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"Eu me sentia feia quando olhava a mim mesma no espelho, mas quando me via no brilho de seus olhos eu enxergava uma única parte boa em mim.
Apesar de ter negado aquilo a mim mesma durante muito tempo, eu vi dias depois que tudo o que Naomi me dissera sobre o amor que eu sentia por Min Yoongi era real.
Mas eu não podia mata-lo, não assim ".
-E então, o que aconteceu após a visita da senhorita Naomi a sua casa naquela tarde? -Dr. Higs pergunta, anotando algo em seu caderno sem olhar pra mim.
-Eu percebi que devia tomar uma decisão e parar de ser controlada por meus medos, mesmo que isso significasse por a vida dele em risco...
-Isso foi na sexta-feira a noite, certo? A noite na qual a senhorita foi presa.
-Exatamente. Fui eu quem liguei pra Aisha e disse a ela que devia mandar a polícia até minha casa naquela noite. Eu era um perigo para mim mesma.
"Naquela noite Yoongi e eu estávamos sozinhos em casa fazendo o jantar enquanto meus pais trabalhavam na casa do vizinho e acabamos ficando acordados até tarde conversando no sofá.
Foi no meio do papo interessante que eu perdi a cabeça e comecei a chorar, lembrando do que Naomi havia me mandado fazer e percebendo que eu seria incapaz de terminar aquilo.
-O que houve meu bem? -Min Yoongi perguntou, me puxando para seus braços e afagando carinhosamente minha cabeça.
-Desculpa Yoon, eu não consigo mais...
Era pressão demais para a minha cabeça frágil de adolescente e eu estava enlouquecendo cada dia mais, era tanto peso que eu começava a perder ainda mais rápido minha sanidade.
Yoongi não disse mais nada, apenas ficou ali comigo me mimando até que eu parasse de chorar e pegasse no sono.
Pela primeira vez em muito tempo eu tive sonhos felizes e considerei a ideia de conquistar um mundo melhor.
Afinal, eu amava Min Yoongi, e estar ao seu lado era o suficiente pra mim não querer correr atrás de mais nada.
No meio da noite eu acordei, já mais calma, e ao ver Yoon dormindo calmamente no sofá eu percebi o quanto estava sendo uma pessoa ruim pra ele.
Chorando baixinho como uma criança assustada, liguei para Aisha pedindo pra mesma chamar a policia e fui até o segundo andar buscar o revolver.
Era a noite de sexta-feira na qual eu acabaria com tudo e estava na hora de deixar Min Yoongi ser livre de novo.
Desci as escadas em silêncio voltando pra sala de estar com a arma do crime em mãos e chorei ao ouvir as sirenes da viatura policial cruzarem a rua e pararem diante da porta principal de minha casa.
Eu me aproximei do sofá e apontei o revolver para a cabeça loira e inconsciente de Min Yoongi e fiquei parada com o dedo no gatilho esperando a polícia entrar.
Quando estava prestes a puxar o pequeno botão que separava a vida da morte, fui atingida na cabeça por um dos policiais e a última coisa que pude ver foi o olhar assustado de Yoon caindo tristemente sobre mim.
Eu havia selado meu destino e na manhã seguinte acordei na prisão ".
-Esse é o final da minha história, toda a verdade e nada além da verdade, naquela noite eu me incriminei de propósito pois sabia que Yoongi sentia algo por mim -digo, dando fim a última consulta médica com o Dr. Higs- E ele não podia sentir, sei disso agora.
Ele não diz nada, apenas permanece em silêncio com sua caderneta em mãos e os olhos fixos em mim.
-Eu sinto muito, senhorita Burns, mas mesmo acreditando em você não posso fazer nada amanhã. Não posso atestar uma doença psicológica, pois a senhorita estava sóbria quando fez tudo aquilo... E nossa última consulta acaba hoje e aqui, não há mais nada que eu possa fazer.
-Desculpe-me, doutor, sei que você não curte muito perder um paciente.
O Dr. Higs tinha anos de experiência como psiquiatra e jamais deixou um delinquente ser calado na prisão com uma pena de morte.
Mas ele tinha razão sobre mim, eu não estava louca.
Nunca estive, nem antes e nem agora.
-Não me peça desculpas, senhorita Burns, eu é quem lhe devo isso por não ser capaz de reverter sua situação. A senhora foi vítima de uma amizade amaldiçoada e eu não posso fazer nada a respeito disso...
Andamos lado a lado em silêncio de volta a minha cela e dessa vez ele não prende algemas ao redor de minhas mãos.
Ele se despede de mim com um abraço e enxuga suas lágrimas tristes antes de me deixar ir.
-Cuide-se, doutor -é a única coisa que consigo dizer antes de vê-lo sumir diante da luz.
Você deve estar indo pra casa agora, nesse exato momento, encontrar sua esposa e filhos no seu lar doce lar e em questão de anos já terá esquecido minha ficha médica em meio a tantas outras na escuridão confusa de sua gaveta.
Eu sei que fez tudo o possível pra me livrar da pena de morte prevista pwra amanhã, doutor, mas o último gesto de humanidade que prestou a mim valeu como um todo.
Amanhã é o tão esperado dia em que Min Yoongi irá depor contra mim, e quero que você se esqueça de um dia ter me atendido na prisão.
Afinal, esse tempo todo fui sempre eu que errei, e não você.
Continua.
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Acerola No Café {Yoongi}
FanfictionA história de uma psicopata apaixonada por seu melhor amigo, mas que é manipulada a cometer alguns assassinatos e sua última ordem recebida é matar o próprio Min Yoongi. -Porque eu não posso simplesmente pular? -Por que, se pular, você morre. -P...