Submersa

Capítulo 3

Estou deitada em minha cama, é isso que eu costumo fazer quando estou entediada.- Preciso arrumar alguma coisa á fazer, se continuar aqui sem fazer nada, vou enlouquecer.- Nós podemos ter muitos recursos, mas tecnologia para diversão ja é mais difícil. Me levanto devagar e passo calmamente até a porta de meu quarto e olho para o espelho quando estava andando. Paro em frente á ele e fico fitando minha imagem. Sou uma garota de estatura média, com olhos regulares, sua cor é azul, um azul forte, escuro mas reluzente ao mesmo tempo. Tenho uma pele clara e quadris largos. Tenho ate uma curva aqui ou ali. Mas nada de tao interessante. Meu cabelo é longo ate a cintura e loiro, um tom que me agrada bastante. Fico imaginando como seria se eu fosse mais alta, ou se fosse mais baixa. Talvez se fosse mais magra ou com mais corpo. Bobagem. Estou satisfeita comigo mesma.

Olho o relógio e o pontei bate ás 9 horas. Papai so volta daqui á 12 horas. Mamãe volta ao meio dia. Tenho muito tempo sozinha ainda. Olho pela janela do meu quarto, como estou no segundo andar, é alto o bastante para ver os montes, penso como seria as colinas, montanhas.. Acabei de arrumar algo para fazer. Vou para o começo do rio. Ninguém nunca viu aonde ele nasce, talvez seja protegido ou algo assim.- Pela primeira vez. Eu vou sair. Eu vou.-  Peguei meu casaco e fui, não era um casaco grosso mas ja era algo.

No caminho parei na casa da minha amiga, ela era a pessoa com quem você sempre -SEMPRE- poderá contar. Bati a porta e ela nao demorou muito á aparecer.

- Amélia Clark.. Que honra.- Disse com um sorriso e curvando-se como se faz com reis e rainhas. Sorri e disse:

- Mary Warrior.. A honra é toda minha.- Disse assentando com a cabeça.- Que tal... um desbravante passeio pela manhã?

- Humm.. vossa Senhoria deseja um passeio matinal?

- Mas não é óbvio?. -Disse fazendo cara de espanto.

- Se me permite..- falou enquanto fechava a porta a sua costa e erguia seu braço para eu poder segura-ló como as princesas fazem. Cedi meu braço enquanto andavamos dando gargalhadas de nossas próprias brincadeiras. Vou sentir falta disso -Pensei enquanto andavamos lado a lado.

- E qual a aventura de hoje? -Perguntou ela

- O rio no alto na colina -Respondi. Ela me olhou de canto com anseio mas nao falou nada de contrário.

Seguimos por uma pequena floresta aberta que tem ao lado dos Campos. Não chega a ser uma mata fechada mas é o lugar com mais natureza em que ja passei. Nunca tinha visto algo assim, sempre vivi em lugares planos e abertos, mas isso... isso é diferente. Ouço o cantar dos pássaros, a água descendo, as vezes ate alguns pequenos animais. Sunto que estamos subindo um morro que com outro e mais outro cobertos vao se tornando o início das montanhas.

Entre conversas e paradas para observar o rio e as árvores, vemos as montanhas se aproximarem e o rio ficar cada vez menor. Eu queria ser livre deste jeito, fazer tudo o que quero sem anseio. Nao precisar ficar trancada entre quatro paredes é um dos sentimentos mais ampos que ja passei. Olho na direção do sol e vejo que nao se passou nem1 hora desde que saímos de casa. Isso é ótimo. -Pensei.

- Olha lá- Disse Mary apontando para o alto. Quado vejo entre as árvores, uma baixada. Corremos ate lá. Eu olho para o que está em minha frente. É incrível. É tão magico quanto os poderes que me possuiem. Fico boquiaberta. O Horizonte.. então é assim que ele é. Trm tantas montanhas, uma atrás da outra, são enorme, tão verdes, tão verdes que mal consigo ver as árvores. Tem um grande campo de pequenas montanhas abaixo do grande penhasco em lateral aos meus pés. As floresta do Fogo. Elas são enormes. São.. Lindas. Vejo o morro abaixo de nossos pés.

- É muito alto para descermos agora e não tenho tanto tempo assim.-Digo.

- Então presumo que ficaremos no na vista mesmo.-Diz mary sem olhar pra mim. Fito seu rosto, ele esta tão fixado no horizonte que nem escutaria se eu respondesse algo a mais. Ficamos sentadas olhando a paisagem que ainda nós atraí e conversando, recuperando o fôlego para podermos voltar. Vejo o sol, e está quase no topo, hora de ir.

- May. -Chamo ela assim as vezes. - Quase meio dia. Vamos?. Sua mãe trabalha com a minha, então sabemos quando sair juntas e quando precisamos voltar antes de precisar passar pelo interrogatório.

Me levanto estendendo a mão para ela seguir junto á mim. Voltamos falando mais do que na ida. Deixo ela em sua casa. Quando chego na minha, me deparo com o ponteiro no meio do relógio. Dou um sorriso de "Bingo!" e subo as escadas ate meu quarto. Fico sentada olhando -ou pelo menos tentar ver- a floresta la fora. Hoje o dia começou bem.

Minha mae logo chega trazendo minha irmã, fazendo o que sempre costumamos fazer ao longo do dia. Logo que almoçamos eu subo para quarto para minha cama, dormo e nem percebo. Acordo 3 horas da tarde. Abro a janela e observo o topo da montanha que se sobressai atrás dos montes e penso. -Te vejo a noite, Floresta. Eu voltarei.-

Adormeço com meus pensamentos. Como sempre.