Um sonho tropical
Veraneios, devaneios
O calor dilata o aço
A paixão dilata a pupila
O concreto arde
O ar denuncia um deserto contemporâneo
Ausência
De humanidade
eloquência, abstinência
em discursos e conversas desesperadas
Em ódio à manutenção de valores
e pudores
Imensidões inúmeras
Futuros infinitos e possíveis
A dor do mais forte
É como o amor do mais fraco:
Infantil e imaturo,
solitário
Ou talvez, um erro de milhões de neurônios
tenham-me feito perder a palavra certa,
A frase-feita, o efeito em cascata
De vidas humanas tão diferentes e AINDA ASSIM
Sensíveis umas às outras
Sob a luz do néon
olho-no-olho
boca-na-boca
braço sobre braço
Medos e receios em um único tempo-espaço
erros e acertos
e uma mistura de ambos
Qualquer possibilidade resultaria em me fazer encarar o pôr-do-sol naquele dia de agosto, escrever memórias na manhã de terça, sentir o gosto da febre às 9 da manhã
e piscar
incontáveis vezes num dia
e nenhuma vez naquele mirante de expressões envelhecidas, quando no fulgor do vermelho-ouro a luz incandescente de cabelos me cegou para sempre numa manhã de quarta-feira, em que por uma simples coincidências olhares se cruzaram e dispuseram um ao outro
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quem te consola?
PoesíaUma coletânea de poesias, sem um tema central, mas com um cerne único: a busca, o questionamento, a paixão e o maravilhamento com os pequenos detalhes da vida