"Não acredito que o fizesses Harry, tu és assim mas sei que lá no fundo deve..."
"Pára de me tentares perceber! As coisas não são tão fáceis como tu pensas! Não vivemos num conto de fadas em que tu és a princesa que salva o príncipe, Katherine. Mal nos conhecemos e eu não te quero conhecer melhor, nem quero que tu me conheças. Não irias gostar de saber a minha história e adivinha!" Ele disse e eu olhei para ele com os olhos arregalados. "Eu também não quero conhecer a tua!" Ele passou as mãos pelo cabelo furiosamente e levantou-se começando a andar de um lado para o outro impacientemente.
"Harry, eu pensei que..." Comecei a falar mas calei-me quando ele bateu com o punho na parede. "Eu sei que tu não és uma pessoa fácil de lidar. Eu sei disso, e tu não facilitas as coisas para ninguém. Mas..."
"Cala-te!" Ele disse e eu agarrei-lhe no braço para ele parar.
Eu sei que ele está a dificultar as coisas porque não se quer magoar mas eu não o pretendo fazer. Nunca ninguém o conseguiu ajudar e eu quero ajudá-lo a livrar-se de todas as mágoas que estão dentro do seu peito, eu quero que ele se livre de todos os demónios que preenchem a sua alma.
As pessoas precisam de ser encorajadas, as pessoas precisam de ser lembradas do quão fantásticas são. As pessoas precisam de acreditar quando lhe dizem que elas são corajosas e inteligentes e que são capazes de concretizar todos os seus sonhos e tudo mais.
E o Harry não é diferente.
"Eu sei o que estás a fazer e não vai resultar." O Harry completou.
"Eu não estou a tentar fazer nada." Disse honestamente. "Pára de pensar tanto, só estás a criar problemas que não existem Harry." Ele negou com a cabeça. "Tu sabes que é verdade."
"Pára de tentar entrar na minha cabeça!" Ele gritou e sentou-se no chão com as costas encostadas à parede e a cabeça nas mãos. Baixei-me à sua altura e toquei-lhe no ombro.
"Harry, está tudo bem." Disse e ele olhou para mim. "Todos nós estamos um pouco quebrados lá no fundo."
Ouvi a porta da rua abrir o que significa que a minha mãe tinha chegado e percebi que o Harry também percebeu porque ele olhou para mim com os olhos arregalados.
"Filha, onde estás?" A minha mãe perguntou da cozinha.
"Sobe as escadas e entra na primeira porta à direita. É o meu quarto, já lá vou ter ok?" Sussurrei e ele assentiu subindo as escadas. "Estou aqui mãe."
"Oh meu Deus, o que aconteceu à parede?! Parece que alguém bateu aqui!" Ela disse observando o sitio onde o Harry tinha dado um soco à pouco.
Boa Harry, que desculpa é que eu vou arranjar agora?
"Ah, eu... Eu caí e bati com o ombro aí." A minha mãe olhou para mim confusa.
"E estás bem? Deves ter-te magoado."
"Eu estou bem. Foi uma quebra de tensão, acho mas já passou. Obrigada. Mas acho que vou descansar, até amanhã mãe." Disse e depositei um beijo na sua bochecha subindo rapidamente as escadas para ir ter com o Harry.
Quando entro no quarto deparo-me com a imagem mais estranha de sempre: o Harry está com umas cuecas minhas na mão admirando-as e a rir. Senti as minhas bochechas corarem quando percebi o porquê de ele estar a rir. Aquelas são as cuecas que a minha mãe me ofereceu há uns anos atrás, são tanga e à frente têm a cabeça de um elefante.
Na altura em que a minha mãe me ofereceu aquilo eu fiquei tão envergonhada mas não tanto como estou agora. Elas são horríveis e eu nunca usaria aquilo mas o Harry parece divertir-se observando-as.
"Pára Harry!" Disse e tirei-as da sua mão pondo-as rapidamente na gaveta e fechando-a.
"Nunca tinha visto nada assim." Ele disse pondo a mão na barriga como se lhe estivesse a doer de tanto rir. "Devias usá-las só para eu ver."
"Parece que todo o teu mau-humor já passou." Disse revirando os olhos. "Tens que ir embora, se a minha mãe descobre que estás aqui estou feita."
"Não gostavas de quebrar as regras pelo menos uma vez?" Disse aproximando-se mim com os olhos cheios de luxúria. "Eu sei que tu gostavas..."
"Não, eu não gostav-"
"És sempre tão inocente e ficas sempre tão corada quando eu me aproximo de ti." Ele interrompeu-me tocando-me nas bochechas e eu afastei-me indo contra a parede. "Não tentes fugir, tu sabes que não o queres fazer."
Ele aproximou-se de mim juntando os nossos corpos de forma a que não houvesse qualquer espaço entre nós e colocou uma mão nos meus quadris e a outra na parede atrás de mim.
"Pára Harry." Pedi tão baixo que nem sei se ele me ouviu.
"Eu sei que tu me queres..." Ele sussurrou no meu pescoço.
Não, eu não quero.
"Mas o que é que se passa aqui?" A minha mãe gritou entrando no quarto.
"Foda-se." O Harry disse afastando-se de mim e virou-se para a minha mãe esticando a mão. "Prazer, sou o Harry."
"E o que estás a fazer aqui?! Em cima da minha filha?! No quarto dela?!" Ela gritou com ele. "O que é que iria acontecer se eu não tivesse entrado?! Nunca pensei que fosses assim Katherine! Mas tu agora és o quê?! Trazer rapazes para casa? Não foi assim que eu te eduquei."
"Harry por favor vai embora." Pedi.
"Eu vou, não estou para aturar uma velha como ela. Se pelo menos, ela tivesse um rabo como o teu." Olhei para ele enquanto ele ia em direcção à porta do quarto mas parou ao pé da minha mãe novamente. "Mas aviso-a de que se voltar a falar assim com ela, eu não me responsabilizo."
Ele saiu do quarto e a minha mãe foi atrás dele.
"Mas quem pensas que és para me dizeres como é que eu devo ou não falar com a minha filha?! Só porque vocês andaram a fazer sabe-se lá o quê, não significa que a conheças melhor que eu!" A minha mãe apontou o dedo na cara do Harry.
Isto não vai acabar nada bem.
"Mãe, chega." Pedi e virei-me para o Harry. "Por favor, Harry vai embora. Depois falamos. Por favor, vai."
"Pára de implorar, eu também não iria ficar aqui a ouvi-la."
"Espero que não voltes mais aqui a casa! Ou então não sairás daqui vivo! Nem te aproximes mais dela!" A minha gritou. Mas será que ela não vai parar? Nós nem estávamos a fazer nada.
"Querida, eu já estou morto." Ele disse e saiu de casa.
(10,5 mil leituras. YEEEEEEEEEY)
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Closer to you | h.s #wattys2016
Fiksi PenggemarEra uma constante batalha, um verdadeiro desafio todos os dias. Mas apesar de serem tão diferentes, havia uma coisa que ambos tinham em comum: Eram loucos um pelo outro. Todos os direitos reservados.