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Às 20:00 em ponto, Jhonatas chega para me levar para à festa. O carro dele é lindo e muito confortável. A festa é em um clube de festas chique da cidade que é muito grande. Tem duas piscinas, um campo de futebol, um salão muito grande de show dentro da casa do clube que tem uma cozinha grande, e quartos no andar de cima. Não sei quantos quartos porque nunca cheguei nessa parte. Vim aqui uma vez, pra jogar queimada com meus amigos. Isso mesmo, queimada.

Entramos no salão de show lado a lado e tem um DJ animando a festa com um som muito alto. Tem muita gente. Tá lotado. Tem bebida de todas as cores e poucos ali não estão com um copo em mãos. Seguro na mão de Jhonatas e ele aperta a minha e sorrir. Respiro fundo e entramos.

E se tiver alguém que eu conheça aqui? Se me verem e espalharem que sou gay?

- Eu sei que você nunca foi em uma festa assim - ele fala perto do meu ouvido por causa da música. - Mas estamos aqui para nos divertir! - Confirmo com a cabeça. - Vem, vamos procurar meu irmão. - Andamos no meio da multidão até encontra-lo sentado perto do bar.

- Oi maninho. Esse é Peter, meu namorado.

Ele fica olhando pra mim por um tempo sem falar nada.

- Oi - digo soltando um sorriso de leve.

- Aaah! Prazer em lhe conhecer. Me chamo Gustavo - ele estende a mão para me cumprimentar. Ele é alto, negro, forte, tem olhos castanhos e cabelos cacheados. Bonito como o irmão. Estendo a mão e o cumprimento.

- Quantos anos você está completando hoje? - Essa não é uma pergunta muito agradável de se fazer, eu sei.

- Vinte e quatro - ele sorrir. - Uma grande merda. Queria ter a idade de vocês novamente. Nem tenho mais coluna e disposição pra fazer as coisas.

- Mas você é novinho ainda - diz Jhonatas.

- Aparência de 24 e corpo de 60.

A música para e o DJ chama Jhonatas e ele vai lá e pega o microfone. Em seguida, começa a cantar "Can't take my eyes off you" do Joseph Vincent e logo vem a melodia de fundo e ele está olhando e sorrindo pra mim enquanto canta. Todos começam a prestar atenção e alguns gritam eufóricos. A voz dele é linda e juro que não sabia que ele cantava tão bem.

- Vai lá! - Diz Gustavo e eu me aproximo de Jhonatas um pouco nervoso. Tem muitas pessoas nos olhando. E se filmarem? Mas ninguém está com o celular na mão. Respiro fundo e canto junto com ele no palco em que o DJ se apresenta. Isso é incrível e estou muito feliz. Jhonatas me surpreendeu. Quando a música acaba ele me puxa pra perto dele e me dá o melhor beijo que já ganhei dele. Todos começam a aplaudir e gritar. Descemos do palco e o DJ continuou seu show. Gustavo nos oferece algumas bebidas azuis. Jhonatas pega duas e me dá uma.

- Eu não bebo. Obrigado - recuso.

- Só hoje. Essa noite merece. Tem gosto bom. - Ele bebe a dele em um piscar de olhos e já está com outra em mãos. Começa a tocar "Buttercup" do Jack Stauberber. Pego a bebida e bebo em um gole que desce queimando e tem um gosto horrível. Pego na mão dele e o levo pro meio da multidão e começamos a dançar. Nem dançar eu sei, mas faço qualquer coisa com os braços e pernas e Jhonatas faz o mesmo. É muito divertido vê-lo todo desengonçado e acho que deve ser mais divertido pra ele que está me vendo dançar horrivelmente. Só sei que estou gostando de tudo isso.

- Que foi? - Pergunta ele.

- O que é que você faz pra ser tão lindo?

- Isso é uma formula secreta da minha mãe.

- Faz total sentido.

- Hã... está chamando meu irmão de lindo?

- Eu não disse isso. Vamos para a piscina?

- Peter, ninguém entra na piscina a essa hora. Geralmente é só na madrugada quando o pessoal está bêbado.

- Não me chamo "O pessoal" - pisco pra ele e sorrio, puxo ele pela mão. - Vamos!

Não sei o que está acontecendo, mas eu estou criando mais confiança e quero que essa noite seja um máximo.

- Eu não tenho roupa de banho. Meus pais vão querer tirar foto de família mais tarde. - Seria constrangedor aparecer nas fotos todo molhado, levando em conta que ele está de roupa social.

- Seus pais vieram?

- Sim. Estão em algum lugar - ele olha em volta tentando encontra-los.

Jhonatas não quer entrar na piscina mas eu posso. Vou com ele até perto da piscina e realmente, não tem ninguém dentro. Tem algumas pessoas próximas e um casal sentado na beirada com os pés dentro da água. Tiro a camisa e o tênis e os entrego para Jhonatas. Tiro a calça e pulo na piscina. Chamo ele para entrar, mas ele balança a cabeça negativamente e sorrir. Mando um beijinho pra ele e mergulho. O casal que estava na beira decide entrar na piscina. Fico ali por mais um tempo e me sento na beira na frente de Jhonatas.

- Viu. Só precisava alguém entrar para os outros tomarem coragem - falo.

- Agora você vai ficar com a roupa molhada. O que acha de irmos no banheiro para você se trocar? Minhas pernas já estão doendo.

- É, deve ser difícil andar carregando toda essa beleza por ai.

- Oh Jhonatas, ai está você filho! - Diz uma mulher vindo em nossa direção. - Estou procurando seu irmão faz horas.

- Ele estava perto do bar quando cheguei. E ele ainda deve tá lá, porque ele só para de beber quando o fígado dele não aguenta mais.

- Obrigado. Vou entregar o presente dele. Tchau querido.

- Mãe! Esse é o Peter.

- Desculpa Peter, nem cumprimentei você.

- Tudo bem - sorrio.

- Entra lá querido! - Ela empurra Jhonatas na piscina. - Prazer em lhe conhecer Peter. Gostei da cueca. Tchauzinho.

- Tá de brincadeira mãe!? Vou ficar todo molhado agora!

- Estamos juntos agora - dou um beijo na bochecha dele.

A mãe do Jhonatas é uma mulher muito elegante. Ela está com um vestido azul longo cheio de detalhes e marcando as curvas de seu corpo. Nem parece ser mãe de um jovem que está completando vinte e quatro anos hoje.

Vou para o banheiro com Jhonatas para nos trocarmos, trouxe uma mochila com uma toalha e uma roupa reserva no carro. Vai que acontecesse algo, né? Aconteceu. Jhonatas caiu na piscina com minhas roupas. Mas vim preparado para banhar na piscina. Entro em em uma cabine e ele entra na do lado. Não tem mais ninguém no banheiro. Me seco e passo a toalha pra ele por cima.

- Jhonatas.

- Oi.

- Tu sabe que eu te amo... assim, pra caramba, né?

- Eu também te amo coisinha linda. - Ele sai da cabine e fica me esperando.

- Sempre é bom andar com uma roupa reserva. Aprendi isso com a mamãe - saio da cabine com uma camisa manga longa que vai até meus dedos e uma bermuda.

- Eu não sou um banco, mas se você quiser sentar em mim eu ficarei honrado - ele diz.

- Pera aí. Tá tendo um terremoto. Que legal! - Estou vendo as coisas girarem.

Que sensação estranha. Por que ele está girando?

- Tá tudo bem - ele coloca as mãos em meus ombros.

- Sua roupa tá parecendo um arco-íris. Tá brilhando.

- Acho melhor a gente i...

Tudo fica escuro. Não estou vendo mais nada e continuo sentido tudo girar. Acho que...

Você Me Faz Feliz [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora