43. Dolorido mas necessário

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Kiara entrou bufando e se jogou no sofá

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Kiara entrou bufando e se jogou no sofá. Apertei minhas têmporas tentando aplacar a dor de cabeça infernal que me consumia e sentei ao seu lado.

- Filha...
- Qual é pai? Eu jamais esperaria uma reação dessas de você! De VO CÊ não!!! - Caiu em um choro convulsivo que eu não sabia como parar.
- Na vida adulta essas coisas acontecem, Kiara...
- Pra merda, Seu Pierre!!! Eu nunca imaginei que meu pai, logo o meu pai seria tão insensível assim!!!
- Olha essa boca, Kiara!!! E insensível não sou eu e sim aquela mulher que você chama de sogra!
- AQUELA MULHER???? Agora a Cassi é "aquela mulher", pai, nunca pensei que fosse ter tamanho desgosto com você! Ainda não tinha conhecido uma mulher tão forte e sensível quanto a Cassi e você me diz isso simplesmente porque não quer assumir o que é seu??
- Meu? O que é meu? Eu fui dela, Kiara! Ela que me enganou, mentiu!! Tudo foi um plano! Ela não tem sentimentos por ninguém!!! - Gritei a plenos pulmões com minha filha, mas estava mesmo gritando de agonia por mim mesmo.
- Mas você não estava reclamando enquanto transavam como coelhos em todo lugar!!! Queria o quê?
- KIARA!!!!
- O quê? Não sou nenhum bebê, Seu Pierre! Sei o que vocês faziam e gostavam, agora a sua reação...eu nunca imaginaria...o meu pai!

Apertei mais uma vez as têmporas. A vontade de chorar de raiva me consumia por inteiro. Resolvi colocar um fim nessa discussão contando sem rodeios todo o plano de Cassíope.

- Olha aqui, Kiara! Não admito que fique assim por causa das mentiras que aquela mulher propagou até aqui! Agora, cala a boca e me escute!!
- E se eu não quiser? - "Ela me enfrentou! Puta que pariu! Tudo por causa das mentiras daquela ordinária."
- Você não tem querer nesse momento! Agora escuta com atenção e se quiser me pedir desculpas depois vou aceitá-las porque sei que foi tão enganada quanto eu.

A medida que contava tudo que Paolo havia me dito e detonado comigo, minha filha soluçava baixinho sem dizer uma só palavra, apenas balançando a cabeça. Descobrir que o namorado por quem ela se apaixonou era seu primo e pior, que sabia disso e mesmo assim a envolveu devia ser muito mais dolorido do que foi para mim descobrir tudo. Dolorido, mas necessário! E ela ia superar. Kiara é jovem, linda e inteligente. Agora o que eu vou fazer com aquela mulher maquiavélica e seu filho conivente, eu ainda não sei. O que sei é que não quero vê-los banhados a ouro!! E a mãe? Uma mulher daquela idade?? Ainda envolveu meu tio em toda essa sordidez! Deus!!! O que eu fiz para merecer isso tudo??. Quando terminei de contar, me joguei cansado no sofá enquanto Kiara enxugava suas lágrimas e ficava de pé.

- Filha...
- Não pai...agora não! Preciso respirar.
- Kiara, você precisava saber...
- Sim, precisava e agradeço por me contar. Mas o que fico me perguntando agora é o que vai ser desse bebê - Ela baixou a cabeça soltando mais algumas lágrimas e meu corpo inteiro gelou.
- Kiara, você...Puta que pariu, Deus!!!!! Porquê isso?? Que merda eu fiz???
- Drama demais, seu Pierre! Não combina com você. - Kiara disse fria e me encarou - O bebê não tem nada haver com essa história toda!
- O quê??? Eu vou matar aqueles três!!!!!!

Kiara já ia saindo e voltou com olhar ainda mais endurecido, parou bem à minha frente, ergueu o queixo e disse:

- Aquele que é seu sobrinho, filho do seu amado irmão, aquela que você estava apaixonado até o último fio de cabelo e agora odeia? Ok! E aquele que você ajudou a gerar?...Seu Pierre, não te devo desculpas! Continuo com o mesmo sentimento de desgosto de antes dessa conversa de merda, mas agora...estou desprezando o meu próprio pai, porque ele acabou de dizer que vai matar seu próprio filho!!!

Kiara saiu correndo escada acima e só pude ouvir a porta batendo.

"Ela me despreza?? Eu estava me referindo a D. Samia, Cassíope e Zayn! E que merda é essa de matar meu próprio filho e..."

- NÃO! Não, não, não...meu próprio filho? Então Cassíope...
- Está grávida, irmão! - Paolo entrou sem que eu percebesse - Ela conseguiu destruir nós dois... - Ele se sentou e me abraçou.
- Como você sabe disso?? Vocês...
- Não, Pierre! Não faria isso com você de maneira alguma... já ela não tenho tanta certeza...
- E como vou saber se esse filho é meu mesmo? Quem fez tudo que essa miserável fez pode muito bem engravidar de outro.
- Para isso existe DNA, irmão! Mas para você relaxar, não temos ainda a certeza de que ela está mesmo grávida. Talvez só tenha passado mal mesmo por me ver lá. Ela sabia que eu não deixaria ela levar essa farsa adiante.
- Espero mesmo, não saberia o que fazer...ainda não sei... - Meu peito doía tanto que parecia que a qualquer momento me faltaria o ar.
Paolo ficou abraçado comigo por um bom tempo enquanto eu extravasava em lágrimas tudo que o dia de hoje me proporcionou.

- Vamos lá, irmão! Vai tomar um banho e descansar. Amanhã é outro dia!
- Obrigado, cara! Te amo, meu irmão!
- Também te amo, Pierre! Agora vai, vai descansar!.

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