirou o sono?

O olhei novamente ainda estava de pé no meio do caminho entre a cama e o pequeno sofá.
- Sim, e você jovem? O que te tirou o sono? - perguntei batendo na parte do sofá que eu não ocupava, ele se sentou ao meu lado e deu um sorriso fraco.
-A garota desacordada e Você.
- Eu?
- Sim- ele olhava pra frente, não pra mim e então suspirou- Sei que não é como antes, sabe nós não nos falamos muito desde o primeiro ano- "Isso, é culpa exclusivamente sua" pensei- Mas ainda te considero quase como uma irmã Julie- Meu coração ficou apertado, talvez eu não esperasse essa denominação tão repentinamente, não depois de tanto tempo - e eu estou preocupado com você.
- Não precisa se preocupar, eu estou bem - falei.
- Não, você não esta, por que te conheço o suficiente pra saber quando você mente Juliette, quando você vai entender que pode falar comigo o que for?- ele se levantou do sofá e parou na minha frente e então se ajoelhou, segurou meu rosto entre suas mãos me fazendo olhar nos seus olhos- Que te ver assim me machuca, eu também sofri com a morte dela, eu também chorei, ela era como uma segunda mãe para mim, e tenho certeza que ela não iria querer ver você assim- ele estava me olhando nos olhos, senti as lagrimas quentes escorem por meus rosto, ele estava falando da minha mãe- Ela iria querer te ver feliz e nunca pediria para parar de fazer o que gosta-eu sabia que era verdade, o problema era que eu não tinha vondade- quando quiser conversar eu vou estar aqui e se precisar de ajuda pra voltar a viver também.
- Por que?- "cala boca Juliette" minha consciência falou "quer ser chamada de Irmã de novo? Ele não vai fazer isso, não importa o quanto você queira."
- Por que você é e sempre será minha irmãzinha, e eu te amo.

My Life With A MermaidOnde histórias criam vida. Descubra agora