Capítulo 7 - Molly

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Sexta-feira. Acordar a pensar que é sexta-feira, até que dá um incentivo. Olho lá para fora e está sol. Não gosto de sol, talvez seja pela cor da minha pele pálida ou porque não consigo abrir os meus grandes olhos cinzentos.
Estou a caminho da entrada, hoje tenho novamente físico-química ao lado do Harry. Ele é muito giro, mas é inacessível devido à sua popularidade. Eu sou invisível nesta escola, apenas a Star me vê. Ela é muito querida, gostava que nos tornássemos boas amigas. 

Estamos a meio das aulas de manhã, decido ir à casa de banho. Entrei na casa de banho dos rapazes porque a das raparigas estava a ser limpa. Não há que correr mal, eu vou ser muito rápida. Estou prestes a sair da casa de banho, no entanto, a porta não abre, está presa. Isto não me está a acontecer. Surge-me a ideia de ligar para alguém para me tirar daqui. Porém, não trouxe o telemóvel. Só me resta uma alternativa, chamar por alguém, mas ninguém me ouve. Sento-me no chão e começo a entrar em desespero, sou claustrofóbica. Tento me manter muito calma, mas sem sucesso.

Já se passou por volta de 1 hora, continuo sentada no chão. Começo a chorar. Nunca mais vou sair daqui. Alguém entrou na casa de banho.
- Estás bem? - pergunta uma voz masculina.
- Não, estou presa. Podes-me ajudar? - respondo aflita.
- Molly és tu? - pergunta Harry.
- Harry? Sim sou. Tira-me daqui por favor. - digo desesperada.
- Sim, claro que tiro. O que estás a fazer na casa de banho dos rapazes? - pergunta-me intrigado.
- Eu tive de vir aqui porque a casa de banho das raparigas estava a ser limpa. Era suposto ser muito rápido, mas a porta ficou presa. - explico.
- Tem calma, vou tirar-te daí. Afasta-te para trás. - imforma-me.
- Ok. – faço o que ele pede.
Ele começa a dar empurrões na porta, até que finalmente se abre. Nunca me senti tão aliviada na vida.
Corro para ele e dou-lhe um abraço, apanhando-o desprevenido.
- Obrigada. – sussurro-lhe ao ouvido.
- De nada. – abraça-me com força.
De repente tomo consciência do que estou a fazer. Sinto a minha cara a arder, largo-o.
- Des... desculpa, não foi minha intenção dar-te um abraço. – digo isto e fujo da casa de banho.
- Não precisas de pedir des... Molly onde vais? – pergunta confuso.
Finjo que não o ouvi. O que me deu? A minha cara ainda continua vermelha, e sinto o seu perfume. Cheira tão bem. Molly para, o que te está a dar? Corro para a aula onde já devia estar à 30 minutos, nem vou pensar no facto de ter faltado à aula de filosofia. Bato à porta, peço desculpa pelo atraso à professora, vou ter de lhe explicar o meu atraso.
Sento-me ao lado da Star, que me olha com ar de preocupada.
- Molly por onde andaste? Procurei-te por toda a escola! - pergunta prepcupada.
- Fiquei presa na casa de banho e o Ha... - paro de falar porque ele está a entrar na sala. Olho para baixo, estou novamente vermelha. Ele senta-se ao lado do seu melhor amigo. Por favor que ele não fale comigo.
- Molly estás bem? Saíste da casa de banho tão depressa. - pergunta-me confuso.
- Desculpa, eu... eu estava muito atrasada para a aula, foi por isso. – minto
- Ah ok. – diz e vira-se para à frente.
- O que é que se passou aqui? – Pergunta Star sorridente.
- Foi ele que me tirou da casa de banho, estava presa. – digo muito baixinho.
- Só isso? – diz erguendo a sobrancelha.
- Eu abracei-o, mas foi sem querer não o queria fazer, sou uma idiota.
- O amor anda no ar. - diz Star a cantarolar.
- Star não é nada disso, para.
- Molly Sprouse e Harry Thomas. Ui mas que casal sensação.
- Star Steele e Sam Scott.
O sorriso na cara dela desaparece e começa a ficar vermelha.
- Nada disso e não desconverses.
- Claro claro – digo ironicamente.
Ela revira os olhos.

A aula terminou.
- Professora, posso falar consigo?
- Claro Molly, diz.
- Desculpe o meu atraso, fiquei presa na casa de banho e não conseguia sair, até que apareceu o Harry.
- Ah, mas estás bem?
- Sim, estou.
- Foi uma sorte o Harry ter aparecido.
- Foi, de facto foi. – sorrio e saio da sala.

Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now