A cafeteria

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Adrien desceu do carro e encarou o Colégio Françoise Dupoint sentindo seu coração acelerar. Sabia que faltava pouco para aquela história de poemas acabar e ele torcia para que sua amizade com Marinette e sua identidade secreta não chegassem ao fim também. Percebendo que estava nervoso antes da hora, ele respirou fundo na tentativa de acalmar sua pulsação. Mas, assim que viu a azulada se aproximar da escola, seus batimentos cardíacos voltaram a acelerar e o loiro tinha a impressão de que dava até para ouvir. Marinette atravessou a rua calmamente e foi falar com Alya. O modelo observava as duas amigas conversarem e se perguntava se aquela era uma boa hora para entregar o poema que tinha escrito para a menina. "Se eu for agora, ela pode ficar triste e vai ser horrível vê-la assim pelo resto do dia. É melhor esperar. Talvez na hora intervalo eu consiga", pensou.

***

Adrien fazia os exercícios pedidos pela professora de história quando sua mente fez questão de lembrá-lo que ainda não tinha falado com Marinette. O modelo olhou discretamente para a menina sentada na carteira atrás de si. Apesar de estar focada nas questões, ela parecia bem feliz. O loiro sentiu um aperto no coração ao pensar que, talvez, ela não estivesse assim no fim do dia.

Ele sabia o quanto era doloroso ser rejeitado por quem se ama, principalmente porque a pessoa em questão é apaixonada por outra. Sua lady tinha feito isso com ele, dizendo que gostava de outro garoto e, embora continuassem sendo amigos e ele ainda não tenha desistido de conquistá-la, ainda doía quando pensava que a menina poderia estar pensando, naquele exato momento, no garoto que tinha conseguido roubar seu coração. Adrien não sabia quem era o escolhido de Ladybug, mas sentia uma certa inveja dele. Conquistar o amor de sua lady era uma das coisas que mais desejava e aquele cara conseguiu. Como ele era sortudo!

Justamente por saber que a tristeza de uma desilusão amorosa era difícil de ser suportada que ele não desejava fazer aquilo com Marinette. Pelo que tinha lido nas cartas, o amor que a amiga sentia por ele era tão forte quanto o que sentia por sua lady. E decepcioná-la não seria nada fácil. Mas ele não tinha escolha, tinha que contar logo a verdade antes que desistisse ou fosse impedido mais uma vez.

Quando o sinal anunciou o intervalo, o loiro resolveu que não esperaria mais. Viu que a azulada estava conversando animadamente com Alya melhor não interromper, depois eu falo com ela", pensou, mas, logo em seguida, a morena se afastou da amiga. O modelo caminhou até o banco em que Marinette estava sentada, sentindo suas mãos trêmulas. Pegou a resposta que tinha escrito para o poema dela e continuou andando.

— Oi, Marine… — Foi interrompido por um aluno que o empurrou quando passou correndo. Logo em seguida, ouviram um estrondo e outros adolescentes dirigiram-se apressadamente até a saída da escola, gritando. "Akuma", os dois pensaram, tentando imaginar alguma desculpa que explicasse sua saída dali.

— A Alya! Ela me disse que iria falar com a professora. Vou atrás dela! — Disse a azulada, correndo até o banheiro para se transformar. Adrien assentiu e também procurou um local seguro.

Quando os dois heróis finalmente se encontraram, ficaram surpresos ao perceber que o akumatizado não era um aluno, mas um professor. De qualquer forma, derrotaram o vilão facilmente.

— Zerou! — Cerraram os punhos, como de costume, e se despediram.

***

— Consegui filmar a luta toda de novo, não acredito! — Afirmou Alya.

— Nós perdemos praticamente todo o intervalo por causa da batalha e você está comemorando? — Disse Nino.

— Claro! Meu blog vai ter mais um vídeo com boa qualidade essa semana. — Antes que o moreno respondesse algo, a professora de literatura chegou ao local.

Depois Daquela CartaOnde histórias criam vida. Descubra agora