Capítulo 3

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Fiquei a pensar o quão idiota ele foi por me ter feito todas aquelas perguntas e por me ter agarrado daquela maneira.

Ri-me com a ideia de o ter desafiado, eu não queria isso, de todo. Porém, não me parece uma má ideia brincar um pouco com ele. Provavelmente serei a única a sair magoada mas eu tenho que tentar ficar com o estágio, e se esta for a única maneira de o ter então assim será.

"Katherine?" Ouvi chamar.

"Sim?" Perguntei virando-me para encontrar o Liam apoiado nos seus joelhos. "Estás bem?"

"Sim, vi-te a sair do quarto e tive que vir a correr para te apanhar." Falou fazendo-me rir. "Bem, eu queria saber se hoje querias ir sair à noite. Ouvi dizer que vai um grupo dançar a um bar aqui perto e pensei que poderíamos ir."

"Oh."

"Espera, não é nada disso. Não é um encontro ou algo assim, é apenas uma saída e para além disso os outros também vão."

"Eu não pensei nada disso." Disfarcei. Ele riu-se.

"Nós vamos encontrar-nos lá no bar ás nove mas se quiseres posso passar em tua casa para te ir buscar visto que não sabes onde é o bar."

"Por mim tudo bem."

"Vou dar-te o meu número e tu mandas-me mensagem com o nome da tua rua ok?" Assenti sorrindo.

Trocamos de número rapidamente antes de ele ser chamado de urgência porque estava um paciente a tentar sair do quarto sem autorização, perguntei se queria ajuda mas negou sorrindo. O meu telefone vibra mostrando que são cinco horas e que a minha mãe já deve estar lá fora à minha espera, tenho que tirar a carta o mais rápido possível. Não gosto de estar dependente das pessoas principalmente quando já tenho quase vinte e um.

Não me apetecia nada ir logo à noite, os bares não são algo que me chamem a atenção. Nunca fui muito de sair à noite ou assim, prefiro ficar em casa com amigos em vez de estar numa discoteca a beber. Muito cliché, eu sei.

Mas a minha mãe sempre me disse que eu não era normal.

"Olá minha querida, como correu o dia?" Perguntou a minha mãe quando cheguei ao carro. As habituais perguntas.

"Normalmente." Respondi. "Mãe, quero tirar a carta o mais rapidamente possível."

"Porquê querida? Eu posso trazer-te sempre que quiseres, sabes que isso não é problema para mim."

"Mãe." Revirei os olhos. "Eu quero."

"Mas querida, tu sabes que a estrada não..."

"Mãe!" Interrompi. "Não me vai acontecer o mesmo que aconteceu à Natalie. Isso já foi à anos, tu sabes que tens que ultrapassar isso... Já não sou uma criança mãe. Tens que me compreender, estou dependente de ti para tudo e não gosto disso."

Eu odeio sentir-me presa e ela faz-me sentir assim imensas vezes, a minha tia Natalie morreu à cerca de dez anos num acidente de carro. Ela ia com excesso de álcool no sangue e foi contra a parte traseira de um camião que travou de repente, o carro ficou completamente destruído e ela não resistiu às chamas que cercaram o carro. Não restou nada dela. Desde ai que a minha mãe tem  medo que me aconteça o mesmo, eu percebo a situação dela mas ela também tem que compreender a minha. Não posso viver sempre às custas dela.

O resto do caminho para casa foi silencioso, ela não se atreveu a dizer mais uma única palavra e eu também não. Sei que a magoei um pouco ao dizer todas aquelas coisas mas ela teria de as ouvir mais cedo ou mais tarde.

20h55

Ouvi uma buzina lá fora, o que significa que o Liam já chegou. Arranjei o vestido preto justo e calcei rapidamente os meus saltos, não eram nada de especial, apenas tinham um pouquinho de salto.

"Mãe, vou sair." Falei quando cheguei à sala.

"Queres boleia?" Perguntou.

"Não, eu vou e venho com um amigo." Respondi e ela olhou-me a sorrir. "Não comeces, é só um colega de trabalho."

"Diverte-te." Sorri e sai de casa. O Liam estava fora do carro encostado ao mesmo, ele não era feio, de todo, e tenho que admitir que era uma visão bastante boa vê-lo assim. Ele tinha uma camisa branca e um casaco de cabedal preto juntamente com umas calças de ganga. Ele sorriu assim que me viu.

"Estás bonita."

"Obrigada, tu também." Respondi envergonhada. "Vamos?"

"Sim." Entramos dentro do carro.

"Espero que gostes do sitio."

"Tenho a certeza de que vou gostar." Sorri. "Obrigada por me convidares"

"De nada." Sorriu e colocou música.

"Não acredito! Tu gostas de Ed Sheeran?!" Perguntei estupefacta.

"É dos meus cantores preferidos."

"Tu estás a falar a sério?! É dos meus também, sabes que ele vem a Londres certo? Queria tanto ir!" Suspirei.

"E porque não vais?"

"Oh as coisas não são assim e para além disso não tenho ninguém com quem ir."

"Eu vou contigo." Afirmou. Ele está a brincar, certo?

"Não gozes com a minha cara."

"Estou a falar a sério, eu vou contigo. Eu também gosto dele, então não é nenhum sacrifício." Sorriu.

"Vou pensar nisso." Sorri de volta. Comecei a ver uma fila de pessoas a entrarem para um local, e presumi que seria ali o nosso bar. O Liam estacionou o carro e saímos em direcção ao nosso destino. Iria ser uma boa noite. "Eu não acredito. O que é que ele está aqui a fazer, Liam?"

Parece que me enganei. De novo.

(Desculpem ter demorado tanto tempo a publicar mas aconteceram uns imprevistos :( Espero que continuam a gostar desta fic, obrigada por todos os comentários, obrigada mesmo)

Closer to you | h.s #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora