JEONGGUK
— O que? — foi o melhor que pude dizer depois da última frase, ele sequer sorria, não havia uma sombra de piada ali, mas não podia ser real. Tinha de ser uma brincadeira. Continuamos em silêncio, não acreditei que ele não teria coragem de sequer repetir a frase, mas Taehyung era um homem corajoso.
— O que eu preciso dizer que te convença a passar a noite comigo? — coragem, senhoras e senhores.
— É assim que você chega num cara? — ri, nervoso. Eu nunca tinha abertamente falado sobre gostar de caras, apesar de nunca ter me esforçado em esconder. Ás vezes, especialmente fora do país, eu saia com alguém, ou beijava qualquer garoto aleatório numa balada, mas na Coreia ninguém falava sobre e eu não sabia o que Taehyung poderia fazer com a informação. Porém mesmo que ele não fizesse nada, a proposta em si já era bem... estranha. Pra dizer o mínimo.
— Acredite ou não, não tem nada sexual aqui. — gesticulou para nós dois, olhando em volta como se tivesse medo que alguém estivesse nos espionando. Levando em conta a quantidade de olhares dos hóspedes, havia muita gente servindo de espião ali — Eu não posso explicar o motivo, mas preciso mesmo ficar perto de você.
— Por que não pode me explicar?
— Você não acreditaria.
— Tente.
— Se eu disser, vai me deixar. — talvez fosse a carência de não ter um namorado desde nunca, ou o tom de voz dele que grave demais para meu próprio bem, mas essa frase em especial abalou-me mais do que eu poderia esperar. Ele colocou o cartão-chave do quarto na mesa e empurrou em minha direção. Arregalei os olhos. — É um quarto duplo, eu juro pelos deuses que não vou encostar em você. — olhei o cartão, para ele em seguida e havia algo diferente ali. O garoto parecia desesperado. Suspirei.
— Você tem de admitir que é um pedido estranho. Eu não te conheço, você não me conhece, e agora quer dividir um quarto comigo?
— Eu sei — ele parecia estar num conflito interno pior que o meu. Na verdade eu não tinha conflito algum, eu iria dizer-lhe um grande e sonoro não, mas ainda queria ouvir suas razões. Ele não disse nada, apenas olhou para a cadeira cravada de facas que nenhum funcionário do hotel fora recolher até o momento e me dei conta. Eu já tinha passado por isso antes. Não muito tempo atrás, Soyeon achou estar passando pelo pior dia de sua vida, tudo estava dando excepcionalmente errado, então ela se agarrou a mim como goma de mascar, para garantir que ficaria bem. Ela até dormiu no chão do meu quarto - porque eu a chutei para fora da cama - tamanho era o medo de ficar sozinha e alguma coisa ruim acontecer. Mesmo hoje, ela continuava com a co-dependência, só que não tão desesperadamente como naquele dia.
E levando em conta tudo que ocorreu nas últimas horas, eu entendia o porque de Taehyung estar querendo que eu ficasse ao lado dele, ainda mais eu tendo-o salvo tantas vezes. Bom... no fim das contas, era só um dia ruim.
— Não vai entrar no meu lado do quarto? — ele elevou os olhos para mim, parecendo em choque por eu ter aceitado.
— Não. Juro.
— Tá armando pra cima de mim? Vai vender a história pra dispatch? — claro que ele não admitiria se fosse o caso, porém valia perguntar mesmo assim e testar se a sorte me impediria de aceitar a proposta — Se estiver mentindo, eu vou saber.
— Eu realmente sei o quanto isso é estranho, mas você pode confiar em mim, eu só...
— Está com medo. Tá tendo um dia agourento... — suspirei e peguei o cartão-chave. — Tudo bem. — seus olhos arregalaram, ele estava realmente surpreso. Eu também estava. Uma coisa era ajudar Soyeon, outra era um cara "desconhecido" — Me deixe tirar uma foto sua — pedi.
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Lucky: e o Coelho da Sorte
Umorismo[CONCLUÍDO] Taehyung nasceu sob uma maldição. Pelo menos era isso que sua avó dizia desde que ele fora capaz de entender o que aquilo significava. Ele era amaldiçoado e a morte viria buscá-lo muito em breve... Entretanto, com 22 anos, sendo o maior...