HERÓIS (Boku No Hero Academia)

CAPÍTULO 24

-Raphaela? Posso entrar? Pergunta Kirishima

-Ah pode. Forço um leve sorriso. Ele caminha até minha cama com passos lentos e calmos

-O...oque eles falaram? Senta do meu lado, meus olhos se enchem de lágrimas novamente, contudo, virei o rosto para que ele não conseguisse ver

-Ah nada. Preciso ir para casa...

-MENTIROSA!-Me puxa num abraço- estou sentindo sua tristeza daqui. Fala das gotas quentes que pingava em seu ombro

-Kirishima...

-Por favor pode falar, eu estou aqui para o que precisar.

-E...EU PERDI TUDO! TODOS OS MEUS SONHOS FORAM POR ÁGUA'BAIXO- Meu tom aumentava a cada palavra-MEU DOM SUMIU! EVAPOROU E NÃO PUDE FAZER NADA!

-Calma. Vamos achar uma solução para isso, pode contar comigo para qualquer coisa. Acaricia minha cabeça, assim como uma mãe faz com seu filho

-Kirishima você é o melhor amigo que alguém pode ter! Dou um sorriso já me separando do abraço

-Sei que não é a melhor hora para dizer isso mas... eu gosto de você Raphaela. Diz com seu rosto levemente corado

-Olha eu...

-Não precisa me dar a resposta agora, só queria tirar essa coisa que estava preso no meu coração há muito tempo- ele dá um leve suspiro- agora tenho que ir, tchau Raphaela! Se despede com um beijo na minha testa

"O que tinha acabado de acontecer aqui?!" Notei meu rosto muito vermelho. Nunca tinha passado na minha cabeça ver ele de outra forma, em hipótese alguma isso passara pela minha cabeça. Bom, ele é gentil, bonito, amigável e me faz rir. Midoriya só me vê como uma irmã, mesmo Uraraka terminando com ele...sem chance.

Olho para a janela que dava diretamente para o pátio e observo alunos praticando suas táticas. Isso doía bastante. Me levanto cambaleando pela falta de energia e vou para o corredor e dou de cara com o professor Aizawa

-O que você está fazendo de pé? Pergunta com sua voz sonolenta e profunda

-Tenho que ir para casa, já não faz mais sentido eu estar aqui. Falo indo para sala 1-A

-Espera...você ainda tem mais dois anos aqui.

-Eu sei- dou um leve sorriso- Aizawa-sensei com todo o respeito é impossível alguém sem dom se tornar herói. É a realidade!

-Eu posso te treinar! Cruza os braços

-Como?

-Vejo potencial em você Raphaela, sei que posso e vou conseguir te treinar. Mas sob uma condição...

-Qual?

-Você acabou de perder seus dons, então não será fácil, vai ter que aguentar coisas que antes para você era moleza. Os horários serão segunda, quarta, sexta e domingo das 16:00 às 19:00, no final de semana das 8:30 às 14:30 sem atraso. É só você aceitar

-Eu aceito! Afirmo com determinação

-É assim que se fala! Elogia com um daqueles sorrisos sinistros

Com o passar do dia todo mundo já tinha ficado sabendo do ocorrido. Ao andar pelo caminho de volta para casa coloco meus fones e ponho ALL OF THE STARS do Ed Sheeran. "Você não é nada além de uma pessoa qualquer agora Raphaela" falei a mim mesma. Sabia que tinha que me conformar.

Vou até uma loja de doces e compro algumas balas, sinto alguém me seguir, com aquela sensação de estar sendo observada por um ser do inferno às três da manhã. Tiro os fones e sigo caminho, vejo um cara de boné e máscara andar no mesmo ritmo que eu. Apressei os passos e entrei na primeira loja onde tinha muito movimento. Agora que estou sem meu dom sou alvo fácil para esses predadores imundos. Pego meu celular afim de ligar por ajuda, porém, não tinha notado que minha bateria estivera preste a morrer. E se foi.

Vi que alguém parou na frente da loja, e era alguém que conhecia muito bem, Todoroki. Logo no momento certo. Eu conhecia esse cabelinho perfeitamente dividido como nenhuma outra pessoa da escola

-Ei! Psiu! Todoroki! O chamo baixinho o mesmo se vira

-Raphaela? O que você está fazendo aí? Entra na loja

-Esta vendo um cara esquisito alí perto desse poste? Ele está me seguindo desde que saí da escola. Você já deve saber que eu....

-Sei sim. Eu vou te ajudar mas tem que entrar no jogo

-Ok

Ele pega minha mão e saímos do local, andamos por um bom tempo com nossas mãos juntas, toda vez que eu ameaçava a tirar ele prendia mais. Até que era bom, seus dedos masculinos, grandes e quentes me acalmava. O cara não parou de nos seguir, paramos em um parque meio deserto e sentamos em um banco de madeira, o homem de boné e máscara se escondeu atrás de uma árvore não muito longe.

-Ele ainda está nos seguindo? Pergunta me encarando

-Está sim, que nojento- abro uma bala azeda e ruborizo o rosto- muito azeda

-Quero provar.

-Tenho outr...

Nossos lábios se encontram agora em perfeita harmonia, quentes e macios sinto sua lingua pedir passagem, e o permito, logo não sinto mais o azedo da bala, e nem a bala em si. Nos separamos lentamente até nossos olhos se encontrarem.

-Que bala horrível que você escolheu! Diz rindo da minha cara que estivera completamente vermelha

-Por que você fez isso?

-Ah ele já se foi! Diz me ignorando por completo

-Você me ouviu?!

-Vamos embora. Se levanta e começa a andar

-EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ! Me levanto da cadeira

-Eu gosto de você. Foi por isso que fiz isso. Conta me encarando de costas

-Você... você também? Me jogo na cadeira

-Como assim "você também"?

-O Kirishima ele.... se confessou para mim

-Aquele des... ele é muito rápido mesmo. Diz colocando as mãos na cintura

-Eu vou para casa. Pego minha bolsa

-Eu te levo!

-Não precisa

-Vamos logo- pega minha mão e praticamente começa a me puxar- da próxima vez não compre essa bala, se não vou ser obrigado a fazer aquilo de novo. Fala maliciosamente

"Todoroki eu nunca vi esse seu lado" pensei a mim mesma. Você é uma caixinha de surpresas. O que será que você mais esconde aí?