Um Último Sonho

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Um sonho tropical

    Veraneios, devaneios

        O calor dilata o aço

            A paixão dilata a pupila


O concreto arde

  O ar denuncia um deserto contemporâneo

Ausência

       De humanidade

                            eloquência, abstinência

em discursos e conversas desesperadas

    Em ódio à manutenção de valores

                                                        e pudores

      Imensidões inúmeras

    Futuros infinitos e possíveis

       A dor do mais forte

       É como o amor do mais fraco:

                  Infantil e imaturo,

                         solitário

Ou talvez, um erro de milhões de neurônios

tenham-me feito perder a palavra certa,

A frase-feita, o efeito em cascata

      De vidas humanas tão diferentes e AINDA ASSIM

   Sensíveis umas às outras

      Sob a luz do néon

              olho-no-olho

              boca-na-boca

            braço sobre braço

      Medos e receios        em um       único tempo-espaço

          erros                                    e       acertos

         e      uma mistura de ambos


             Qualquer  possibilidade resultaria em me fazer encarar o pôr-do-sol naquele dia de agosto, escrever memórias na manhã de terça, sentir o gosto da febre às 9 da manhã

e piscar

            incontáveis vezes num dia

            e nenhuma vez naquele mirante de expressões envelhecidas, quando no fulgor do vermelho-ouro a luz incandescente de cabelos me cegou para sempre numa manhã de quarta-feira, em que por uma simples coincidências olhares se cruzaram e dispuseram um ao outro

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⏰ Última atualização: Mar 30, 2019 ⏰

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