São Paulo

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Avenida parada
Lama em movimento
Carros submergindo
Casas e vielas a água vai corrompendo

Gotas de chuva é motivo de esperança
Pra Paulista é, gotas de desgraça
Gotas de chuva é adubo para a vida
Pra Paulista é, esgoto arruinando o asfalto

Você fez sua morada em meu coração
Mesmo com a constante corrosão lagrimosa
Desfiladeiros não foram feitos para abrigar
Você vai deslizar direto para meu embrulhado estômago

A grande São Paulo é um relógio ditando o tempo
Pra paulista é música rangendo os dentes
Em São Paulo tem, dias que não dormem
Insônias alucinantes

Você fez seu abrigo no extremo da gigante
Não tem medo de virar um para-chuva?
Você vai escorregar direto para os pés
Vai ser esmagado sem compaixão pela gigante São Paulo

Zumbis mastigando no almoço e jantar
Motores zunindo
Estradas em overdoses
Viadutos arteriais entupidos
Gotas de chuva é satisfação para a terra seca nordestina
Pra paulista é, sede afogando bueiros, carros, casa e pessoas

-Leonardo Freitas Aguiar

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