Jake

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Sono. Era isso que eu sentia depois de mais uma tarde de trabalho.

Trabalhar no FBI é algo cansativo, claro que havia suas vantagens como a adrenalina e a ação. Mas tudo o que eu mais quero nesse momento é a minha boa e velha cama.

Meus olhos estão ardendo de sono. A neve que caí na estrada dificultava ver direito a direção.

Para meu azar eu havia esquecido de colocar às malditas correntes nas rodas hoje de manhã.

O carro começou a derrapar no gelo da estrada. De repente perdi a direção do carro e entrei em uma calçada. Senti meu Porsche se chocar em algo.
Não. Eu pensei. Por favor não!

Desci do carro e vi um corpo na distância de três metros do meu carro. A mulher estava caída de bruços sobre a neve.
Corri até ela aterrorizado, tropeçando na neve. Me abaixei sobre ela e chequei a pulsação do coração. Fiquei aliviado e surpreso ao constatar que ela estava viva. A mulher gemeu.

- Calma. - eu disse calmamente. - Você está bem? Sente alguma coisa moça?
- Além de uma raiva grande por um certo motorista? - disse ela sarcasticamente.
- Me perdoe. - pedi. - Eu estava dirigindo e perdi o controle do carro.
- Claro. - disse a mulher ao se levantar.
- Não e uma boa ideia você se esforçar assim. - alertei.
- Você me atropela. - disse ela zangada. - E ainda por cima quer mandar em mim? E realmente um absurdo!
- Olha aqui moça. - eu disse perdendo a paciência. - Eu já pedi desculpas, está bem?
- Não. - disse ela. - Não está nada bem. Você por acaso está bêbado?

Eu fiquei surpreso.
- Claro que não!! - respondi. - E afinal o quê você estava fazendo na rua a essa hora?
A mulher estranha fez uma careta.

- Procurando alguém para me atropelar cabeção. - devolveu ela.
- Olha...acho melhor levar você para um hospital. - sugeri.
- Para você terminar de me matar? - perguntou ela. - Acho melhor não.
- Estou tentando ser legal. - eu disse ofendido. - Mas você insiste em complicar às coisas.
- Sim. Você foi legal em me atropelar. - ironizou ela.
- Será que aceita pelo menos uma carona? - perguntei com paciência.
- Bem... - disse ela. - Se você prestar atenção na estrada não vejo porque não.

Caminhamos para o carro, resisti ao impulso de ver o dano do carro. Mas não queria que à mulher me achasse insensível. Abri a porta para ela e depois entrei no carro. O carro pegou por sorte, olhei para mulher de canto de olho, ela era bonita. Tinha os cabelos ruivos lisos, olhos azuis e pele ligeiramente pálida.

- Então...aonde devo levar você?- perguntei calmamente.
- Prédio Levasque. - respondeu ela indiferente.

O prédio Levasque era um prédio chique onde algumas estrelas dos Estados Unidos tinham apartamentos . Fiquei imaginando se a mulher ao meu lado era uma artista famosa. Se ela fosse eu teria um bando de advogados em minha porta pela manhã.

Percebi que a mulher me olhava com atenção.
- O quê foi? - perguntei curioso.
- Estou procurando traços de embriaguez. - respondeu ela simplesmente.
Eu ri.
- Algum sucesso? - perguntei me divertindo.
- Não. - respondeu ela. - Mas pode ser efeitos de drogas também.
- Você e especialista em drogas por acaso? - perguntei.
- Já usei algumas. - respondeu ela indiferente.
- Deveria parar com isso. - avisei a ela. - Esses negócios são perigosos.
- Ah, faz tempo que não uso mas. - disse ela entediada. - Uma hora às drogas perdem sua graça. Menos o sexo é claro.
Revirei os olhos.
- Sabe? - disse ela. - Você até que é bonitinho. Se não tivesse me atropelado eu poderia muito bem trepar com você.

Eu fiquei tão surpreso que quase bati o carro em um que estava na minha frente, por sorte desviei a tempo.
- É assim que mostra que não quer me matar?!! - gritou a mulher ao meu lado.
- Desculpe. - pedi. - Mas o que foi quê você disse?
- Disse que eu até transaria com você. - repetiu ela lentamente como se estivesse falando com uma criança. - Mas não costumo trepar com idiotas que me atropelam.
- Será que podemos esquecer isso? - eu perguntei cansado de discutir com aquela louca que eu mal conhecia. - Juro por Deus que não queria atropelar você.
- Olha. - disse ela. - Eu não faria isso se fosse você, ele detesta que digam o nome dele em vão.
Olhei estranho para ela.
- Você é esquisita. - eu comentei.
- E você um péssimo motorista. - rebateu ela. - Mas não é esse o ponto não é?
- Não foi minha intenção!! - exclamei.
- " Não foi minha atenção!" - ela me imitou em um falsete. - Você engoliu uma garotinha de cinco anos?
- Vai para o inferno! - eu gritei.
- Para sua informação eu saí de lá a muito tempo. - disse ela. - Não pretendo voltar tão cedo.
- Você é um pesadelo!! - eu xinguei.
- Na verdade os homens dizem que sou um sonho. - disse a mulher. - Não que eu acredite é claro, homens mentem, você sabe. Se bem que desconfio que você tenha tendência homossexual.
- Acho melhor levar você ao um médico. - eu disse. -Você está completamente louca.
- Sou completamente inteligente. - discordou ela. - Posso falar de fatos históricos com o máximo de exatidão possível. Se quiser é só perguntar.
Parei na frente do prédio dela.
- Pronto. - eu disse cansado. - Agora desça do carro entre no seu apartamento e me processe se quiser.
- Te processar? - disse a mulher entre risos. - Não, o seu susto por pensar em ter me matado foi mais do que suficiente.
- Obrigado...eu acho. - eu disse.

  Quando ela saiu do carro eu pisei fundo no acelerador do meu carro, a mulher desconhecida gritou algo que parecia: " Tente não atropelar ninguém."

  Louca, era isso que ela era. Cheguei em meu apartamento aliviado pois, eu nunca mais iria ver aquela louca varrida. Tomei um banho, pedi umas duas pizzas, quando a entrega chegou eu assisti a um filme e depois fui me deitar.

  Pensei na doida que havia atropelado, ela até que era muito atraente. Não!! Ela era uma doida que com sorte eu nunca mais iria ver ela.
  Mal sabia eu que não tinha sorte alguma ma minha vida, absolutamente nenhuma.

Lilith Rainha das trevas. (Livro um) "Em Revisão"Onde histórias criam vida. Descubra agora