Capítulo Três

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09:05 da manhã do outro dia, depois da segunda vítima.

Terceira vítima.

Mercadinho da senhora Luiza, na esquina do hotel.

O sininho da porta toca, os dois pares de olhos seguem o som, uma garota de cabelos negros e sorriso suave entra, deseja bom dia a todos e vai rodando as prateleiras.

Ela examina todo o local e vê o seu próximo alvo.

Fernández Solomon Islands. 19 anos, traficante de drogas, assassino e acusado de estupro. Não tem família, além o irmão caçula, cuida dele mas o maltrata.

A pele dourada, olhos azuis, cabelo loiro sujo e longo, seboso e jogado para trás, olhar decidido.

Ele parece sentir pois olha na direção da garota, a mede de cima abaixo e mesmo por baixo de vários pedaços de panos, vê a beleza exótica dela. Sorri e acena. A mesma repete o ato.

Pega alguns salgadinhos e chocolates, vê algumas rações caninas e as pega.

Sai em procura de mais itens.

Fita crepe, uma machadinha, uma pá, saco plástico preto, e alvejante junto com outros produtos de limpeza.

Ao checar tudo no carrinho ela assobia uma canção de ninar enquanto se dirige ao caixa, o garoto manda a caixa sair e fica no seu lugar.

Ela vai tirando tudo do carrinho e o garoto arregala os olhos ao ver os itens. Os mesmos que ele sempre usou.

— Se não fosse pela sua carinha fofa e inocente, acharia que fosse matar alguém.– diz risonho e a vê sorrir.

Cartão verde. É oque ele pensa.

Ela mexe no cabelo e olha para o chão, nega e continua sorrindo. Ele aceita seu silêncio como timidez.

Ele encontrou a vítima perfeita para suas loucuras sádicas.

Seu sorriso galanteador se alarga e ela vê um brilho de sadomasoquismo em seus olhos.

O mesmo brilho que ela carrega nos seus.

— Qual seu nome?– o rapaz decide finalmente quebrar o silêncio.

— Akira.– sua voz sai baixa, indefesa e suave.

Ele imagina sua voz gritando pedindo para que pare, esconde sua ereção e meche nela achando que a garota não percebeu.

Babaca.

— Todos conhecem um ao outro aqui, e você, está de passagem ou decidiu ficar?– a curiosidade do rapaz o levou a isso.

Ele até estranhou, nunca quis saber coisas de suas bonecas, só as pega, brinca até cansar e descarta.

Louco.

Isso ele é de sobra.

— Ainda estou conhecendo os ares, sabe...– murmura e sufoca um riso.

O garoto a mede de cima a baixo novamente, seus pensamentos divididos entre matar, ou fazê-la si própria matar.

— Quer um guia? – pergunta.

As sacolas de compras já estão nas mãos da garota.

— Sim, me encontre na rua...

Ambos estão satisfeitos pelo seu plano estar dando certo, o alvo está na mira.

Ela só tem que puxar o gatilho.

[ ••• ]

Hotel Dimorth.

22:00

A Libertadora Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora