Capítulo Um

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— Dean! Achei um caso. Dakota do sul, Springfield.– o irmão mais velho se dirige até o mais novo.

Ambos olham o computador vendo um massacre por toda cidade. Homens e mulheres mortos de formas mais variadas.

Trucidados.

Sem cabeça.

Falta de sangue.

Explosões.

Mais o mais estranho, é que não são mortes sobrenaturais, são mortes causadas por humanos.

Os dois trocam olhares significativos.

A caçadora voltou.

A irmã deles voltou.

Seus corações se enchem de esperança e alegria por finalmente acharem a irmã desaparecida a mais de 17 anos.

— Encontramos. Dean, a encontramos!– o mais novo, Sam, diz alegre e sorri olhando o notebook.

O mais velho sorri assentindo, ele vira seu olhar e o mesmo se levanta da cadeira, começa a andar de um lado para o outro.

Nada mais o deixou feliz, como naquela hora, aquela informação.

Mas algo martelava sobre sua mente.

Terá, ela, sua irmãzinha caçula, virado uma assassina?

[ ••• ]

08:30 da outra manhã.

Hotel Luar&Night

Dakota do norte.

Pov; Dean

Observo as paredes desgastadas e largo as malas perto da segunda cama do hotel. Suspira e ouço Sam comentar alegre para Bob que sua irma está viva.

— Dean, Bob quer falar com você.– sorrio de lado e ele sai do quarto. Atendo o celular.

— Oque foi?

Você sabe, a garota não pode mais ser a mesma. Lembra quanto tempo em sumiu, não?– ele não diz mais que o óbvio.

Passo as mãos no rosto, e me sento na cama, coloco os cotovelos em cima dos joelhos e fico pensativo.

— Eu sei. Mas... Se Sam tem alguma esperança, porque eu não posso?– murmuro e seu silêncio diz tudo.

Ele não confia nela.

Não mais.

Garoto...

— Eu vou tomar cuidado, prometo.– respondo sua pergunta não feita.

Seu suspiro forte e xingamentos me faz rir.— Caso algo de errado, sabe a quem recorrer, não é?

— Sim, Bob. Eu vou te chamar caso algo dê errado.

Tudo bem, se cuide. É sério, cuidado, nem sempre quem confiamos é confiável. Se cuida, babaca idiota.– ele desliga e eu nego olhando o celular.

O jogo na cama de Sam e solto meu corpo para trás, a cama velha range e treme abaixo de mim.

Ouço barulhos de ferro retorcendo e logo a cama cai no chão.

— Maldição!– praquejo.

Uma risada forte me faz olhar a porta, Sammy me observa risonho. Pela primeira vez, depois da morte de papai, seus olhos tem um brilho diferente, novo.

Esperança.

Espero que esse caso não nos destrua.

Mais ainda.

[ ••• ]

Dakota do sul.

8:39 Hotel Dimorth.

Um grito de dor é a única coisa a ser ouvida nesse abandonado estacionamento.

Os outros temem sair, o ar está sombrio, ruim.

O quarto do número 156 é o quarto assombrado, o mais usado para suicídios e mortes. 

Ela está nele.

O cigarro na sua boca faz o ar ficar com o cheiro horrível. A pessoa gritando pela dor, a faz feliz.

— Posso acabar com isso. Apenas me diga, Bob, aonde eles estão?– se aproximo do velho barbudo e ele cospe na mesma.

Fecha os olhos e sorri sádica.— Vamos brincar então.

Seus gritos são música, sua resistência é boa.

Um caçador não é nada perto de A Caçadora.

Largando a faca ensanguentada e o alicate, ela suspira em contentamento.

— Decisões, decisões...– murmura baixo.— Não vou lhe matar Bob.

O velho levanta a cabeça e a fita sem emoção.

— Seus irmãos... Vão me achar.– sussurrou com a voz baixa.

Ela ri largo, anda em círculos ao seu redor e para atrás do homem. Apoia as mãos nos ombros dele e o mesmo paralisa.

Ela chega perto de seu rosto e logo sussurra.

O próximo pode ser você.

Lambe seu ouvido e some. O silêncio recai novamente sobre o ambiente, a respiração presa do velho é solta e sua consciência vai se esvaindo.

O celular toca e o faz acordar, seus olhos desfocados grudam numa luz na escuridão, chutes na porta são desferidos.

As vozes de Sam e Dean fazem o velho arregalar os olhos.

Não....– sussurra e se deixa desmaiar.

Os dois irmãos arrombam a porta vendo o pai de consideração, desmaiado e amarrado numa cadeira de ferro grudada no chão.

O loiro corre até ele e corta as cordas, o corpo pende para a frente e o mais novo, o ajuda a carregar o velho para longe.

Oque não sabia era que ela observava, sempre observou.

[ ••• ]

A Libertadora Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora