Poderia me julgar um " mulherão da pôrra", sim, pelo menos é o que meu filho Zayn sempre diz. Ele tem 15 anos é um moleque estudioso, engraçado, doce, meu melhor amigo e fã. Está explicado o adjetivo? Óbvio que meu filho para todo o sempre irá espalhar pela Terra que sou a melhor, e até me sinto um pouco assim, sem exageros ou vaidade.
Tenho 35 anos, sou mãe solteira desde...bom, desde a barriga porquê sinceramente não sei quem é o pai de Zayn. Como diz D. Samia, minha mãe, eu era "da pá virada". Quando engravidei aos 20, estava em uma festa de despedida do colégio preocupada em perder a virgindade, beber todas e comemorar. Enfim, conseguira me formar! Repeti de ano 4 vezes, fui expulsa 3 e só pensei em faculdade depois que descobri que aquele bebê fofinho não era um boneco e sim de carne e osso!. "Desvirei a pá", tive uma conversa séria com minha mãe e fui em busca de formação de verdade. Aos 22 anos entrei para a universidade e me desdobrava nos cuidados com meu filho e os estudos. Grande sorte minha que papai, militar de alta patente, ao morrer em um acidente bobo de trânsito, nos deixou muito bem amparadas e minha mãezoca sempre me deu a mão cuidando de Zayn quando eu precisava estudar até mais tarde. Sobre o amor? Este ficou em segundo plano! Até meus 30 só tive casinhos carnais, se é que me entendem. Mas chega um momento na vida de uma mulher que amar faz falta, amor faz falta, sexo faz falta...homem faz falta!!! Mas meus dedinhos podrinhos sempre estiveram aqui me acompanhando, seja para alívio embaixo das cobertas ou para apontar o dedo na cara do filho da puta que inventou a figura do cupido.
Agora perguntem: Como na vida você conseguiu viver até aqui sem romance?
Ah! E pode parar a leitura aqui você aí que diz que não precisa de uma figura masculina, um cobertor de orelha ou seja lá do que podemos adjetivar, para chamar de seu.
Veja bem: Não sou aquele tipo mulherzinha que a vida gira em torno de um pênis, mas dizer que não precisamos? Mentira das grandes e grossas!!! Daquelas de 20 cm!!! Ninguém sobrevive de consolo, né?
Mas respondendo a suposta pergunta que vocês me fizeram, vamos a resposta:
Sempre amei dançar! Passei do ballet ao jazz, do jazz ao contemporâneo, do contemporâneo para as fraldas, me arrisquei na dança de rua, depois na de salão, mas precisava de um par e foi lá que conheci Leona, minha melhor amiga depois de D. Samia e saímos para a descobrir a" Raqs el Shark" ou Dança do Ventre, como é popularmente conhecida.
Aquele mundo de brilhos e leves tecidos nos encantou sobremaneira e lá estamos há quase 10 anos. Outra coisa que me ajudou a sustentar uma vida sem romance, por incrível que pareça foram exatamente os romances! Após me formar na faculdade de Pegagogia, desenvolvi um gosto pela leitura tão forte que não me vejo hoje sem um livro de cabeceira, ou dois, três...sou uma viciada! Em dança e em livros. Aos 27 anos, dando aulas em uma escola primária privada, e meio desestimulada, senti necessidade de dar um "up" na minha vida profissional, após um cursinho de Desenvolvimento de Softwares e me enfiei em outra graduação, Ciência da Computação, onde descobri outra paixão: Computadores.
Então, resumindo após ser prolixa:
Minha vida é boa! Tenho um filho maravigold, uma mãe que sempre me apoiou, uma amiga de fé, danço para não me perder, leio para intensificar e acabo de ser contratada por uma empresa desenvolvedora de aplicativos, após criar um de encontros que anda bombando nos smartphones por aí. Preciso reclamar? Claro que não! Apenas não tenho sorte no amor...fazer o quê? Continuar tentando sem perder a fé, caralho!
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Improvável?!
RomanceCassiope e Pierre se apaixonaram logo que se viram, mas não tiveram ideia disso, como em um bom e velho clichê. Depois de discussões digitais e reais, brigas e confusões, e a ajuda insistente de seus filhos, conseguiram se entender...mas a vida, com...