Do Nada O Amor Acontece

Fernanda e Flávio jantam juntos na cozinha da mansão

Fernanda prepara uma comida gostosa para ela e Flávio. Eles comem juntos.

- Então, seu noivo te traía com sua melhor amiga?

- Aquilo era amiga da onça.

- Não entendo como uma menina tão bonita como você possa ter sido traída.

Ela fica sem graça.

- Não fica pensando que eu tô te cantando não, eu sou bem resolvido com minha noiva, mas você é uma pessoa muito bonita e deve ser super bacana, já que é amiga há tanto tempo do Júlio que é bem seletivo.

- Mas a traição não é por que a pessoa traída é bonita ou feia, mas o mau caráter de quem trai.

- Verdade.

- Meu problema é que eu acredito muito nas pessoas, confio demais e sempre me decepciono. Único que nunca me decepcionou foi meu pai e meu amigo Júlio.

- O Júlio é um cara muito querido. Olha, eu nunca tinha comido uma comida tão saborosa como a sua, meus parabéns.

Fernanda levanta e vai lavar o prato dela.

- Obrigada, eu aprendi a fazer esse prato com meu pai.

- Ele era cozinheiro profissional?

- Sim, no restaurante chique no Rio, o Lodebar.

- Eu devo ter apreciado a comida do seu pai, sempre comi nesse restaurante e a comida era maravilhosa!

Flávio levanta pra levar o prato pra pia.

- Meu pai era o melhor mesmo! Tinha restaurante que até disputava por ele. Mas ele nunca quis sair do Lodebar.

Flávio chega na pia e fica atrás de Fernanda que se assusta.

- Pode deixar que eu lavo.

- Não, eu já tô aqui, eu lavo pro senhor.

Os dois olham olho no olho. Ele fica sem jeito.

- Você tem os olhos claros, né? Pergunta Flávio.

- Puxei minha mãe. Meu pai me chamava de olhos de gata!

- Deixa Fernanda, eu gosto de lavar louça.

- Mas eu sou a contratada pra lavar.

Flávio sente o cheiro do perfume da Fernanda.

- Hummmm.

- Que foi? Eu não peidei. Diz Fernanda.

- Esse cheirinho doce, é você?

- O perfume?

- É. 

Fernanda e Flavio falam juntos:

- J'adore.

- Isso. Responde Fernanda sorrindo.

- Da Dior. Minha mãe usava e muito. É delicioso! Completa Flávio.

Os dois riem.

- Primeira vez que to vendo o senhor sorrir, o senhor não é muito de risos. Deveria sorrir mais vezes, seu sorriso é muito bonito.

Ele fica sem graça.

- Já que você insiste em lavar meu prato, eu vou deitar um pouco pra descansar.

- Eu vou andar na praia.

Flávio vai saindo da cozinha.

- Alguma coisa especial pra janta, patrão?

- Pára, me chama de Flávio. Não precisa pensar em janta, hoje à noite vou sair com os amigos. Obrigado.

- Tá bom.

Flávio sai e Fernanda pensa no sorriso dele. Depois ela se repreende:

- Nem começa Fernanda, esse homem é noivo, praticamente casado. E ainda mais é rico, jamais daria confiança pra uma pobretona como você. Diz Fernanda.