A Paixão Do Rei De Kíra

capítulo 13

Haviam se passado as semanas e Saraí havia voltado para o palácio, o reino de Kíra estava desolado com o sono profundo de Saraí e temiam que a rainha não pudesse mais viver, o rei estava abatido, mas tudo ainda prosperava apenas por que os conselheiros com o comando de Filipo faziam o reino prosperar.

Darick sentou -se no lado direito da cama de Saraí como em todas as noites fazia, ele a olhou, era suave e bela em sua morte, Dárick já havia perdido as esperanças de que um dia Saraí fosse acordar.

_ Minha amada, você está radiante, mas sinto falta do seu sorriso ou de sua mão acariciando meus cabelos, você e minha mãe não eram tão diferentes, minha mãe era uma mulher doce, delicada, quando ela morreu senti um buraco se formar em meu coração, quando meu pai morreu pensei que nunca mais teria a capacidade de amar alguém, até que você parou ao meu lado e olhou para mim daquela forma tão sensual, calorosa e inocente ao mesmo tempo, pude ver seus olhos, seus lindos olhos prateados, como você estava linda, emanava calor, e agora, agora está assim, sinto muito, se eu soubesse que iria ser assim não teria me deixado conduzir por sentimentos tão egoístas, se você está aqui agora gelada e fria como se a morte acariciasse sua pele a culpa é inteiramente minha, as vezes me pego procurando motivos para poder continuar, mas o reino, o povo, nada me faz ter forças para continuar. Esse é o último dia do mês de Quedá, amanhã será o primeiro dia do mês de Todan e o início do quarto ano do meu reinado, estão preparando um festa para comemorar tanto tempo de prosperidade, para celebrar a esperança de que mais dias plenos virão, não quero ter festa alguma, mas é necessário, queria que você estivesse ao meu lado, viva, forte, quente, teimosa como um cavalo selvagem e com o sorriso que eu amo. Dárick acariciou o rosto de Saraí e se retirou do aposento.

Álynder entrou nos aposentos de Saraí e sentou -se em sua cama, olhou para ela com carinho, tanto tempo havia se passado e ela continuava inerte, a rainha continuava morta.

_ Sei que pode me escutar, quero falar apenas uma coisa a você, ele se sente culpado por não ter acreditado em você quando você o havia alertado sobre o imbecil do primeiro ministro, mas ele está morrendo aos poucos, ele não come não dorme e se arrasta como uma serpente do deserto por esses corredores, os olhos que me disseram que antes era de um brilho orgulhoso está sem vida, ele não tem forças para continuar sem você, amanhã ele passará o dia fora desse maldito palácio então sugiro que você acorde amanhã bem cedo para banhar-se com pétalas de rosa e passar um óleo perfumado sobre seu corpo, todos estamos morrendo com você, tudo está morrendo com você, não sei o que é mas desde que você foi ferida não para de chover, acho que até os deuses choram por que você está assim, então lute para sair disso, busque a luz e a traga para esse mundo novamente, do que vai valer seu sacrifício se ele morrer também? Pense bem nisso, posso sentir sua presença, ela é forte, sei que ainda está viva, faça um esforço para abrir os olhos e veja como tudo está escuro e sem vida, ele a ama não desperdice o amor dele, morrendo. Disse Álynder com lágrimas descendo por seu rosto.

Dárick estava na sala do trono quando Filipo entrou, se aproximou e disse:

_ Meu senhor, teremos que enfrentar a tempestade para poder chegar ao templo dos deuses, mas está tudo pronto.

_ Muito bem, partiremos ao anoitecer. Disse Dárick com uma voz sem vida e carregada de tristeza.

_ Como minha senhora está? Perguntou Filipo.

_ Está dormindo. Disse Dárick com um sussurro cheio de angústia, agonia e dor, lágrimas se formaram em seus olhos que estavam com profundas bolsas roxas.

_ Meu filho nasceu meu senhor. Disse Filipo timidamente.

Dárick olhou para Filipo que viu uma pequena luz nos olhos de seu rei, era a primeira vez depois do que havia acontecido com a rainha, que ele via aquele brilho nos olhos de Dárick.