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Aquela ponte possuía tantos significados, que até se tornava difícil escolher um específico para intitular como mais importante para a jovem que se permitiu observar as águas abaixo dela.

HyeMin havia acabado de retornar do Japão, e mesmo que ela esperasse uma recepção calorosa de seus pais, o que de fato ela recebeu foi uma mísera mensagem lhe avisando que teria de ir sozinha para casa.

Ela até mesmo achou graça por ver que seu regresso era algo sem qualquer importância, ainda mais para aqueles de quem ela tanto lamentou ter estado longe. A jovem havia pedido para o taxista parar naquela ponte, pois algo dentro de si lhe dizia que ela deveria se permitir um tempo sozinha, antes de chegar ao apartamento onde seus pais moravam hoje.

A Park sorriu pequeno ao se recordar da primeira vez que esteve ali, e acabou deixando seu primeiro suspiro naquela tarde escapar, sendo seguido de um longo devaneio que a levou para aquela noite.

Ela jurava ser capaz de se recordar do conforto que era sentir o olhar de Taehyung sobre si, assim como a forma que seu coração disparava cada vez que o escutava pronunciar seu nome.

Era como se aquela ponte a fizesse reviver todos os traços que um dia fizeram dela alguém tão apaixonada, e ainda assim tão covarde ao desistir de tudo.

- Uma ponte nunca é só uma ponte. - a Park sussurrou observando dois pequenos pássaros cantando sobre a grade da ponte.

Aquela frase havia sido uma das lembranças que ela adquiriu com Taehyung, assim como muitas outras referentes a sua filosofia de vida. Para o Kim uma ponte poderia ser facilmente retratada como sendo os sentimentos, que criavam atalhos sob o mar conflituoso que era a vida.

Ou até mesmo um atalho, onde um coração machucado poderia correr em direção ao seu refúgio, onde antes não havia dor.

Haviam uma infinidade de metáforas que poderiam ser usadas quanto a uma ponte, mas nenhuma seria mais expressiva para ela, do que aquela que um dia saiu dos lábios bonitos de Taehyung.

- Hye?

A jovem sentiu seu ar falhar ao reconhecer aquela voz, e mesmo que ela ainda tivesse dúvidas quanto à ser mesmo ele ali, a Park voltou seu olhar para o início daquela ponte onde sua silhueta era facilmente reconhecida.

- Tae. - ela sorriu por vê-lo ali, e deixou que aquela cena fosse detalhadamente memorizada por si.

A brisa da primavera contribuía para fracos ventos, cujos quais traziam consigo as pétalas das flores que ali decidiram desabrochar.

Os fios dos cabelos hoje negros do Kim eram movidos copiosamente pelo vento, assim como sua camisa branca de botões que ficava levemente folgada em seu corpo, hoje mais forte.

Ambos se deixaram prender no olhar um do outro como ímãs, e mesmo não sabendo exatamente o que diriam ou fariam, eles arriscaram mover seus pés no intuito de acabarem com aquela distância, que mesmo sendo tão pequena naquele momento parecia lhes torturar mais que os 18 meses separados.

Tudo pareceu tão meticulosamente projetado para aquele reencontro, que até mesmo as flores de cerejeira deixavam transparecer um cenário lúdico, como o que ambos sempre disseram gostar.

- Senti tanto a sua falta. - o Kim confessou ao estarem um diante o outro.

- Eu também senti sua falta. - HyeMin declarou com um sorriso doce nos lábios, e sutilmente ergueu sua cabeça para olhar diretamente em seus olhos.

Haviam inúmeras coisas que ambos queriam dizer, mas nada seria totalmente verídico ao que de fato eles estavam sentindo naquele momento.

Muitas vezes as palavras se tornam desnecessárias, e aquele momento não necessitava de sequer um "a". Eles só queriam ter a absoluta certeza de que estavam mesmo um diante ao outro, independente de tantos empecilhos.

The Light Of Hope 》KTH/ PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora