Capitulo 28

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"Harry!" Gritei por ele. Ele ia quase três metros à minha frente e isso estava a irritar-me porque se ele me convidou para vir com ele pelo menos que seja um pouco educado e que caminhe ao meu lado para eu não me perder. Ele olhou para trás e tentou ver-me através de todas as pessoas que caminhavam à minha frente, pois é idiota se não me tivesses deixado para trás não tinhas que estar à minha procura.

"O que foi?" Ele perguntou quando eu cheguei ao pé dele.

"Eu sei que tu tens as pernas compridas mas será que te importas de dar passos mais pequenos? É que cada passo meu são quase cinco teus."

"Não tens de reclamar comigo mas sim com a tua mãe, ela é que te fez assim."

"Prefiro ser pequena do que uma girafa como tu."

"Há algo em mim que é uma girafa mas decerto que não é a minha altura." Revirei os olhos.

"Já estou farta de andar e para além disso está frio." Resmunguei, estamos a andar à não sei quanto tempo e não está a nevar mas deve estar perto devido ao frio que está.

"Mas tu nasceste a reclamar miúda?" Ele perguntou. "Só falta um pouco para chegarmos."

"Onde é que estamos a ir?"

"A um jardim, podemos beber lá um chocolate quente ou algo assim." Arqueei uma sobrancelha. Isto é demasiado suspeito, desde quando é que o Harry me quer levar a um jardim para beber um chocolate quente?

"Não estamos num filme do Nicholas Sparks, Harry." Brinquei com ele e ele revirou os olhos.

"Pensei que ias gostar da ideia." Encolheu os ombros. E gostei na verdade, mas não lhe vou dizer isso.

"Vamos? Ainda quero chegar antes que comece a nevar porque está com ar disso." Ele assentiu e continuamos a caminhar mas agora ele fazia questão de ficar ao meu lado mesmo que fosse a reclamar por eu andar tão lentamente.

"Eu costumava vir aqui com o meu pai."

"O que é que vinhas aqui fazer com ele?"

"Quando eu estava triste ou deprimido ele trazia-me sempre aqui, quando eu estava prestes a ter um ataque ele trazia-me aqui e por incrível que pareça este era o único sítio que me acalmava." Ele encolheu os ombros. "Eu e o meu pai sempre fomos muito próximos, até eu descobrir a verdade sobre ele e desde aí que a minha mãe e eu somos o porto de abrigo um do outro." Ele respirou fundo. "Mas que merda isto soou lamechas como o caralho."

"Demasiado até." Ri-me.

"Eu também quero saber coisas sobre ti." Ele disse e eu fiquei surpresa, normalmente sou eu que lhe faço as perguntas todas. "Sou sempre eu que falo e te conto as coisas, agora é a tua vez."

"Mas isso é porque eu te faço perguntas, tu não me fazes a mim."

"A relação com os teus pais é boa?" Ele perguntou.

"Tenho mesmo de responder?" Apesar de eu adorar fazer perguntas não gosto de as responder.

"Parece que o jogo virou não é mesmo?" Ele riu e a forma como o disse fez-me rir também.

"A minha relação com a minha mãe é boa mas nunca conheci o meu pai." Ele olhava-me sério. "Ele deixou-nos porque disse que era o melhor para nós." Ele ficou tenso. "Tretas, provavelmente. Mas agora já não me importo com isso, se ele nunca apareceu também não é agora que o vai fazer certo?"

"É... Talvez..." Ele respondeu, ele provavelmente não sabe o que dizer. É sempre assim. "Olha ali!" Ele gritou e eu olhei para o sítio onde ele apontava e vi dois gansos. Ele não está a pensar... "Vamos!" Ele avançou e puxou-me para ir com ele, ele só pode estar a brincar certo?

Closer to you | h.s #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora