Sailing on the tide

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O dia amanheceu ensolarado na Carolina do Norte

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O dia amanheceu ensolarado na Carolina do Norte. Lorenzo e eu estávamos pensando há dias em um programa legal para o fim de semana e ao me deparar com aquele clima fresco e ameno num sábado de manhã não tive dúvidas: vamos velejar.
Liguei para ele que me atendeu com uma – hiper fofa – voz de sono e falei da minha brilhante ideia. Lorenzo concordou na hora, ele nunca hesitava em nada que eu propunha, estava sempre disponível. Levantei da cama saltitante e abri de uma só vez as cortinas, fazendo Becca virar-se para o canto da cama antes de esconder o rosto entre os travesseiros.

— Você realmente não tem como ser mais desagradável não é, Lauren? — Resmungou.

— Levanta, maninha! Vamos velejar.

Me joguei em cima dela, que brigou por dois minutos seguidos, até que eu saísse.

— Onde você conseguiu um barco? — Sua voz estava abafada pelos travesseiros.

— Lorenzo tem um. — Expliquei. — O dia está lindo e convidativo então, trata de sair daí e vai se arrumar logo. Não quero perder nem mais um segundo.

Corri para o banheiro e tomei uma ducha rápida antes de sair e importunar Becca mais uma vez.

— Anda, Rebecca! — Puxei seu corpo inerte, virando-o para cima. — Ou vou embora agora mesmo e te deixo aqui, sozinha.

Por fim, minha irmãzinha bufou e levantou-se impaciente como o raiar do sol. Sorri satisfeita e desci para fazer o café da manhã.

Doggie, nosso cão, estava esparramado no piso da cozinha. Ele adorava sentir o geladinho da madeira em sua barriguinha exposta. Passei por cima dele e não resisti em dar-lhe um beijinho de bom dia, que me ignorou totalmente pois o soninho estava muito gostoso para que ele se preocupasse com qualquer outra coisa. Doggie estava comigo desde os doze anos. Naquela época eu não era muito criativa com nomes, como dá pra perceber... Ele é um mestiço de bull terrier com alguma outra raça que nunca fomos capazes de identificar, pois seus traços de bull são gritantes, quase como se fosse 100% puro. O achamos encolhido embaixo de umas pedras na praia, Steve e eu passamos um dia inteiro tentando resgata-lo pois ele era muito bebê e muito assustado. No fim do dia, o resgate virou um evento e uma grande quantidade de pessoas se reuniu para ver duas crianças de doze anos tentando resgatar um filhote de cachorro. Por fim, um pescador local usou uma de suas redes para criar uma menor e precisa rede de resgate e nos deu para que finalmente pegássemos o pequeno. Ele tentou fugir a princípio, mas não tinha exatamente para onde correr em meio àquelas pedras. Quando o capturamos ele grunhiu de medo até estar em meus braços. Eu o apertei contra meu peito o falando baixinho que ficaria tudo bem e foi como se ele entendesse cada palavra, pois silenciou-se em questão de segundos, recebendo em plena paz o meu acalento. Todos aplaudiram e Steve e eu fomos embora com ele nos braços, satisfeitos.
De início meus pais não o queriam, mas depois de ter passado duas semanas conosco em busca de um lar, não resistiram mais... A verdade é que Doggie acabou se tornando um filhote como qualquer outro: brincalhão, amoroso e um verdadeiro furacãozinho irresistível, difícil de ser negado e como fui eu quem o resgatei, tive o direito de escolher seu nome. Alyssa odiou de cara, afinal, ela já tinha uma cabeça de adolescente bem mais evoluída que a minha e que a de Rebecca, que super concordou com a minha sugestão. Foi difícil de chegarmos em um consenso, mas no fim das contas, não poderíamos ter escolhido um nome melhor; Doggie é a cara dele, além de ser praticamente um nome exclusivo, assim como o meu neném.

Meu Medo De AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora