Capítulo 5

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 Lavínia


Os dias passaram sem nenhum acontecimento grandioso, tornando-se uma rotina onde quase não conseguia mais encontrar meu namorado durante a semana, algo estava diferente, suas visitas ao meu quarto haviam cessado, às vezes deixava a janela aberta na esperança que Nelo entrasse por esta, mas acabava dormindo quando acordava, não havia nenhum vestígio de que ele tinha visitado meu quarto.

No sábado era seu dia de folga da lanchonete onde trabalhava, esperava ansiosa para vê-lo e esclarecer o motivo de sua ausência.

Acordei cedo, tomei café da manhã com meus pais, que também estranharam o fato do Nelo simplesmente sumir, mas não comentaram nada, talvez por receio de me magoar. Ajudei minha mãe com a casa, me preparava para convidar meu namorado para almoçar conosco, era aniversário de papai e este sempre fazia um grande churrasco, convidando seus amigos e mais algumas pessoas da família ou mesmo alguns vizinhos. Estava acabando de me arrumar quando ouço a campainha de casa tocar, meu coração pula em antecipação, já sabendo quem estava ali.

Desci as escadas quase correndo, pulando os degraus de dois em dois para acabar logo com a distância e a saudade que fazia um estrago imenso em meu coração.

Percebendo que eu podia sofrer um acidente na escada mamãe ralha comigo, mas não me importo.

— Calma Lavínia, filha você pode cair e se machucar...

Nem mais ouvi suas palavras já saía correndo em direção ao portão, quando consegui chegar estava ofegante, parece que havia corrido uma maratona.

Ao abrir o portão me deparei com a imagem de meu namorado e seu semblante cansado, olheiras profundas, seu jeito largado me deixou entre confusão e preocupação. Mas um canto de seu lábio ergueu em um pequeno sorriso, enquanto me puxava para seus braços, em um abraço apertado cheio de saudade.

— O que aconteceu Nelo? Você não parece está bem, por favor, me diz o que houve? Onde você estava?

— Depois eu te explico tudo baby, agora só me deixa ficar aqui em teus braços matando toda a saudade que estava sentindo.

Declara com seu rosto grudado em meu pescoço, sua respiração fazendo cócegas em contato com minha pele sensível.

Ficamos ali parados um nos braços do outro por algum tempo, em seguida Nelo afasta seu corpo segura meu rosto entre suas mãos e me beija. Não um beijo qualquer. Um beijo cheio de saudade, de desejo, de entrega. Foi possível sentir todo aquele sentimento no beijo que trocamos ali no portão. Meu coração batia acelerado em meu peito. Por saudade, por está em seus braços, pela miríade de sentimentos que despertava em mim.

Levando-o para sentar em uma das cadeiras dispostas pelo amplo terraço ao lado de minha casa, para podermos conversar, percebo algo semelhante a inquietação em sua expressão. Logo que chegamos sento-me puxando-o pela mão para que me siga.

— O que está acontecendo Nelo? Eu preciso saber, é algo relacionado a nós?

— Não meu amor, aquiete seu coração, não é nada conosco. É meu pai Lav.

— O que tem seu pai? O que ele fez dessa vez?

— Ele estar doente, neste momento está internado em um hospital, eu estava com ele, por isso sumi.

Meu choque é notável, embora sempre espere que o senhor Augusto apronte algo para seu filho, nunca havia pensado na possibilidade de este ficar doente.

— Ah, Nelo sinto muito, eu não sabia...

— Não sinta meu amor. Você não tinha como saber. Ele pode ser um monstro a maior parte do tempo Lav, mas é meu pai eu não poderia o deixar sozinho.

SEMPRE SERÁ VOCÊ / RETIRADO PARA REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora