Putrefactio

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Meu peito se esvai em pedaços
A saudade está gritando de longe
Despedaçada a alma decompõe
Uma parte vai ficar em silêncio
Não me adianta gritar
Não é do jeito que gosto

Já foi feito
Meu músculo cardíaco jaz despedaçado
Ossos esfarrapam como roupas velhas
Os olhos já não crê no que vê

Todos os climas e temporais em pedaços estão
Meus grains de beauté caem iguais a migalhas
África despedaçada, mal desenvolve
A vida efêmera me lembra que viver é pouco
Como lágrimas de março abraçando o outono

As folhas despencam do abraço das árvores
Célula por célula
Vida por morte
Lamento por silêncio
O rei pelo sol, pelo o leão
Doce putrefactio desbotando a carne

Do negrume nasce a luz
Da luz nasce a sombra
Do padecimento nasce a raiva
Da raiva nasce a guerra
A guerra traz os vermes para a alma

-Leonardo Freitas Aguiar

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