Lilith

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  Jake me ligou para avisar que tinha conseguido um lugar para Clarisse. Fiquei feliz em saber disso. Clarisse convivia com um monstro, meus ex maridos nunca bateram em mim (como se pudessem, rá). Eu desisti de ficar com eles por meus próprios motivos.

  Quando eu me referia ao meu primeiro marido eu o chamava de "O Grande Tapado", fala sério!! O cara foi tão burro que comeu a maçã que aquela loira aguada da Eva ofereceu. Tá certo que metade da culpa foi minha.

  Peguei uma garrafa de champanhe e coloquei em em duas taças.
- Eu sei que está aí. - eu disse me virando para trás e estendendo uma das taças. - Quer beber um pouco antes de voltar ao trabalho, Azriel?

  Ela surgiu do nada na minha frente. O cabelo liso e preto caia nas costas, os olhos pretos eram desprovidos de emoção. Azriel tinha uma aparência asiática, o corpo dela era ágil e a pele levemente bronzeada. Azriel vestia uma jaqueta preta, uma camisa branca, uma calça de couro preto e botas vermelho sangue.
- Você sabe que eu odeio esse nome Lyly. - disse ela em sua voz calma. - Eu mudo de nome com frequência.
- Olha, o papaizinho não vai gostar de saber disso. - eu alertei sorrindo quando ela pegou a taça da minha mão.
- Obrigada. - agradeceu ela.
- De nada. - eu disse bebendo um gole da bebida. - Então..,venho aqui para exterminar um dos demônios da face da terra, para toda eternidade e blá. blá, blá?
  Azriel deu de ombros.
- Eu não tomo partido disso. - disse Azriel. - Sou a morte devo ser imparcial nas batalhas entre anjos e demônios. E me chame de Meggan. Esse é o nome que escolhi nesse milênio.
- Não é um nome apropriado para morte, não acha?
- Gosto desse nome. - disse Meggan.
  Olhei para ela com atenção.
- O quê venho fazer aqui então? - perguntei. - Não diga que já chegou a minha hora. Eu sou tão jovem!!
  Meggan e eu rimos juntas.
- Na verdade vou ficar por aqui por um tempo. - explicou Meggan. - Tenho uma alma preparada para fazer a travessia.
- Céu ou inferno? - perguntei curiosa.
- Você sabe que não sou eu que decide. - disse Meggan. - Isso vem lá de cima, ou de baixo.
- Claro. - eu disse sorrindo. - Eu sei. Então essa é uma visita social?
- Pode se dizer que sim. - disse Meggan sorrindo. - Soube que começou a trabalhar no FBI, é verdade Lyly?
- Sim. - respondi indiferente. - Eu gosto de ação, você sabe disso.
- Sim. - concordou Meggan. - Você fez os testes então.
- Ah, sim. - respondi sorrindo. - Achei interessante. Também não é difícil quando se tem alguns poderes divinos.
  Meggan riu.
- Você e terrível. - comentou Meggan. - Eu sempre gostei de você Lilith. Antes eu te achava uma grande filha da puta. Meu irmão teve azar de perder uma criaturinha como você.
- Vou aceitar isso como um elogio. - eu disse. - Acho você legal também. Mas não significa que eu vá casar com você.
- Meu negócio são homens Lyly. - disse Meggan ao beber um pouco de seu champanhe. - Eles costumam dizer que eu sou de morte na cama. Eles não sabem o quanto estão certos.
  Eu ri.
- A mulher "fatal". - brinquei. - Literalmente falando.
- Bem eu tenho que ir. - disse Meggan me entregando a taça de volta. - Tem um cara me esperando. Mas obrigado pela bebida Lilith.
- Um encontro? - perguntei surpresa.
- Na verdade o cara irá morrer em um acidente de metrô. - explicou Meggan. - O cérebro dele vai virar geleia, se é que me entende. Devo ir lá e explicar como fazer a travessia. Então não, isso não é um encontro.
-Parece encantador. - eu disse. - Uma coisa linda de se ver.
 Meggan deu de ombros.

- Esse é meu trabalho. - disse ela. - Até logo Lilith.
  E então ela sumiu em uma névoa negra que a engoliu. Devo admitir que mesmo sendo imortal eu senti um arrepio do "até logo" dela.

Lilith Rainha das trevas. (Livro um) "Em Revisão"Onde histórias criam vida. Descubra agora