A semana passou e Saraí ainda estava pensando no que Corino havia falado, ela temia pela vida de Dárick, mas não dizia nada a ele pois sabia que ele não acreditaria nela. Era o último dia da semana quando ainda bem cedo, Saraí resolveu ir ao campo, o sol não havia nascido e a discussão que teve com Dárick e o fato de ele não acreditar nela fez com que a confiança que ela tinha construído sofresse uma regressão, ela desmontou seu cavalo e o amarrou a um tronco de árvore caído, Saraí sentou sobre a grama verde e viu o sol nascer com todo seu esplendor, lançando uma tonalidade laranja claro no céu azul.
Talvez devesse voltar para o palácio e dar a Dárick o que ele queria, a prova de que ela o amava mais que tudo no mundo, Saraí sabia que a insegurança que Dárick tinha em relação a ela era pelo fato de ela ainda não ter se entregado a ele; mas como faria isso? Se Dárick não acreditava quando ela dizia que o conselheiro tinha um caráter duvidoso, Saraí o amava demais, mas ainda se amava também, e sabia que a confiança deveria vir de ambas as partes, talvez estivesse mais do que na hora de Saraí escolher mulheres para se tornarem concubinas e uma segunda esposa, talvez isso o fizesse mais feliz, Saraí sentiu lágrimas em seus olhos com os pensamentos que rondaram sua mente, mas e se Dárick a trocasse por outra? Ela não aguentaria, talvez Dárick nem a amasse, para ela, sentir desejo não era amar, deveria fazer isso mesmo, procurar belas mulheres e inaugurar o arém do palácio, Dárick teria prazer e ela teria que se conformar com a sua infelicidade, talvez até se acostumasse com as concubinas e a segunda esposa, talvez até poderia se tornar amiga delas, por mais que doesse no coração de Saraí, ela estava com uma decisão tomada, a menos que houvesse uma lei que proibisse Dárick de ter o arém e a segunda esposa, mais ela lembrava do dia de seu casamento quando o sacerdote havia falado que ela estava encarregada de cuidar dessas coisas.
Decidida voltou ao palácio.
Entrou na sala do trono e avistou Filipo olhando alguns papiros antigos.
_ Filipo, queria tirar uma dúvida com você.
_ Soberana, pode perguntar, se eu souber responder, farei com muito gosto. Disse ele animado.
_ Qual é o perfil de uma concubina? Como ela deve ser?
_ Bem senhora, de acordo com os meus estudos deve ser uma mulher virgem, doce, delicada, serena, amável e submissa. Disse ele.
_ Oh pelos deuses, existe alguma mulher assim? Perguntou Saraí indiguinada.
_ Creio que não senhora. Disse ele.
_ Onde posso encontrar ao menos mulheres virgens e submissas?perguntou Saraí.
_ Se minha soberana me permite a pergunta, para quê quer tanto saber de concubinas?
_ Dárick tem que ter algumas delas. Disse Saraí.
_ Quer que meu soberano seja destronado? Perguntou Filipo aflito.
_ Como assim destronado?
_ Já tem três anos que a lei foi modificada senhora, o rei só pode pedir uma segunda esposa se a primeira que no caso seria a rainha, não puder ter filhos. Disse Filipo.
_ Então Dárick não pode ter o arém cheio de mulheres bonitas a disposição dele a qualquer hora do dia?
_ Não senhora.
_ Mas no dia do nosso casamento eu ouvi o sacerdote dizer que eu que escolheria quantas ele poderia ter. Falou Saraí confusa.
_ É que o livro dos sacerdotes ainda não foi modificado.
_ Onde está Dárick? Perguntou ela.
_ O primeiro ministro disse que iria ver se ele já estava pronto, parece-me que hoje iriam cavalgar.
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A Paixão Do Rei De Kíra
RomanceEla vai casar -se obrigada. Ele a quer para sempre. Ela é a serva. Ele é o rei.