Capítulo 41 - Sam

3 2 0
                                    

Chego à festa do Harry duas horas mais cedo para o ajudar nos preparativos.

- Então Harry, no que posso ajudar?
- Ainda bem que chegas-te, podes ir comprar as bebidas?
- Ok, vou dar um jeito.
- Vais dar um jeito?
- Sim, tenho 16 anos, não 18.
- Ahh certo, espero que as consigas.
- Até já. - digo, fechando a porta atrás de mim.

Ele tem sorte pois conheço um mini supermercado que deixa os adolescentes comprarem bebidas alcoólicas sem problema algum.

Assim que as tenho regresso a casa do Harry.

- És o meu salvador! Obrigada. - agradece-me Harry.
- Sempre às ordens! - brinco.
- Ok está tudo pronto, as pessoas não tardam nada começam a chegar.

A campainha toca.
- Parece que já chegaram. - afirmo.

Ele vai abrir a porta e a primeira a entrar é a Molly, seguida de Maggie e por fim Nina.
Fico desapontado por não ver Star. Compreendo o seu lado e o mais provável é ela não aparecer.

O Harry vai receber mais convidados e foco-me em quem entra com uma esperança que seja ela, mas ela não aparece.

- Então puto, tudo bem? - cumprimenta-me Alex com um aperto de mão seguido de um abraço rápido.
- Está tudo e contigo? - pergunto quando acaba o cumprimento.
- Sempre, sabes como é. Então e as miúdas.
- Situação complicada.
- Pois, ouvi dizer. Explica lá situação.
- O Sam está caído pela Star, mas ela está chateada com ele. - explica Harry, surpreendendo-nos.
- Que lhe fizeste? - pergunta Alex.
Mantenho o meu silêncio.
- Ainda não viste nas redes sociais? - pergunta Harry a Alex. 
- Não, devia? 
- Queres a resposta? Lá vais tê-la. - digo e saio da sala de estar dirigindo-me ao jardim da casa e sento-me numa cadeira confortável.

Passado cerca de 20 minutos, recebo uma mensagem do Alex: «Desculpa, não sabia que era grave a situação. Queres falar?», espero uns momentos e respondo: «Não, obrigada. Está tudo bem.», de seguida recebo outra mensagem: «Sabemos que isso não é verdade, mas tu é que escolhes o que queres fazer.», respondo simplesmente: «Obrigado».

Já estou aqui sentado há cerca de duas horas, mas também não me apetece nada ir lá para dentro me embebedar, como a maior parte das pessoas fez. A pessoas dizem "Beber para esquecer", mas isso nunca fez sentido algum na minha cabeça. Se estivermos com problemas, beber só nos vai trazer ainda mais, como dizer coisas que não queremos ou fazer figuras.
Invadido por estes pensamentos, reparo em alguém que acaba de chegar ao jardim. É o Harry.

- Então é aqui que estás escondido. - aborda-me ele.
- É.
- Nunca te vi assim tão em baixo por causa de uma miúda.
- Ela não nenhuma qualquer. Eu matei o pai dela, ela jamais me perdoará, eu jamais me perdoarei.
- Foi um acidente Sam! Não tiveste culpa! Se a bola foi para a estrada e provocou aquele acidente, era porque assim tinha de acontecer, estava destinado. Tu não podes carregar isto contigo para sempre. Chegou a hora de por um ponto final e se ela te merecer ela vai entender isso. Tinhas apenas 9 anos e quase nem sabias o que a vida era.
- Traumatizei a vida daquela gente.
- Assim com traumatizas-te a tua vida. Passado é passado. Não podes carregar as mágoas dele. 
- É fácil falar.
- Não é Sam, não é. Ver-te nessa situação deixa-me triste. Somos amigos à uma eternidade, conheço-te melhor do que ninguém.
- Eu sei.
- É o seguinte: A vida não passa de um jogo de escolhas. Só tu as podes tomar, ninguém o pode fazer por ti. Tens vários caminhos traçados e com as tuas escolhas vais definindo a tua vida. Seja ela boa ou má. Portanto faz-me um favor, levanta-te daí e vive. Só tens uma vida. - diz e vai-se embora.
Quando chega à porta vira-se para trás e diz - E por falar no diabo, cá está ela. Afinal não me parece que esteja assim tão mal. 
- Insensível! - grito e ele faz-me o dedo do meio.





Espero-te nas estrelasWhere stories live. Discover now