Não Mais Humanos

Um animal ou um humano?

Akutagawa rolou inconsciente até tal condomínio, batendo contra a grade sem nem sentir.

  Um médico que morava naquele condomínio, ia entrando, quando viu o corpo daquele jovem caído quase falecido.
Ele se aproximou, pegou-o nos braços e foi levando até sua casa, colocando várias gases em seu corpo devido as feridas e ao sangue que escorreu

Akutagawa permanecia inconsciente, poderia ficar assim por horas ou mesmo dias devido as múltiplas feridas, seu corpo estava muito machucado, ele estava mais magro que uma criança de 7 anos em fase escolar, pálido parecendo já falecido.

O médico o deitou em sua mesa, começo a fazer uma massagem em seu peito, retirando uma pomada e esfregando ao lado de seus ferimentos, para que ajudasse a acelerar o processo de cicatrização e a dor do coitado fosse reduzida.

- Força...garoto

Ele enfiou uma agulha em sua veia, começando a injetar soro fisiológico, para que o corpo dele ficasse nutrido, pois estava visivelmente desnutrido.

Os dias foram passando e Akutagawa se recuperava em ritmo lento, pois suas feridas eram profundas, por fim acordou certa noite de um pesadelo com o que mais o amedrontava, se debatendo na cama.

- aaaah!!!

O médico misterioso estava acordado, revistando os papéis que usou para anotar a recuperação de Akutagawa, logo se levantou e saiu correndo até o jovem, o olhando e tocando sua mão

- ei??!

  O outro afastou a mão e se encolheu assustado, estava parecendo um animal indomado, também não era sua culpa depois de tantos maus tratos que sofreu nas mãos daquele homem que ainda atormentava seus pesadelos.

- hum....

Ele abraçou o próprio corpo com força afim de criar um "campo de força" invisível em torno de si.

- Calma, não irei te fazer mal

O médico se afastou percebendo que aquele pobre jovem estava traumatizado com o que sofreu, indo até a cozinha e voltando com um almoço digno, para que ele pudesse se alimentar

Akutagawa olhou para a comida que parecia um banquete, quase arrancou da mão do médico e pulou da cama ainda cambaleando um pouco, se sentou no chão e depositou o prato alí, abaixou sua cabeça e começou a comer feito um animal faminto, não usou talheres, se quer as mãos, apanhou a comida diretamente com a boca, acostumado com a forma como comia naquela mansão, ele era o cachorrinho do dono, mas era tratado pior do que um.

O médico ficou horrorizado ao ver a forma que ele se alimentava, a forma brusca que ele pegou o alimento, indo até a porta devagar e levando um copo com água, o observando.

- caso avançado....

Akutagawa logo terminou de comer e levantou o rosto com a boca suja, pingando pelo caldo da comida.

O médico se aproximou, com um pano, começando a passar na boca do pobre jovem devagar, limpando sem movimentos bruscos

Akutagawa fez menção a se afastar, mas logo pensou que se o outro se aproximou tanto assim de si, ele queria algo em troca, olhou para o lenço que o limpava e pegou com os dentes jogando no chão, se ergueu bastante para conseguir lhe alcançar e lambeu os lábios do maior lentamente, fechando os olhos.

- Hum?

Ele arregalou os olhos ao sentir a lambida dele, não vendo sua alma e sua essência transparecendo em seus olhos, logo tendo confirmado sua suposição de que ele já não era mais humano

  Akutagawa se afastou observando o "terreno em que estava pisando", o que seu "novo dono" preferia, o que o ordenaria e como desejaria ser tratado, pode fim tombou a cabeça com olhar de cãozinho de rua.

O seu "novo dono" se abaixou devagar, segurando em sua mão e começou a acariciar sua cabeça de forma relaxante, como uma forma de demonstrar o que era carinho, visto que ele aparentava nunca ter sentido algo assim,

  Akutagawa começou a se esfregar na mão do outro agora como um gatinho, "ronronando" baixinho.

Oda, sim, o próprio Oda.
Estava estagiando como médico, logo após seu livro ter feito sucesso e ele conseguir ter saído da máfia.
Ele ouviu ronrono, começando a acariciar seu pescoço devagar.

  Akutagawa subiu no colo do homem maior e não parou só na mão, começou a se esfregar em seu peitoral sentindo o cheiro de Oda, todos sabem que o cheiro é essencial e sexual no mundo animal.

Oda começou a se arrepiar ao sentir o jovem de esfregando em seu corpo, dando um pequeno murmúrio, tocando o rosto do mesmo e acariciando.

  Akutagawa cheirou Oda e mordeu sua camisa puxando até que ele viesse para frente em um rosnado, ele queria que o outro entendesse sua vontade.
Um ex garoto de programa? Um escravo sexual? O que Akutagawa era antes de rolar até sua casa?
Aku mordeu os lábios do homem e se afastou.   

Oda não acreditava no que estava presenciando.
Ele estava vendo um corpo humano, mas o que habitava ali, certamente não era humano.

- _O que é isso? É um ser...novo?_

Ele teimava a acreditar que Aku permanecia sendo humano. Fez carinho abaixo do pescoço do menor, não iria fazer nada além, pois o mesmo ainda não estava recuperado e ele não seria um monstro para se aproveitar de alguém assim, mesmo que "não fosse" mais humano.

   Aku quase nunca recebera carinho do dono anterior, ele nunca se preocupou com isso. Esse  "dono certamente era diferente, como seria viver com ele dali para frente?

- Grrr....hum...

O carinho estava sendo um remédio para suas feridas, e era extremamente bom.

Ele segurou a mão do maior e apertou como se pedisse pra não parar.

Ele continuou acariciando naquela região, vendo que o mais novo estava gostando. De forma calma para que ele relaxa-se. 

O menor só servia para fazer as necessidades de Dazai, nada além disso, ou era o que pensava.
  Aku fechou os olhos nos braços daquele dono tão diferente do outro, ele se sentiu tão protegido dessa vez que adormeceu em seus braços calorosos.

Oda o carregou até seu quarto, o depositando em sua cama e puxando um cobertor, fazendo carinho no mesmo para que não acordasse.

  O menor apoiou sua cabeça no peito do outro, seja lá o que estaria sonhando agora, não eram aqueles pesadelos, ele estava satisfeito, muito satisfeito com o novo tratamento, para alguém tratado como lixo isso era o paraíso agora.

                          Continua...

Nora:

Nesse não teve lemon, Aku está machucado ainda e Oda não o conhece direito.