Capítulo 6

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O treinamento hoje foi mais intenso do que eu esperava.

Não digo físico. Mas sim, mental.

Trabalhar a mente é algo difícil, especialmente para mim que não estava em meu equilíbrio normal.

Nosso treinamento não tão era longo. Saímos á uma hora da tarde. Mas a tarde teríamos que voltar. Pegariamos novamente das 3 ás 6. Preciso descansar.

Voltei com May. Me despedi dela quando chegamos a sua casa, continuei seguindo ate a minha.

Quando cheguei, mamãe ja estava terminando de almoçar. Segui reto pra cozinha. Abraçei-a. Sem motivo. Talvez so estivesse procurando uma segurança embaixo de seus braços.

Ela me abraçou de volta, enquanto eu fechava os olhos em seu peito.

- Como está meu amorzinho? - Ela disse sussurrando em meu ouvido.

A princípio nao respondia nada.

- Estou cansada mamãe. Estou cansada. - Respondia entre os dentes torcendo para nao ouvir, porém eu sabia que ela ouviria por estar perto o suficiente para isso.

Ela era maior que eu, deveria ter 1,70 por ai, entao seu queixo encaixava em cima de minha cabeça, o que tornava o abraço aconchegante de mais para se quebrar.

- Sabe.. dizem que um bom banho quente pode resolver muitas coisas.. dor no corpo.. no coração.. Que tal tentar?. Apertei mais ela em meus braços e soltei. Assentei com a cabeça e forcei um leve sorriso. Dei um beijo em sua testa e dei um sorriso pra ela enquanto ela continuava correndo e levando alegria pra casa cantarolando.

Subi e tomei um banho quente como minha mãe sugeriu.

Não reparei que demorei tanto no banho, quando deci mamãe ja tonha ido.

Almoçei sozinha. Acabei nem comendo muito.

Subi para quarto e coloquei o despertador para tocar com 20 minutos de antecedência. Abri a janela do meu quarto e senti aquela brisa fria. Deixei aberta e me deitei. Logo peguei no sono, nem percebi.

Abri os olhos.

Ele estava parado na minha frente. De novo não por favor. Ele segurava um livro muito grande nas mãos. Era todo preto e tinha algo escrito mas eu não conseguia ler. Derepente tudo começou a rodar, ventania, muito muito vento, mas nos continuavamos parados sem se mover, um na frente do outro, mas eu ainda nao conseguia ver sua verdadeira face. Estava muito escuro e ele não estava tão perto de mim. Eu olhava para o livro e para ele. Tudo continuava rodando, girando e ventando muito. Agora percebi que estávamos na floresta. Parecia tão real que tinha pensamentos próprios. Eu poderia sabia que poderíamos controlar nossos próprios sonhos mas nunca tinha acontecido isso comigo. Mas eu estava tão em si. Eu conseguia. Então eu abri a boca e gritei em meio a toda ventania das árvores.

- Quem é você? - Gritei o máximo que pude para ter certeza que ele ouviria. - Por que esta em meus sonhos? - Gritei novamente e tudo continuava girando e estava cada vez mais forte.

Eu sentia que poderia ficar presa a esse sonho para o resto de minha vida

Ele abriu a boca para me responder - talvez - mas escutei um barulho agudo muito forte me chamando.

Acordei com meu relógio apitando. Se passou tudo isso?

Como eu conseguiria respostas á essas perguntas?

Se eu só o vejo por sonhos. Conseguirei as respostas por sonhos.

insano.

Mas era minha unica saída.

Eu fui pegar minha coisas para voltar ao treinamento. Meus pensamentos precisavam de clareza. Minha mente precisava ser refrecada. Minhas perguntas precisavam de respostas. Eu precisava de foco e minha alma precisava da Água.

Me entregarei aos ensinamentos. Hoje será um longo dia.. mas será um longo dia de aprendizagem.

Nada, e ninguém - de sonho ou real - me fará desestabilizar.

Eu estava pronta. Agora eu realmente sabia que estava.

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