A sunny Sunday

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Acordar não era bem um problema para a Park naquela manhã de domingo, mesmo que seu corpo ainda lhe pedisse mais uma ou duas horas de sono apenas para repor as energias que vinha gastando de segunda a segunda, com as breves e sofridas folgas nas quartas.

Aquele era o único domingo do mês em que a morena podia dormir até as nove, assistir os programas mais sem graça da TV no horário matinal, e ainda poderia de quebra ter uma tarde com seu namorado. Ainda era engraçado para ela a forma como aquela palavra soava tão bonitinha em sua cabeça, ainda mais quando ela associava a palavra ao dono do adjetivo.

Pensar em como ela e JiMin haviam se redescoberto, a fazia crer que todas as histórias de romance que leu na adolescência de fato podiam se tornar reais. E mesmo que viessem lhe dizer que não era possível, ou que poderia acabar a qualquer momento, HyeMin faria questão de colocar algodão nos ouvidos apenas para não ouvir nenhum comentário maldoso, ou que pudesse lhe desanimar quanto a isso.

Ela enfim estava feliz, e não se tratava de uma felicidade rasa que poderia sumir com uma semana sem chuva, era uma felicidade que ela só julgou ter sentido quando era criança, e conseguia comer os doces do pote mais alto escondida de sua mãe. E só para constar, ambas as sensações eram maravilhosas.

- Bom dia omma. - a morena arriscou deixar um beijinho na bochecha da mais velha, notando seu olhar surpreso.

- Esse bom humor todo é pela folga, ou pelo JiMin? - a senhora Park pergunto deixando uma xícara de café no balcão.

- Ambas as alternativas. - HyeMin sorriu fechado, tornando seus olhos um pouco menores.

- Admito que fico feliz por ver que ele te faz bem. - a mais velha confessou com um sorriso pequeno - Você ficava assim quando era criança, e sabia que iria brincar com ele no parquinho da colina.

A morena riu baixinho após dar seu primeiro gole no café, não demorando para apoiar o rosto nas mãos e deixar sua atenção recair sobre sua mãe. Ela queria ouvir como eram as coisas no ponto de vista da mais velha, queria saber como ela enxergava a aproximação dela e de JiMin ainda na infância.

Podia parecer algo bem bobo para algumas pessoas, mas para ela saber dessas coisas tinha muita importância. Pois não é todo mundo que pode dizer já ter conhecido o cara certo para si, quando ainda não sabia falar paralelepípedo sem travar ou trocar o r pelo l.

- A senhora se lembra de quando começamos a ser amigos? - a mais nova perguntou curiosa.

- Claro, foi no seu primeiro dia de aula. - ela riu enquanto negava brevemente - O JiMin fez questão de te mostrar o caminho, a escola, até queria te levar pra ver desenho com ele depois da aula.

"Parece que você sempre teve a iniciativa, boo."

A morena sorriu abobada após constatar que JiMin sempre a quis por perto, e deixou que a mais velha lhe contasse dos fatos que se recordava daquela época. Para ela estar tendo aquela conversa com sua mãe de uma forma tão causal, a deixava feliz verdadeiramente. Elas estavam rindo juntas, falando de coisas que ambas viveram, e ainda tinham certa cumplicidade quanto ao fato da morena estar namorando com o loiro, que antes mesmo de saber o que era amor de gente grande, já a amava do jeitinho dele.

Mãe e filha apenas se deram conta de que já haviam falado por mais de duas horas, quando seu pai chegou do plantão exaustivo na clínica, e as questionou quanto a ainda estarem na cozinha quando naquele horário já havia começado o programa de variedades, que a senhora Park amava ver aos domingos.

Foi com um aceno curto da mais nova, que a senhora Park acabou indo se juntar ao marido no sofá da sala, onde juntos começaram a assistir ao programa em meio a uma conversa casual. Era bonito ver como apesar das brigas, das acusações de infidelidade, e muitas outras coisas conflituosas, os pais de HyeMin pareciam saber se encontrar em meio a toda aquela confusão. Para muitos aquela relação era até caótica demais, mas para quem via a forma como os olhos deles pareciam calmos e brilhantes ao estarem juntos, se tornava possível entender como já estavam casados há 28 anos.

The Light Of Hope 》KTH/ PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora